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Revista M&T - Ed.166 - Março 2013
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A Era das Máquinas

Os primórdios: desafios e tecnologias em engenharia

Historicamente, os equipamentos de movimentação de terra passaram por três fases de desenvolvimento, com características bastante distintas
Por Norwil Veloso

No final da Idade Média, a mão de obra era barata e não havia qualquer preocupação com produtividade. Em tal cenário, as primeiras máquinas foram desenvolvidas exclusivamente para executar serviços impossíveis de serem realizados manualmente. Por essa razão de ordem prática, uma das primeiras áreas onde se usou a escavação mecanizada foi a dragagem.

No limiar do florescimento da era moderna, os canais e rios navegáveis eram as principais vias de transporte utilizadas nos fluxos comerciais. Isso explica porque o desenvolvimento das dragas ocorreu alguns séculos antes do aparecimento das máquinas para trabalhos de movimentação de terra.

PRECURSORES

O primeiro exemplo conhecido de equipamento de escavação data do longínquo ano de 1420. Tratava-se de um projeto de Giovanni Fontana para construção de uma draga de operação manual (figura ao lado), que não se sabe se efetivamente chegou a ser construída.

Um século depois, Leonardo da Vinci também se preocupou com o assunto e, como engenheiro militar, projetou um guindaste e uma draga tracionada por animais, que também não foram construídos ou, se o foram, não deixaram quaisquer vestígios.

No final do século XVI, o engenheiro florentino Buonaiuto Lorini projetou um sistema com clamshell para dragagem de portos, com um sistema de elevação por uma coluna com rosca. Dispositivos similares ainda foram usados para a dragagem dos canais de Veneza, em 1823. Nessa época, já existiam diversos equipamentos flutuantes de escavação, registrando-se, inclusive, um modelo no qual o acionamento do mecanismo de escavação era feito pelo vento.

Um marco no desenvolvimento de máquinas para movimentação foi a introdução do carrinho de mão, ocorrida em 1610. Projetada por Johann Clausen Koth, a invenção rapidamente se revelou como um recurso de fácil operação também para a movimentação de materiais, uma vez que trafegava praticamente sobre qualquer terreno. Por alguns séculos, esse foi o principal equipamento disponível para movimentação de terra.

No começo do século XVII, aparecem os antecessores dos scrapers, que em sua versão original nada mais eram que simples caçambas puxadas por


No final da Idade Média, a mão de obra era barata e não havia qualquer preocupação com produtividade. Em tal cenário, as primeiras máquinas foram desenvolvidas exclusivamente para executar serviços impossíveis de serem realizados manualmente. Por essa razão de ordem prática, uma das primeiras áreas onde se usou a escavação mecanizada foi a dragagem.

No limiar do florescimento da era moderna, os canais e rios navegáveis eram as principais vias de transporte utilizadas nos fluxos comerciais. Isso explica porque o desenvolvimento das dragas ocorreu alguns séculos antes do aparecimento das máquinas para trabalhos de movimentação de terra.

PRECURSORES

O primeiro exemplo conhecido de equipamento de escavação data do longínquo ano de 1420. Tratava-se de um projeto de Giovanni Fontana para construção de uma draga de operação manual (figura ao lado), que não se sabe se efetivamente chegou a ser construída.

Um século depois, Leonardo da Vinci também se preocupou com o assunto e, como engenheiro militar, projetou um guindaste e uma draga tracionada por animais, que também não foram construídos ou, se o foram, não deixaram quaisquer vestígios.

No final do século XVI, o engenheiro florentino Buonaiuto Lorini projetou um sistema com clamshell para dragagem de portos, com um sistema de elevação por uma coluna com rosca. Dispositivos similares ainda foram usados para a dragagem dos canais de Veneza, em 1823. Nessa época, já existiam diversos equipamentos flutuantes de escavação, registrando-se, inclusive, um modelo no qual o acionamento do mecanismo de escavação era feito pelo vento.

Um marco no desenvolvimento de máquinas para movimentação foi a introdução do carrinho de mão, ocorrida em 1610. Projetada por Johann Clausen Koth, a invenção rapidamente se revelou como um recurso de fácil operação também para a movimentação de materiais, uma vez que trafegava praticamente sobre qualquer terreno. Por alguns séculos, esse foi o principal equipamento disponível para movimentação de terra.

No começo do século XVII, aparecem os antecessores dos scrapers, que em sua versão original nada mais eram que simples caçambas puxadas por animais, derivadas do arado tradicional.

EVOLUÇÃO

No século XVIII, iniciou-se a Revolução Industrial na Inglaterra e, com o aumento da população urbana, houve necessidade de manutenção das vias públicas, além da abertura de uma rede de canais para facilitar o tráfego de mercadorias e pessoas. Em 1830, já havia cerca de cinco mil quilômetros de canais em território britânico, todos construídos com trabalho manual.

Porém, o aumento crescente do comércio internacional durante o Renascimento fez com que fossem construídos navios maiores e de maior calado, o que transformou o assoreamento dos portos em um novo problema, além de exigir seu aprofundamento. Com isso, a necessidade de escavadeiras mais eficientes aumentou, mas a tecnologia disponível ainda não era suficiente para tanto. Na sequência, surgiram algumas máquinas utilizando vários princípios engenhosos, como a de duas caçambas de 0,4 m3 posicionadas lado a lado, acionadas por um sistema de rodas e correntes. Numa profundidade de 5 m e com 10 trabalhadores mobilizados, sua produção ficava entre 7 e 7,5 m3 a cada 10 horas.

Embora não fosse prático na época, a primeira escavadeira shovel de design mais moderno foi patenteada na França, por Dubois, em 1726. Já os holandeses desenvolveram máquinas de alcatruzes por volta de 1600 que foram usadas com sucesso em muitos portos europeus por mais de 300 anos, além de modelos acionados por animais.

ACIONAMENTO

O desenvolvimento tecnológico do período ainda esbarrava justamente na falta de um meio adequado de acionamento. Assim, há registros de máquinas acionadas pelo vento (dragagem do porto de Bremen, 1742), sistemas tipo pêndulo e outros, mas, na prática, o principal meio de tração continuava como há milênios a ser o animal. A maior evolução dessa época foi a utilização de vagonetas sobre trilhos (1765). Por sinal, os trilhos foram a primeira via de locomoção das máquinas no século XIX, mas isso é assunto para artigos futuros.

O estágio seguinte de desenvolvimento está relacionado à invenção da locomotiva e do motor a vapor, que resultou na implementação das ferrovias: os equipamentos foram projetados ou adaptados para se locomover e permitirem transporte sobre trilhos, seja na construção das próprias ferrovias ou na execução de outras obras, lançando-se os trilhos nas frentes de trabalho.

Finalmente, já no século XX, as máquinas mudaram mais uma vez, passando a trafegar sobre esteiras, rodas metálicas e, posteriormente, pneus. Depois, as invenções e aperfeiçoamentos começaram a ocorrer com uma rapidez cada vez maior.

Leia na próxima edição: O século XIX – vapor e trilhos viabilizam a mecanização dos serviços.

 

 

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