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Revista M&T - Ed.248 - Outubro 2020
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Coluna do Yoshio

Os equívocos na retenção de talentos

"Num cenário global em que cada vez mais se busca o tratamento igualitário, programas diferenciados criam entulhos para a gestão futura das empresas."

À primeira vista, os programas de retenção de talentos podem parecer uma ferramenta interessante para que as empresas contenham o ‘turn-over’ de executivos e especialistas disputados no mercado. Ademais, para aqueles que fazem parte de um programa desta natureza a sensação de valorização extra ou diferenciada pode ser uma massagem agradável no ego.

Mas, o que isso significa do ponto de vista da qualificação e atratividade da empresa? Recentemente, um profissional de recursos humanos procurou-me para entender como grandes empresas tratavam este assunto, especialmente nas empresas em que no passado atuei como profissional e em outras em que hoje atuo como conselheiro.

Nesse diálogo, o colega contou-me que a direção da empresa já havia aprovado a iniciativa e que, ainda, a ação seria muito bem-recebida pelos profissionais da empresa. Todavia, percebi que o colega estava equivocado em sua receita de criar mecanismos para essa necessária retenção de talentos.

Portanto, expliquei que atualmente tenho uma visão um pouco mais apurada sobre o assunto, não sendo favorável à abordagem de programas especiais como forma de reter talentos. Isto significa que a empresa, por não possuir a melhor atratividade do mercado, recorre a este expediente para compensar a situação de desvantagem.

Hoje, trabalho para que as empresas sejam boas para todos os funcionários e que tenham uma atratividade natural por conta de sua qualidade em todos os aspectos. Nesse aspecto, uma empresa que busca a excelência nas relações com seus funcionários, parceiros, clientes e demais ‘stakeholders’, tratando-os com respeito e transparência, desenvolve uma atratividade tão forte que pode dispensar programas especiais de retenção.

Salientei ainda que esta abordagem de programas de retenção não se alinha ao propósito central da atividade estratégica de recursos humanos, de modo que a melhor apli


À primeira vista, os programas de retenção de talentos podem parecer uma ferramenta interessante para que as empresas contenham o ‘turn-over’ de executivos e especialistas disputados no mercado. Ademais, para aqueles que fazem parte de um programa desta natureza a sensação de valorização extra ou diferenciada pode ser uma massagem agradável no ego.

Mas, o que isso significa do ponto de vista da qualificação e atratividade da empresa? Recentemente, um profissional de recursos humanos procurou-me para entender como grandes empresas tratavam este assunto, especialmente nas empresas em que no passado atuei como profissional e em outras em que hoje atuo como conselheiro.

Nesse diálogo, o colega contou-me que a direção da empresa já havia aprovado a iniciativa e que, ainda, a ação seria muito bem-recebida pelos profissionais da empresa. Todavia, percebi que o colega estava equivocado em sua receita de criar mecanismos para essa necessária retenção de talentos.

Portanto, expliquei que atualmente tenho uma visão um pouco mais apurada sobre o assunto, não sendo favorável à abordagem de programas especiais como forma de reter talentos. Isto significa que a empresa, por não possuir a melhor atratividade do mercado, recorre a este expediente para compensar a situação de desvantagem.

Hoje, trabalho para que as empresas sejam boas para todos os funcionários e que tenham uma atratividade natural por conta de sua qualidade em todos os aspectos. Nesse aspecto, uma empresa que busca a excelência nas relações com seus funcionários, parceiros, clientes e demais ‘stakeholders’, tratando-os com respeito e transparência, desenvolve uma atratividade tão forte que pode dispensar programas especiais de retenção.

Salientei ainda que esta abordagem de programas de retenção não se alinha ao propósito central da atividade estratégica de recursos humanos, de modo que a melhor aplicação deste budget anual deveria ser o investimento em melhorar a atratividade da empresa para todos. Até porque uma empresa mais justa com colaboradores e parceiros de negócios tende a criar admiração pela sua ética e qualidade em todos os aspectos, tornando-a capaz de dispensar os programas de retenção.

Num cenário global em que cada vez mais se busca o tratamento igualitário, programas diferenciados criam entulhos para a gestão futura das empresas. Acredito num futuro em que as diferenças que interferem no relacionamento igualitário dos colaboradores sejam reduzidas ou eliminadas.

Do mesmo modo, também deverá ocorrer uma redução da dispersão da remuneração dos colaboradores.

*Yoshio Kawakami é consultor da Raiz Consultoria e diretor técnico da Sobratema

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