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Revista M&T - Ed.146 - Maio 2011
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O executivo multicultural da Sany no Brasil

Descendente de italianos e nascido na cidade suíça de Bienne, onde o alemão e o francês são considerados como idiomas nativos, Romano Pietro Rosa aprendeu o que é o multiculturalismo desde a infância. Após se formar em Engenharia de Estruturas Metálicas, ainda na Suíça, o objetivo de viver fora do seu país de origem e de conhecer novas culturas o levou à Nigéria, na África, onde se aproximou do setor de equipamentos para construção ao trabalhar durante dois anos em grandes obras de infraestrutura.

Já casado com uma brasileira, Romano Rosa desembarcou no Brasil na década de 1990 em busca de reposicionamento profissional. Contratado pela alemã Schwing Stetter, na qual atuou por 13 anos, sendo os três últimos como diretor-geral, ele se tornou um executivo conhecido do setor. Recém-contratado pela Sany do Brasil, como vice-presidente sênior, ele assume agora o cargo de principal executivo da área de equipamentos para bombeamento de concreto da fabricante de origem chinesa que, aliás, se posiciona como a maior do mundo nesse segmento de máquinas para construção.

Nessa entrevista, Romano revela, com exclusividade para a M&T, os planos da Sany para a produção de bombas de concreto no Brasil, a partir do segundo semestre deste ano. A empresa pretende se firmar como a segunda maior fabricante desse tipo de equipamentos no país até 2015, uma missão que dependerá não só da qualidade de seus produtos e do atendimento, mas também da transferência das experiências multiculturais adquiridas por Romano nos mais de 60 países que já conheceu, incluindo a China. Essa facilidade de trânsito, na sua opinião, pode ajudar a minimizar as diferenças culturais que acompanham naturalmente as relações corporativas sino-brasileiras.

M&T – O senhor é o primeiro alto-executivo ocidental da Sany no Brasil. Por quê?

Romano – A intenção da Sany do Brasil é ter um corpo de executivos formado exclusivamente por brasileiros ou por profissionais que detêm experiência no mercado brasileiro. Algumas áreas estratégicas, como a financeira, ainda poderão ser lideradas por especialistas chineses no futuro, por razões óbvias. Mas os investimentos de US$ 200 milhões na construção de uma fábrica no Brasil, que deve en


Descendente de italianos e nascido na cidade suíça de Bienne, onde o alemão e o francês são considerados como idiomas nativos, Romano Pietro Rosa aprendeu o que é o multiculturalismo desde a infância. Após se formar em Engenharia de Estruturas Metálicas, ainda na Suíça, o objetivo de viver fora do seu país de origem e de conhecer novas culturas o levou à Nigéria, na África, onde se aproximou do setor de equipamentos para construção ao trabalhar durante dois anos em grandes obras de infraestrutura.

Já casado com uma brasileira, Romano Rosa desembarcou no Brasil na década de 1990 em busca de reposicionamento profissional. Contratado pela alemã Schwing Stetter, na qual atuou por 13 anos, sendo os três últimos como diretor-geral, ele se tornou um executivo conhecido do setor. Recém-contratado pela Sany do Brasil, como vice-presidente sênior, ele assume agora o cargo de principal executivo da área de equipamentos para bombeamento de concreto da fabricante de origem chinesa que, aliás, se posiciona como a maior do mundo nesse segmento de máquinas para construção.

Nessa entrevista, Romano revela, com exclusividade para a M&T, os planos da Sany para a produção de bombas de concreto no Brasil, a partir do segundo semestre deste ano. A empresa pretende se firmar como a segunda maior fabricante desse tipo de equipamentos no país até 2015, uma missão que dependerá não só da qualidade de seus produtos e do atendimento, mas também da transferência das experiências multiculturais adquiridas por Romano nos mais de 60 países que já conheceu, incluindo a China. Essa facilidade de trânsito, na sua opinião, pode ajudar a minimizar as diferenças culturais que acompanham naturalmente as relações corporativas sino-brasileiras.

M&T – O senhor é o primeiro alto-executivo ocidental da Sany no Brasil. Por quê?

Romano – A intenção da Sany do Brasil é ter um corpo de executivos formado exclusivamente por brasileiros ou por profissionais que detêm experiência no mercado brasileiro. Algumas áreas estratégicas, como a financeira, ainda poderão ser lideradas por especialistas chineses no futuro, por razões óbvias. Mas os investimentos de US$ 200 milhões na construção de uma fábrica no Brasil, que deve entrar em operação até 2013, reforçam a retórica de que a empresa está disposta a se abrasileirar. A minha negociação com a Sany deixou isso bem transparente, pois um dos fatores que pesou para o meu ingresso na companhia, tanto de minha parte como da deles, foi o fato de que a Sany estava procurando um executivo multicultural, disposto a transferir conhecimentos sobre o mercado brasileiro e mundial para a companhia e a transferir também o conhecimento da Sany para o mercado brasileiro de equipamentos.

M&T – Em quais circunstâncias o senhor assume a área de equipamentos para bombeamento de concreto da empresa?

Romano – A primeira delas é a fabricação de equipamentos no Brasil já a partir do segundo semestre deste ano. Inicialmente vamos realizar a montagem de kits (CKD) e, depois, partiremos para a produção local propriamente dita, que será iniciada assim que a fábrica da Sany no Brasil entrar em operação. Também sou um vice-presidente com a função de organizar a produção da minha linha de produtos. Obviamente, essa atividade será dividida com o vice-presidente de produção, que também cuida da fabricação das demais linhas de produtos da Sany, como os equipamentos de terraplenagem e guindastes, em parceria com os respectivos vice-presidentes de cada uma dessas áreas.

M&T – Até que ponto a fabricação local de bombas de concreto contribuirá para a maior competitividade da empresa no mercado brasileiro?

Romano – Mais de 80% das bombas de concreto vendidas no Brasil são financiadas pelo Finame (Financiamento de Máquinas e Equipamentos). Esse tipo de operação de crédito exige que ao menos 60% das máquinas sejam fabricadas com peças de origem brasileira. Além disso, a empresa tem se posicionado mundialmente com a instalação de fábricas nos locais onde decidiu praticar a sua internacionalização, uma atitude que revela o interesse no fortalecimento da cadeia de equipamentos nessas regiões. Afinal, sabemos que muitos especialistas deixarão a Sany no futuro para montar suas próprias empresas de prestação de serviços ao cliente final e isso só trará benefícios mútuos: para a fabricante, que passa a contar com parceiros que dominam a tecnologia dos equipamentos, e para os clientes, que terão um atendimento de primeira linha.

M&T – Quantos e quais serão os primeiros equipamentos de bombeamento de concreto a serem produzidos nacionalmente?

Romano – Ainda não posso dar detalhes, pois não os tenho fechados, mas adianto que serão bombas estacionárias e uma linha de bombas-lança com mastro de 30 m. No início, vamos operar com uma única linha de montagem, produzindo cerca de quatro modelos.

M&T – Essa primeira etapa de fabricação local já permitirá que os clientes adquiram os equipamentos com financiamento via Finame?

Romano – Ainda não. Estamos trabalhando com cautela, para que a empresa cresça de forma sustentável, o que significa que devemos alcançar o índice de nacionalização estipulado pelo Finame somente em 2013, quando a fábrica entrar em operação. Por enquanto, vamos adquirir expertise no mercado, mostrando a qualidade dos nossos produtos. Apesar de termos um crescimento planejado, ele não deixa de ser arrojado, pois estimamos alcançar a segunda posição na venda de equipamentos para bombeamento de concreto até 2015. Isso significa que nessa data queremos ter mais de 20% desse mercado.

M&T – As bombas de concreto da Sany deverão chegar ao mercado brasileiro com quais condições em termo de custo/benefício para o usuário final?

Romano – Nossos equipamentos são de primeira linha, o que nos proporcionou alcançar a primeira colocação mundial nesse segmento. Além disso, posso adiantar que são equipamentos com preço competitivo em relação aos concorrentes europeus. Por ser uma empresa totalmente privada, a Sany tem a vantagem de poder optar pela compra de componentes de marcas reconhecidas mundialmente, como as bombas hidráulicas que, no caso dos equipamentos de bombeamento de concreto, são todas da Bosch Rexroth.

M&T – Como foi aprovação desse plano de ação junto à matriz da Sany?

Romano – Acabo de voltar da China e fiquei surpreso, tanto pelo tamanho da matriz da Sany, que conta com cerca de 40 mil funcionários, quanto pela receptividade dos líderes mundiais da empresa, que se mostraram dispostos a ouvir a nossa leitura sobre o mercado brasileiro de bombeamento de concreto e a fornecer o apoio que precisarmos. Dessa forma foi decidida a fabricação local dos equipamentos e conquistamos a aprovação para contratação dos especialistas brasileiros que irão atuar na frente de batalha. Por isso, regressei da China com a certeza de que fui feliz ao aceitar o desafio de buscar o sucesso da empresa baseado no pilar do multiculturalismo, onde chineses e brasileiros trabalharão em conjunto para dar notoriedade aos equipamentos de bombeamento de concreto da Sany.

 

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