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Revista M&T - Ed.163 - Novembro 2012
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Cabines

O conforto tem voz alta

Cada vez mais modernas, as cabines de equipamentos já se assemelham a painéis de automóveis de luxo

No Brasil, ainda não há legislação ou norma específica para cabines de equipamentos de construção. Há, entretanto, normas internacionais e aspectos de segurança do trabalho que apontam para soluções de ergonomia e segurança dos operadores desse tipo de equipamento. Paralelamente, algumas empresas, como a mineradora Vale, começam a exigir a utilização de cabines fechadas e com padrões ROPS (Estrutura de Proteção na Capotagem) e FOPS (Estrutura de Proteção contra Queda de Objetos) em determinados tipos de equipamentos. Com isso, a disputa de mercado entre os fabricantes também impulsiona a adoção dessas soluções, criando um ambiente competitivo onde aspectos como saúde e segurança operacional têm cada vez mais voz alta.

Apesar de não existirem métricas brasileiras claras demonstrando a importância de cabines mais evoluídas para os equipamentos de construção, estima-se que em uma jornada de oito horas com cabine dotada de alto conforto a produtividade do operador possa ser até 10% maior. Essa é uma avaliação da Hyundai, marca que no Brasil é representada pela Brasil Máquinas (BMC).

“O fato é que não há exigência legal sobre os tipos de cabine utilizados no Brasil”, reforça José Augusto Couto, gerente de treinamento da BMC. “Normalmente, o tipo e as características desses componentes são determinados pela concorrência entre as marcas, pois os fabricantes com presença nacional produzem ou importam máquinas com especificações de suas matrizes internacionais”, diz.

Edmar de Paula, gerente de marketing da Case Construction, confirma a inexistência de qualquer legislação ou norma específica, mas ressalta que, como os projetos de cabine e estação do operador da fabricante vêm diretamente dos Estados Unidos, os modelos comercializados no Brasil são globalizados e atendem as normas norte-americanas e europeias. “As cabines atendem normas internacionais como EM 474:2006 (Diretriz de Máquinas Europeias), ISO 6682 (Zonas de Conforto e Alcance de Controle para o Operador) e ISO 10968 (Controles do Operador)”, explica ele.

Normalizações

Do mesmo modo, outros fabricantes ouvidos pela M&T – como Hyundai, Komatsu e Volvo – também atendem


No Brasil, ainda não há legislação ou norma específica para cabines de equipamentos de construção. Há, entretanto, normas internacionais e aspectos de segurança do trabalho que apontam para soluções de ergonomia e segurança dos operadores desse tipo de equipamento. Paralelamente, algumas empresas, como a mineradora Vale, começam a exigir a utilização de cabines fechadas e com padrões ROPS (Estrutura de Proteção na Capotagem) e FOPS (Estrutura de Proteção contra Queda de Objetos) em determinados tipos de equipamentos. Com isso, a disputa de mercado entre os fabricantes também impulsiona a adoção dessas soluções, criando um ambiente competitivo onde aspectos como saúde e segurança operacional têm cada vez mais voz alta.

Apesar de não existirem métricas brasileiras claras demonstrando a importância de cabines mais evoluídas para os equipamentos de construção, estima-se que em uma jornada de oito horas com cabine dotada de alto conforto a produtividade do operador possa ser até 10% maior. Essa é uma avaliação da Hyundai, marca que no Brasil é representada pela Brasil Máquinas (BMC).

“O fato é que não há exigência legal sobre os tipos de cabine utilizados no Brasil”, reforça José Augusto Couto, gerente de treinamento da BMC. “Normalmente, o tipo e as características desses componentes são determinados pela concorrência entre as marcas, pois os fabricantes com presença nacional produzem ou importam máquinas com especificações de suas matrizes internacionais”, diz.

Edmar de Paula, gerente de marketing da Case Construction, confirma a inexistência de qualquer legislação ou norma específica, mas ressalta que, como os projetos de cabine e estação do operador da fabricante vêm diretamente dos Estados Unidos, os modelos comercializados no Brasil são globalizados e atendem as normas norte-americanas e europeias. “As cabines atendem normas internacionais como EM 474:2006 (Diretriz de Máquinas Europeias), ISO 6682 (Zonas de Conforto e Alcance de Controle para o Operador) e ISO 10968 (Controles do Operador)”, explica ele.

Normalizações

Do mesmo modo, outros fabricantes ouvidos pela M&T – como Hyundai, Komatsu e Volvo – também atendem a essas normalizações. No caso da Komatsu, as cabines atendem ainda a ISO 3411, que trata das Dimensões Físicas de Operadores e Espaço Mínimo e Envolvente.

Além das normalizações internacionais, Edmar de Paula, da Case, lembra que há aspectos normativos brasileiros que remetem a cuidados quanto ao conforto dos operadores. Como exemplo, ele cita um trecho da NR 12, itens 96 e 97: “As máquinas e equipamentos devem ser projetados, construídos e operados levando em consideração a necessidade de adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores e à natureza dos trabalhos a executar, oferecendo condições de conforto e segurança, observado o disposto na NR 17”.

Segundo ele, a NR 17 determina que os assentos utilizados nos postos de trabalho devem atender a quatro requisitos mínimos: o primeiro é a altura ajustável à estatura do trabalhador e à maturação da função exercida. O segundo aspecto exigido é a conformação na base dos assentos, que deve ser mínima ou inexistente. O terceiro e quarto pontos regulamentam que os assentos tenham base frontal arredondada e que haja encosto com forma levemente adaptada ao corpo, para proteção da região lombar.

Agnaldo Lopes, vice-presidente de construção da Komatsu, lembra que as normas para equipamentos de construção estão aquém do que se pratica no setor agrícola, onde existe a Norma Regulamentadora 31, “com diversas exigências para garantir a integridade física do operador, aumentando a produtividade e reduzindo riscos de acidentes”.

Edmar de Paula, da Case, por sua vez, sublinha que as exigências normativas também valem para cabines e postos de operação dos equipamentos de construção, quando utilizados em operações agroflorestais. “E isso inclui a exigência de cabines ROPS/FOPS”, explica ele.

Boris Sanches, gerente de engenharia de vendas da Volvo Construction Equipment, enfatiza que é preciso deixar clara a distinção entre cabine e estação do operador. “Os pontos colocados das normalizações brasileiras (NRs 12 e 17) dizem respeito à estação do operador, que pode estar em cabine aberta, fechada, com toldo etc.”, diz ele. “Por isso, fabricantes de linha ampla, como a Volvo, oferecem ao mercado os mais diversos tipos de cabine atendendo os regulamentos para estações de trabalho.”

No caso de pás carregadeiras, por exemplo, Sanches destaca que, atualmente, a maioria das máquinas comercializadas já inclui cabines fechadas, o que é uma opção de escolha dos clientes. “Indo além, lembro que, para esse tipo de equipamento, há pelo menos 15 anos as cabines vendidas atendem os padrões ROPS e FOPS”, afirma.

Quanto às escavadeiras, o cenário dos últimos anos é o mesmo apresentado pelas pás carregadeiras, predominando cabines fechadas e padrões ROPS/FOPS. “Nesse caso, um incremento opcional que tem sido bastante requisitado é o sistema Fog (Grade de Proteção Contra Quedas de Objetos)”, complementa Sanches, salientando que, em caminhões articulados e motoniveladoras, a opção por cabines fechadas também já é uma condição sine qua non do mercado nacional.

Opções de Conforto

Como regra geral, as empresas consultadas nesta reportagem oferecem proteções ROPS/FOPS para a maioria das máquinas da Linha Amarela atualmente em circulação. Todavia, elas destacam diferenciais de suas cabines, buscando ir além dos requisitos internacionais para abocanhar uma fatia do mercado constituída por gestores e operadores de equipamentos para quem o conforto é cada vez mais essencial.

Nessa linha, a Hyundai diz estar trabalhando continuamente no desenvolvimento de layouts diferenciados para as suas máquinas. “Além disso, tivemos grandes avanços no posto do operador, com cabines de série dotadas de várias tecnologias, como som com mp3, carregador para celular, tapete emborrachado que ajuda a manter o ruído interno em 73 dB e externo em 103 dB e outras soluções”, diz Couto. “No aspecto ergonômico, temos desenvolvido cabines com maior área envidraçada para ampliar a visibilidade lateral do operador, pressão interna positiva para impedir a entrada de poeira, ar-condicionado e assento ergonômico com regulagem de peso para operadores de até 130 kg, além de painel digital em tela LCD de 7 polegadas para monitorar índices de falha, ajustes do modo de trabalho e outras funções da máquina”, complementa.

Na Komatsu, segundo Lopes, o nível de ruído das cabines mais modernas é de 70 dB, o mesmo de um automóvel de passeio. Ele explica que esse benefício é característico das novas cabines SpaceCab, sendo que a redução de ruídos foi conseguida por meio de aprimoramentos na fonte e no emprego de motor, além da utilização de equipamento hidráulico e ar condicionado com pouca poluição sonora.

“O sistema de suspensão com amortecedores também garante pouca vibração e as nossas cabines são altamente pressurizadas, com ar condicionado automático”, diz ele, destacando ainda que o assento do operador é dotado de console para descanso dos braços.

Na Volvo, garante Sanches, os requisitos de conforto nos equipamentos atuais não ficam aquém de outros segmentos, pois “a sensação de conduzir uma pá carregadeira ou um caminhão articulado da Volvo é hoje muito semelhante a de estar dentro de um automóvel da marca”.

Segundo ele, até mesmo a configuração dos painéis, incluindo distribuição dos controles e tipos de botões, é similar aos itens presentes nos automóveis de passeio. A Case, por sua vez, destaca a oferta das cabines ROPS/FOPS com saída de emergência, cinto de segurança de três pontos, parabrisas laminados, assentos confortáveis em tecido com suspensão pneumática e regulagem, apoios para braço, joysticks e/ou alavancas ergonômicas, pedais que proporcionam o apoio do calcanhar, quebra-sol, porta-objetos e ar-condicionado com dutos de saída estrategicamente posicionados.

Entenda os principais conceitos de proteção

A proteção ROPS (Roll Over Protection System) é um sistema aplicado na construção da estrutura da cabine que protege o operador ao suportar o peso da máquina em caso de capotagem. Desde que, claro, o cinto de segurança esteja em uso.

O FOPS (Fall Object Protection System) é um sistema aplicado na construção da estrutura da cabine para proteger o operador em caso de queda de objetos sobre ela.

Já o sistema FOG (Fall Object Guard) é um dispositivo em forma de grade fixado sobre a cabine e que também visa a proteger o operador em caso de queda de objetos sobre ela. O sistema FOG é uma opção de aplicação específica em máquina de esteira ou sobre pneus, indicada principalmente para máquinas utilizadas na manipulação de materiais recicláveis ou toras de madeiras. Normalmente, o FOG é acompanhado de grade metálica para montagem à frente do para-brisa (Fonte: BMC).

Breve história das cabines

De maneira geral, até os anos 70 os equipamentos pesados eram produzidos e fornecidos sem qualquer tipo de cobertura ou proteção para o operador, exceto em alguns tipos de equipamentos utilizados para desmatamento e extração de madeira. A partir de 1972, com a chegada ao Brasil das escavadeiras hidráulicas dotadas de cabines fechadas (sem ar-condicionado), iniciou-se a adoção de “toldos” metálicos ou de fibra de vidro que serviam para suavizar os efeitos dos raios solares e também substituir algumas “soluções caseiras”, que davam um aspecto ruim às máquinas.

O toldo era um implemento opcional, produzido por terceiros e, por ser praticamente de uso geral, não se harmonizava com os projetos das máquinas produzidas. Por esse motivo, os fabricantes nacionais passaram a produzir proteções abertas ao operador, com as mesmas características desenvolvidas em suas matrizes, que foram denominadas de cabines ROPS/FOPS.

Inicialmente, as primeiras máquinas a receberem esse tipo de proteção foram as retroescavadeiras e pás carregadeiras montadas sobre pneus, que são mais sujeitas a riscos de acidentes que os equipamentos de esteiras (Fonte: BMC).

 

 

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