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Revista M&T - Ed.221 - Março 2018
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A Era das Máquinas

O advento dos guindastes Derrick

Por Norwil Veloso

Nos primeiros campos petrolíferos dos Estados Unidos, a elevação e a montagem das torres de perfuração eram feitas com guindastes do tipo Derrick. Na verdade, o conceito já era muito antigo, mas esse nome apareceu na América apenas na passagem para o século XX.

Historicamente, os fabricantes mais conhecidos dessas soluções foram a American Hoist and Derrick e a empresa alemã Schmidt-Tychsen, que produzia diversas versões, com capacidades de até 60 t. Todavia, apenas os equipamentos de 3 a 20 t, com 9 a 23 m de comprimento do mastro, eram produzidos em série.

Os guinchos podiam ser acionados por vapor, gasolina, diesel ou eletricidade. Havia três tambores para operação normal e garras de cabo singelo, ou quatro tambores, para operação com garras de cabo duplo. Alguns equipamentos eram fornecidos com jib retrátil. Na maioria, o giro era feito manualmente, puxando-se a lança.

Naquela época, os Derricks eram a opção mais comum para serviços pesados e para construção de edificações. E o vapor logo daria lugar à eletricidade.

ADEQUAÇÃO

As versões fixas eram mais comuns na Europa. Nos Estados Unidos, por sua vez, foram desenvolvidas montagens sobre trilhos, que também foram usadas, por exemplo, na construção de pontes, com lanças maiores, de até 15 m e capacidades até 30 t, sobre uma base estacionária ou uma plataforma sobre trilhos.

No início do século XX, destaque-se, o transporte marítimo era extremamente importante. Por essa razão, havia necessidade de guindastes adequados para estaleiros e para a construção e operação de portos, canais e cais. Como resultado, foram produzidos guindastes flutuantes gigantescos. Na Inglaterra, esses guindastes foram fabricados pela Cowans & Sheldon e vendidos no mundo todo.

Em 1904, a Duisburg Maschinenfabrik (que veio a se tornar parte da Demag) já fabricava essas máquinas, no caso com capacidade de 149 t, comprimento de lança de 13,5 m e giro de 360o. A Duisburg, inclusive, forneceu máquinas principalmente para estaleiros e, em 1914, produziu os dois guindastes gigantescos “Ajax” e “Hércules”, que foram usados na construção do Canal do Panamá. No meio tempo, em 1909, a Bechem & Keetman produziu um guindaste flutuante co


Nos primeiros campos petrolíferos dos Estados Unidos, a elevação e a montagem das torres de perfuração eram feitas com guindastes do tipo Derrick. Na verdade, o conceito já era muito antigo, mas esse nome apareceu na América apenas na passagem para o século XX.

Historicamente, os fabricantes mais conhecidos dessas soluções foram a American Hoist and Derrick e a empresa alemã Schmidt-Tychsen, que produzia diversas versões, com capacidades de até 60 t. Todavia, apenas os equipamentos de 3 a 20 t, com 9 a 23 m de comprimento do mastro, eram produzidos em série.

Os guinchos podiam ser acionados por vapor, gasolina, diesel ou eletricidade. Havia três tambores para operação normal e garras de cabo singelo, ou quatro tambores, para operação com garras de cabo duplo. Alguns equipamentos eram fornecidos com jib retrátil. Na maioria, o giro era feito manualmente, puxando-se a lança.

Naquela época, os Derricks eram a opção mais comum para serviços pesados e para construção de edificações. E o vapor logo daria lugar à eletricidade.

ADEQUAÇÃO

As versões fixas eram mais comuns na Europa. Nos Estados Unidos, por sua vez, foram desenvolvidas montagens sobre trilhos, que também foram usadas, por exemplo, na construção de pontes, com lanças maiores, de até 15 m e capacidades até 30 t, sobre uma base estacionária ou uma plataforma sobre trilhos.

No início do século XX, destaque-se, o transporte marítimo era extremamente importante. Por essa razão, havia necessidade de guindastes adequados para estaleiros e para a construção e operação de portos, canais e cais. Como resultado, foram produzidos guindastes flutuantes gigantescos. Na Inglaterra, esses guindastes foram fabricados pela Cowans & Sheldon e vendidos no mundo todo.

Em 1904, a Duisburg Maschinenfabrik (que veio a se tornar parte da Demag) já fabricava essas máquinas, no caso com capacidade de 149 t, comprimento de lança de 13,5 m e giro de 360o. A Duisburg, inclusive, forneceu máquinas principalmente para estaleiros e, em 1914, produziu os dois guindastes gigantescos “Ajax” e “Hércules”, que foram usados na construção do Canal do Panamá. No meio tempo, em 1909, a Bechem & Keetman produziu um guindaste flutuante com capacidade de 250 t, cuja lança atingia uma altura máxima de 84 m.

Em paralelo, a construção de navios também tinha tido um grande impulso. O ano de 1900 teve particular significado na produção de guindastes extrapesados. A Benrather (que também veio a fazer parte da Demag) projetou os primeiros guindastes com lança tipo martelo (hammerhead), formato que obteve tamanho sucesso que passou a ser usado por todos os fabricantes desse tipo de equipamento no mundo.

EXTRAPESADOS

O primeiro desses guindastes tinha uma lança fixa de 22 m, situada a uma altura de 28 m, cuja capacidade era de 150 t. A altura aumentou até 47,5 m e, em 1913, a empresa fornecia mais da metade dos guindastes extrapesados do mundo, inclusive 38 máquinas com capacidade de içamento acima de 100 t, 26 acima de 150 t, 7 com mais de 200 t e 5 com capacidade de 250 t e lança de 55 m.

Esses últimos, ademais, mostraram o que era possível conseguir com a tecnologia disponível na época. A Benrather os fabricou para uso no estaleiro Blohm & Voss, em Hamburgo. Com a lança num raio de 34,5 m, o equipamento tinha capacidade de 250 t. O raio máximo era de 53 m, com capacidade de içamento de 110 t.

A lança, a primeira extensível da história, permitia atingir uma altura de 104 m acima do nível do mar. Montada na extremidade da seção superior, a lança auxiliar tinha capacidade de 10 t e alcance de 147 m.

Um equipamento semelhante foi o guindaste inglês Titan, produzido pela Ransomes & Rapier, em conjunto com a Stothert & Pitt, muito usado na operação de estaleiros e na construção e operação de portos.

Os maiores guindastes da época foram usados principalmente na construção de molhes e quebra-mares. A maior construtora do mundo na época, a inglesa S. Pearson & Son, ficou famosa pela construção de molhes, que utilizavam grandes componentes de concreto pré-moldado.

Num projeto em Malta, por exemplo, os trabalhos foram iniciados com molhes numa lâmina d’água de 15 m. Nessa fase, utilizaram-se Derricks a vapor para a instalação dos trilhos para locomoção dos “Golias”, pórticos com capacidade até 50 t, que executariam a obra propriamente dita.

Foram utilizados 115.000 m3 de concreto na fabricação dos pré-moldados. Cada elemento pesava entre 25 e 42 t e era lançado cuidadosamente na posição de projeto. Um dos derricks naufragou em fevereiro de 1904, dois guindastes se chocaram no mar durante uma tempestade e, em novembro de 1904, um dos pórticos foi tragado por uma inundação, juntamente com a pista direita. Apesar desses problemas, os serviços terminaram em 1909, com apenas cinco meses de atraso.

CABOS AÉREOS

Outro conceito muito antigo, talvez um dos mais remotos, são os cabos aéreos, que eram encontrados nas civilizações antigas não como guindastes, mas como meio de cruzar gargantas inacessíveis e rios de correnteza forte.

Os cabos aéreos são usados principalmente em obras situadas em regiões montanhosas, em locais onde a distância de transporte dos materiais é muito grande ou existem rios. Isso inclui, por exemplo, a construção de barragens. Embora haja versões fixas, com giro e com translação, esta última é a mais usada em canteiros de obra, para transporte de areia, brita e concreto.

Os primeiros cabos aéreos foram montados pela Henderson em Aberdeen, numa extensão aproximada de 150 m. A empresa alemã A. Bleichert & Co. e, posteriormente, a J. Pohlig (que depois se transformou na Pohlig-Heckel-Bleichert) ficaram famosas no mundo inteiro pela utilização desses equipamentos.

A partir de 1908, a Bleichert produzia cabos aéreos para vãos entre 400 e 450 m, que logo chegaram a 800 m, com capacidades de até 20 t. Entre os demais fabricantes podem ser citadas outras empresas alemãs e a italiana Ceretti & Tanfani.

Leia na próxima edição: A transmissão de energia por cabos sem fim

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