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Revista M&T - Ed.180 - Junho 2014
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Estádios

Nem tudo é para a Copa

Construção do Allianz Parque utilizou até 12 guindastes simultaneamente no pico de obras, o que evidencia o potencial dos investimentos privados na construção de arenas esportivas no Brasil

Batizado como Allianz Parque, o novo estádio da S.E. Palmeiras atende aos padrões da FIFA e deve entrar em operação no segundo semestre deste ano. Junto com a Arena Grêmio, no Rio Grande do Sul, o projeto se contrapõe aos vultosos (e polêmicos) investimentos do governo federal para construir arenas esportivas para a Copa do Mundo. Mais do que isso, marca a entrada de investimentos privados de grande porte na construção de estádios que sequer receberam jogos da Copa do Mundo deste ano.

E os montantes são realmente significativos. Somente neste estádio (construído no mesmo local do antigo Palestra Itália, erguido em 1902) foram investidos R$ 630 milhões, com uma expectativa de assegurar retorno financeiro ao clube e investidores ao longo de um contrato de 30 anos.

Nesta reportagem, M&T traz detalhes das obras do Allianz Parque, mostrando as adversidades e soluções de engenharia da obra, que contou com um parque de equipamentos integrado por guindastes de até 600 t e mais de 1.200 operários mobilizados no pico das obras.

COBERTURA

Antes, é preciso clarificar um pouco as exigências impostas pela FIFA para a construção de novos estádios de futebol ao redor do mundo. Uma delas é a cobertura, que deve abrigar todos os torcedores nas arquibancadas. Para isso, foi montada uma estrutura metálica com peso total de 2.200 t.

Ao todo, foram instalados cinco módulos com peso de cerca de 160 t cada, responsáveis por sustentar a estrutura. Compostos por peças em aço carbono (utilizadas também como pórticos de sustentação para o restante da cobertura), os módulos da cobertura foram içados por partes e fixados a uma altura de 40 m. Para isso, um guindaste sobre esteiras de 600 t, com lança treliçada e luffing jib, entrou em operação no içamento das peças mais pesadas. A maior delas, uma viga de seção circular de 78 t e 90 m de comprimento, exigiu uso simultâneo de dois guindastes all terrain de lança telescópica e luffing jib, com capacidade de 500 e 550 t. Nessa fase de obra, a WTorre, responsável pela construção, chegou a mobilizar 12 guindastes simultaneamente, incluindo estes modelos de grande porte.

Mas as plataformas elevatórias (PTA) também tiveram participação im


Batizado como Allianz Parque, o novo estádio da S.E. Palmeiras atende aos padrões da FIFA e deve entrar em operação no segundo semestre deste ano. Junto com a Arena Grêmio, no Rio Grande do Sul, o projeto se contrapõe aos vultosos (e polêmicos) investimentos do governo federal para construir arenas esportivas para a Copa do Mundo. Mais do que isso, marca a entrada de investimentos privados de grande porte na construção de estádios que sequer receberam jogos da Copa do Mundo deste ano.

E os montantes são realmente significativos. Somente neste estádio (construído no mesmo local do antigo Palestra Itália, erguido em 1902) foram investidos R$ 630 milhões, com uma expectativa de assegurar retorno financeiro ao clube e investidores ao longo de um contrato de 30 anos.

Nesta reportagem, M&T traz detalhes das obras do Allianz Parque, mostrando as adversidades e soluções de engenharia da obra, que contou com um parque de equipamentos integrado por guindastes de até 600 t e mais de 1.200 operários mobilizados no pico das obras.

COBERTURA

Antes, é preciso clarificar um pouco as exigências impostas pela FIFA para a construção de novos estádios de futebol ao redor do mundo. Uma delas é a cobertura, que deve abrigar todos os torcedores nas arquibancadas. Para isso, foi montada uma estrutura metálica com peso total de 2.200 t.

Ao todo, foram instalados cinco módulos com peso de cerca de 160 t cada, responsáveis por sustentar a estrutura. Compostos por peças em aço carbono (utilizadas também como pórticos de sustentação para o restante da cobertura), os módulos da cobertura foram içados por partes e fixados a uma altura de 40 m. Para isso, um guindaste sobre esteiras de 600 t, com lança treliçada e luffing jib, entrou em operação no içamento das peças mais pesadas. A maior delas, uma viga de seção circular de 78 t e 90 m de comprimento, exigiu uso simultâneo de dois guindastes all terrain de lança telescópica e luffing jib, com capacidade de 500 e 550 t. Nessa fase de obra, a WTorre, responsável pela construção, chegou a mobilizar 12 guindastes simultaneamente, incluindo estes modelos de grande porte.

Mas as plataformas elevatórias (PTA) também tiveram participação importante na montagem da cobertura, uma vez que içaram os profissionais responsáveis pela soldagem, inspeção e ensaios das estruturas metálicas da cobertura. Ao todo, a obra utilizou seis plataformas elevatórias, que atuaram paralelamente aos guindastes e outros equipamentos. De diferentes modelos, os maiores equipamentos têm um alcance de trabalho de 25 m de altura.

TECNOLOGIAS

Acrescentam-se à frota utilizada na construção do Allianz Parque algumas escavadeiras de 20 t, além de miniescavadeiras, retroescavadeiras, rolos compactadores e minicarregadeiras – essas com uma função estratégica devido ao espaço confinado no local das obras.

Na área do gramado, a compactação foi realizada pela própria operação da obra, necessitando de uma motoniveladora para nivelar o terreno e de apenas uma passagem de rolo liso para assentar o solo. Isso porque, como explicam os engenheiros responsáveis pelas obras, a operação contínua dos guindastes e de outros equipamentos pesados demandou uma compactação prévia e, de quebra, ajudou a assentar o solo após a operação.

Além dos equipamentos móveis de construção, a obra demandou outras tecnologias, principalmente no tocante ao “palco” do estádio. “Isso inclui a instalação de um sistema de drenagem no campo composto por valas cobertas por manta geotêxtil, tubos corrugados (com e sem furos) e brita de diferentes granulometrias, além de terra para compor a superfície e permitir enfim a aplicação do gramado”, descreve Eduardo Moraes, gerente de projeto do Allianz Parque.

LOGÍSTICA

Os engenheiros relatam que uma das principais dificuldades da obra foi lidar com o entorno do estádio. Afinal, quem conhece a região sabe como a rua Turiassu e a avenida Francisco Matarazzo – dentre as quais o estádio está instalado, na Zona Oeste da cidade – são movimentadas. Além do fluxo diário de um shopping center de grande porte, comércios e residências, as vias arteriais do entorno não são muito largas e o próprio terreno do clube não é extenso o suficiente para que se monte um canteiro fora da faixa das obras. “O congestionamento de veículos realmente é intenso nos horários de pico e, apesar de ser reconhecidamente um reduto de palmeirenses, a vizinhança dos bairros de Perdizes, Pompéia e Barra Funda também se mostrou bastante exigente com a obra”, diz Moraes.

Todo esse cenário interferiu na logística de suprimentos para a obra, principalmente no que se refere aos materiais de maior volume. Foi o caso das peças de concreto pré-fabricado e das peças da cobertura, transportadas por carreta-prancha até o local e descarregadas por guindastes ou guindautos. Somente na estrutura da arquibancada, foram utilizadas nove mil peças desse tipo, além de outras cinco mil para a composição do estacionamento e mais duas mil na construção dos degraus de acesso ao estádio. “Com as dificuldades de movimentação na região, grande parte desse material só pôde ser descarregada à noite, atendendo às regulamentações da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) de São Paulo”, destaca o gerente.

CONCRETO

Aliás, uma forma de atender aos requisitos burocráticos e de licenciamento da prefeitura paulistana foi justamente construir parte da arquibancada com material que não fosse pré-fabricado. A explicação para isso é que o antigo estádio Palestra Itália recebeu alvará apenas para reforma e não para nova construção, o que – em suma – significou manter parte da antiga estrutura. Porém, a parte mantida não se integrou adequadamente ao projeto do novo estádio e, por isso, também precisou ser reformulada. Como resultado, houve um relevante consumo de concreto moldado in situ.

Nessa e em outras demandas, como a concretagem da área destinada ao palco que sediará grandes shows artísticos, a obra consumiu cerca de 60 mil m³ de concreto, que foram fornecidos por uma central instalada a cerca de dois quilômetros do local, exatamente na cabeceira da Ponte do Limão. “Na operação, todo o concreto foi transportado por autobetoneiras, enquanto as bombas-lança deram conta de boa parte da concretagem, lidando com concreto com 40 Mpa de resistência”, finaliza Moraes.

Conheça detalhes da estrutura do Allianz Parque

Quando concluído, o Allianz Parque terá espaço para 46 mil lugares, estacionamento para dois mil veículos e camarotes para três mil pessoas, além de restaurante panorâmico, lanchonetes e centro de convenções. A arena atende aos padrões de exigência da FIFA – todos muito bem enfatizados no manual “Estádios de Futebol – Recomendações e Requisitos Técnicos” – e vem sendo apontada como a mais bem localizada instalação esportiva de São Paulo, como mostram os dados a seguir, fornecidos pelo próprio empreendimento:

4 km de distância da Avenida Paulista

5 km do centro da cidade

Nove hotéis 5 estrelas num raio de 6 km

Mais de oito mil leitos de hospitais em um raio de 5 km

13 km do aeroporto de Cumbica

 

 

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