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Revista M&T - Ed.282 - Abril - 2024
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RENTAL

Momento é promissor para a locação

Após um período de transição, o setor inicia o ano com sinalização de crescimento nas atividades, atrelado às obras de infraestrutura e a um novo ciclo imobiliário no horizonte

Passado o 1º trimestre, o setor da construção e, por consequência, o mercado de locação de máquinas e equipamentos estão otimistas com as perspectivas de bons resultados no ano.

Além dos juros em queda – com projeções apontando para uma taxa Selic em 9% no final do ano –, a expectativa de um eventual novo ciclo imobiliário (norteado pelo programa Minha Casa Minha Vida) e de investimentos em obras de infraestrutura, logística e energia (atrelados à nova versão do Programa de Aceleração do Crescimento – PAC) reacende as esperanças.

“A construção demanda mais máquinas de locação do que qualquer outro segmento, sendo que cerca de 70% dos equipamentos alugados são direcionados a esse mercado”, posiciona Paulo Esteves, presidente da Analoc (Associação Brasileira dos Sindicatos e Associações Representantes dos Locadores de Equipamentos, Máquinas e Ferramentas).

“Por outro lado, indústria e comércio têm uma demanda menor.”

Em relação aos bens mais procurados no rental, o destaque recai em produtos como plataformas elevatórias, geradores de energia, itens da Linha Amarela e ferramentas leves. “Mas, em geral, a tendência do segmento é de crescimento”, afirma Esteves.

Nesse cenário, o diretor comercial da Unidas, Marluz Cariani, também se mostra animado em relação à demanda em 2024.

“Esperamos um aquecimento, especialmente em projetos de infraestrutura relacionados ao PAC e obras da área de construção civil”, corrobora. “Investimentos em urbanização, rodovias e edificações residenciais e comerciais de grande porte devem ser os grandes impulsionadores da demanda.”

Percepção semelhante é expressa por Leonidas Ferreira, diretor da Sisloc, conhecido no mercado como Léo Sisloc. “Anualmente, visitamos centenas de locadoras em todo o país”, ele


Passado o 1º trimestre, o setor da construção e, por consequência, o mercado de locação de máquinas e equipamentos estão otimistas com as perspectivas de bons resultados no ano.

Além dos juros em queda – com projeções apontando para uma taxa Selic em 9% no final do ano –, a expectativa de um eventual novo ciclo imobiliário (norteado pelo programa Minha Casa Minha Vida) e de investimentos em obras de infraestrutura, logística e energia (atrelados à nova versão do Programa de Aceleração do Crescimento – PAC) reacende as esperanças.

“A construção demanda mais máquinas de locação do que qualquer outro segmento, sendo que cerca de 70% dos equipamentos alugados são direcionados a esse mercado”, posiciona Paulo Esteves, presidente da Analoc (Associação Brasileira dos Sindicatos e Associações Representantes dos Locadores de Equipamentos, Máquinas e Ferramentas).

“Por outro lado, indústria e comércio têm uma demanda menor.”

Em relação aos bens mais procurados no rental, o destaque recai em produtos como plataformas elevatórias, geradores de energia, itens da Linha Amarela e ferramentas leves. “Mas, em geral, a tendência do segmento é de crescimento”, afirma Esteves.

Nesse cenário, o diretor comercial da Unidas, Marluz Cariani, também se mostra animado em relação à demanda em 2024.

“Esperamos um aquecimento, especialmente em projetos de infraestrutura relacionados ao PAC e obras da área de construção civil”, corrobora. “Investimentos em urbanização, rodovias e edificações residenciais e comerciais de grande porte devem ser os grandes impulsionadores da demanda.”

Percepção semelhante é expressa por Leonidas Ferreira, diretor da Sisloc, conhecido no mercado como Léo Sisloc. “Anualmente, visitamos centenas de locadoras em todo o país”, ele relata. “E o que presenciamos são empresas com excelentes resultados, investindo, crescendo e se reestruturando.”


Investimentos em urbanização, rodovias e edificações devem impulsionar a demanda

No início de 2024, diz ele, várias companhias estão obtendo recordes de faturamento, inclusive em janeiro, que tende a apresentar demanda menor.

“As previsões dos economistas apontam que o ano será favorável para o mercado de locação, que tende a melhorar com os programas ligados aos governos”, faz coro Léo Sisloc, cuja empresa desenvolve softwares especializados para o setor de locação.

Com isso, a sugestão dos especialistas é que as locadoras que ainda não investiram na frota nem estão se reestruturando caminhem nessa direção o quanto antes.

Assim, conseguirão aproveitar o ciclo de crescimento que se aproxima. “Sem dúvida, as empresas bem-preparadas serão as mais capacitadas para conquistar os melhores resultados”, antecipa o diretor da Sisloc.

IMPULSIONADORES

Segundo a Analoc, no segmento da construção predomina a locação de máquinas e equipamentos com contratos de médio e longo prazo. Já nas áreas industrial e comercial, a metodologia “spot” (com prazos mais curtos, muitas vezes em caráter emergencial) tem espaço maior.

“Contratos de longo prazo são impulsionadores do negócio, principalmente atendendo às obras de infraestrutura e construção, que demandam confiabilidade e estabilidade”, complementa Cariani, explicando que esses contratos otimizam a gestão operacional e asseguram o uso eficiente e a manutenção adequada ao longo dos projetos.

De acordo com o diretor, a Unidas trabalha apenas com contratos de longo prazo, pois entende que a modalidade traz benefícios mais significativos, como tarifas atraentes e estabilidade operacional.

“Esses elementos são especialmente valorizados por empresas que planejam a longo prazo e têm projetos contínuos”, opina Cariani.

“A escolha entre os modelos spot e de longo prazo varia de acordo com o perfil do cliente e a natureza do negócio, mas a nossa especialização em contratos prolongados permite focar em relações mais duradouras e na otimização de resultados para os clientes.”

Cada vez mais, a tecnologia também é bem-recebida pelos locadores. E não poderia ser diferente, tendo em vista os ganhos proporcionados pela inovação. Há tempos, o destaque tem sido a telemetria embarcada, mas os equipamentos elétricos também chegam para somar.

“Como as frotas de locação no país são antigas, com média de idade estimada em cerca de dez anos, os equipamentos modernos mostram-se bem mais produtivos, com vantagens operacionais e redução dos custos de manutenção”, comenta Esteves.


Procura por locação de produtos como plataformas elevatórias está em alta no país

Para Cariani, as locadoras tornam-se mais capazes de atender às necessidades dos clientes quando oferecem não apenas máquinas, mas também soluções tecnológicas avançadas, capazes de combinar alto desempenho e redução de custo operacional.

“Buscamos atuar como referência em equipamentos de alta tecnologia, incluindo autônomos, que representam o que há de mais moderno no segmento”, exemplifica. “Isso demonstra nosso compromisso não só com a eficiência e a produtividade, mas também com a inovação.”

DESEMPENHO

Nesse sentido, o bom momento que se aproxima também abre oportunidades para que as empresas do setor melhorem o desempenho. De acordo com Léo Sisloc, os gestores não podem se transformar em reféns do próprio negócio – com todas as decisões centralizadas apenas em apenas um profissional.

Como regra de boa gestão, diz ele, é fundamental ler, estudar, buscar mentorias e participar de programas de atualização.

Outro aspecto interessante é usar o benchmarking para desenhar a estratégia de crescimento da empresa. “Além disso, investir em pessoas qualificadas permite estabelecer uma gestão compartilhada, com divisão de responsabilidades”, recomenda o locador. “Afinal, ninguém cresce sozinho.”

Evidentemente, o investimento no conhecimento em nível operacional também deve estar na pauta, com a realização de treinamentos constantes das equipes e disseminação de informações para que os dados não fiquem centralizados, criando dependência interna.

Outras iniciativas a considerar incluem a aposta em programas de retenção de talentos, para que o conhecimento não se perca, além de investimentos em automatização de processos, cada vez mais vital para garantir a competitividade.

Os gestores podem, ainda, fortalecer a chamada “cultura de propósitos”, buscando diminuir o turnover. “Como prestadoras de serviços, o maior patrimônio das locadoras está nas pessoas, e não nas máquinas”, observa Léo Sisloc, destacando que contratar e preparar profissionais é o “desafio do século” para as empresas.

“Equipamentos podem ser substituídos, mas quando isso ocorre com funcionários, o cliente sente de imediato. Não é viável crescer sem estruturar esse pilar”, diz ele.

DESAFIOS

Para alcançar o sucesso nesse mercado, outro cuidado indispensável é a manutenção adequada dos equipamentos, o que na locação pode significar a própria sobrevivência do negócio.

“O maior desafio está em alinhar as práticas de uso com as recomendações técnicas”, ressalta Cariani, indicando que essa situação pode ser encarada como uma oportunidade para aprimorar a comunicação com os clientes – fornecendo orientações claras e acessíveis para um uso mais eficiente dos bens, por exemplo.


Oferta de soluções tecnológicas avançadas capacitam as locadoras no atendimento

“Investimos em treinamentos e sistemas de gestão facilitam essa tarefa, buscando garantir que os equipamentos sejam manejados da maneira correta”, ressalta o gestor da Unidas. “E isso tem trazido resultados positivos para a conservação e o desempenho das máquinas.”

Na avaliação de Esteves, grande parte das empresas do setor ainda carece de sistemas eficazes de manutenção e organização das frotas.

“Conceitos como lean e PDCA [Plan–Do–Check–Act, ou Planejar–Fazer–Verificar–Ajustar, em tradução livre do inglês] ainda são pouco utilizados e até desconhecidos pela maioria dos locadores”, pondera.

“Isso provoca desgaste prematuro, aumento de custos de manutenção e, claro, muita reclamação dos clientes por paradas indesejadas de equipamentos nas obras.”

No âmbito organizacional, alguns dos principais desafios do segmento incluem, por exemplo, o desenvolvimento de sistemas de gestão, adoção de ERPs de manutenção e controles de preventivas. “De maneira geral, ainda existe muita ineficiência nesse segmento”, reconhece o especialista.

Essa caraterística pode estar relacionada ao próprio perfil do setor, que apresenta discrepâncias de acordo com o porte das empresas. Em anos recentes, as construtoras brasileiras cada vez mais têm optado pela locação de máquinas, principalmente da Linha Amarela.

Com isso, houve aumento na demanda por esse tipo de equipamento, beneficiando as médias e grandes locadoras. “Já as pequenas oferecem o equipamento e o operador ao mercado”, conta Esteves. “São empresas com grande capilaridade e crescimento interessante nos últimos anos, mas pouco estruturadas.”

TENDÊNCIA

Com raras exceções, todas as locadoras tradicionais foram pequenas no início, com pouco investimento, dívidas com empréstimos e bases improvisadas, por exemplo.

“Todas chegam com muita vontade, mas quase sempre com pouco conhecimento, pois o aprendizado vem com os erros e acertos no dia a dia”, reflete Léo Sisloc, mencionando que, nesse início de atividades, os equipamentos oferecidos geralmente incluem andaimes, betoneiras e ferramentas elétricas, para os quais os fornecedores oferecem condições especiais na compra.

Além disso, o país ainda não conta com regulamentações que controlem o processo de abertura de locadoras – ou que, ao menos, acompanhem esse procedimento. Por consequência, surgem empresas em todo o país, principalmente quando o mercado da construção civil está em alta.

E, com as boas expectativas para 2024 – e tendência de ser ainda melhor em 2025 –, o setor espera que o número de pequenas locadoras aumente nos próximos anos.

“Um fator que corrobora essa tendência é a elevação na quantidade de franquias, impulsionadas por campanhas agressivas de marketing”, nota Léo Sisloc. “Mas também o fato que as lojas vêm ganhando mais polaridade, além de fortalecerem a cultura do compartilhamento de bens móveis, o que tende a despertar o interesse de novos empreendedores nesse setor.”


MERCADO
Níveis atuais de preços pressionam as locadoras


Educação financeira é uma das prioridades do setor de rental, diz dirigente

Segundo Paulo Esteves, presidente da Analoc, os preços do mercado não se encontram em um nível que sustente a atividade de locação. Após a pandemia, relembra o dirigente, houve um processo de desabastecimento global e recuperação da demanda reprimida.

“Após a normalização da oferta, contudo, ocorreu um aumento do investimento e, agora, há sobreoferta de equipamentos, com pressão nos preços de locação”, acentua.

Para ele, as empresas têm dificuldades em obter resultados positivos com os valores praticados no mercado, o que aumenta a necessidade de referências nas decisões de investimento.

“A educação financeira é uma das prioridades do nosso setor”, destaca. “Precisamos focar em formação de preços, processos estruturados, estratégias mínimas de approach com o mercado e indicadores básicos do negócio de locação.”

Saiba mais:
Analoc:
https://analoc.org.br
Sisloc: https://sisloc.com
Unidas: https://frotas.unidas.com.br

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