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Revista M&T - Ed.174 - Novembro 2013
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Pás Carregadeiras

Mercado acirra concorrência com tecnologias diferenciadas

Antecipando resultados de vendas no nicho de pás carregadeiras em 2013, fabricantes apontam as soluções que fazem a diferença na briga por uma fatia maior de mercado
Por Camila Waddington

No ano passado, o Estudo de Mercado da Sobratema mapeou a venda de 5.225 pás carregadeiras sobre rodas, de classes variadas. Segundo os fabricantes entrevistados nesta reportagem, esse montante deve manter-se em 2013. Mas isso não implica em baixa movimentação no mercado. Pelo contrário, desde abril, quando as novas regras aumentaram a alíquota de impostos para os importadores de equipamentos, a concorrência ficou ainda mais acirrada. Nessa disputa, os diferenciais tecnológicos ganharam um peso significativo, é claro, mas o mercado reconhece que os competidores nacionais têm agora algumas vantagens substanciais.

É o caso da Case Construction. Segundo o gerente de marketing da empresa, Carlos França, o mercado de pás carregadeiras de rodas com caçamba entre 1 m³ e 3,5 m³ de fato se manteve estável em relação a 2012. “Mesmo assim, notamos que há uma demanda maior por máquinas nacionais”, confirma o executivo.

Especialista de produto da Caterpillar, Rodrigo Cera corrobora a percepção de França ao salientar que o ano de 2013 começou com aumento de vendas em relação a 2012, já indicando um cenário favorável para o exercício. “Várias iniciativas públicas e privadas estão em andamento e outras estão por vir, o que garante estabilidade ao mercado”, diz.

Falando como importador, Henrique Ramirez, diretor de negócios da SDLG, avalia que a venda de carregadeiras de 1 a 3,5 m³ tenha sofrido uma redução de cerca de 5% no primeiro semestre, em comparação ao mesmo período de 2012. “Entendemos que isso tenha a ver com a estruturação do mercado, dado o aumento do imposto de importação, e a disponibilização de taxas de Finame mais atrativas para os produtores nacionais, aspectos que são contrastados com os juros cada vez maiores praticados pelos bancos privados”, afirma. “E, para completar, ainda lidamos com o câmbio alto nos últimos meses.”

ARTICULADOS

Outro player mundial que aposta no mercado de carregadeiras sobre rodas no Brasil, a francesa Manitou também importa suas máquinas sob as marcas Gehl e Mustang e busca reforçar no mercado a tendência para equipamentos de chassi articulado. A análise é de Pierre Warin, gerente de vendas da em


No ano passado, o Estudo de Mercado da Sobratema mapeou a venda de 5.225 pás carregadeiras sobre rodas, de classes variadas. Segundo os fabricantes entrevistados nesta reportagem, esse montante deve manter-se em 2013. Mas isso não implica em baixa movimentação no mercado. Pelo contrário, desde abril, quando as novas regras aumentaram a alíquota de impostos para os importadores de equipamentos, a concorrência ficou ainda mais acirrada. Nessa disputa, os diferenciais tecnológicos ganharam um peso significativo, é claro, mas o mercado reconhece que os competidores nacionais têm agora algumas vantagens substanciais.

É o caso da Case Construction. Segundo o gerente de marketing da empresa, Carlos França, o mercado de pás carregadeiras de rodas com caçamba entre 1 m³ e 3,5 m³ de fato se manteve estável em relação a 2012. “Mesmo assim, notamos que há uma demanda maior por máquinas nacionais”, confirma o executivo.

Especialista de produto da Caterpillar, Rodrigo Cera corrobora a percepção de França ao salientar que o ano de 2013 começou com aumento de vendas em relação a 2012, já indicando um cenário favorável para o exercício. “Várias iniciativas públicas e privadas estão em andamento e outras estão por vir, o que garante estabilidade ao mercado”, diz.

Falando como importador, Henrique Ramirez, diretor de negócios da SDLG, avalia que a venda de carregadeiras de 1 a 3,5 m³ tenha sofrido uma redução de cerca de 5% no primeiro semestre, em comparação ao mesmo período de 2012. “Entendemos que isso tenha a ver com a estruturação do mercado, dado o aumento do imposto de importação, e a disponibilização de taxas de Finame mais atrativas para os produtores nacionais, aspectos que são contrastados com os juros cada vez maiores praticados pelos bancos privados”, afirma. “E, para completar, ainda lidamos com o câmbio alto nos últimos meses.”

ARTICULADOS

Outro player mundial que aposta no mercado de carregadeiras sobre rodas no Brasil, a francesa Manitou também importa suas máquinas sob as marcas Gehl e Mustang e busca reforçar no mercado a tendência para equipamentos de chassi articulado. A análise é de Pierre Warin, gerente de vendas da empresa no Brasil, que aposta no avanço tecnológico como contraponto às conjunturas momentâneas desfavoráveis aos importadores. “Oferecemos carregadeiras de menor porte, com até 1,2 m³ de caçamba e chassi articulado, o que facilita a operação em espaços confinados, uma vez que a articulação reduz o raio de giro do equipamento e proporciona maior manobrabilidade”, pontua o especialista.

No entanto, o executivo explica que o mercado brasileiro ainda é incipiente para carregadeiras articuladas de pequeno porte. Em 2012, a marca comercializou apenas 20 unidades da máquina, mas a expectativa é de crescimento para este ano. O gerente estima que atualmente haja 23 mil unidades em operação no mundo, grande parte delas na Europa, onde historicamente esse tipo de máquina tem preferência ante as minicarregadeiras de chassi rígido. “No Brasil, sabemos que isso é uma novidade”, diz ele. “Inclusive, acreditamos que somos a primeira marca a trazer esse tipo de equipamento ao país.”

TECNOLOGIAS

Em tal cenário, a aposta da Volvo Construction Equipment recai sobre tecnologias avançadas para os equipamentos. Segundo Boris Sanchez, gerente de engenharia de vendas da empresa, as pás carregadeiras da marca inserem-se na classe que contém a maior quantidade de eletrônica embarcada disponível no mercado.

Nesse aspecto, vale o registro que a outra classe de carregadeiras inclui as máquinas classificadas genericamente como “simple tech”, ou seja, com menor incidência de eletrônica embarcada. “A escolha por máquinas com mais ou menos eletrônica depende do tipo de operação desejada, sendo que clientes que demandam alta produtividade como minerações optam por máquinas com mais eletrônica, pois são mais produtivas e consomem menos combustível”, aponta Sanchez. A redução no consumo de combustível, diz ele, é obtida pelo impacto dos sistemas na eficiência energética da máquina, regulando a operação ao oferecer diferentes modos de trabalho pré-programáveis.

França, da Case, concorda que a eletrônica embarcada gera maior produtividade e menor custo operacional. “Normalmente, as máquinas com menos eletrônica são utilizadas em aplicações simplificadas, nas quais a produtividade não é um fator primordial”, diz ele. “Nesse aspecto, o modelo W20E, por exemplo, já tem alguns anos no mercado e é reconhecido pela facilidade de manutenção, trabalhando em terraplanagem, extração de areia, madeireiras, transporte de materiais corrosivos e várias outras aplicações intensivas.”

Sobre os outros modelos da marca, o especialista acredita que a eletrônica embarcada também seja vantajosa em várias operações e de diferentes maneiras. “Um motor eletrônico com curvas variáveis de potência, por exemplo, permite que a máquina trabalhe na potência condizente com a operação, otimizando o custo operacional em qualquer circunstância”, exemplifica. “Outras soluções visivelmente vantajosas são sistemas como o Ride Control utilizado para amortecimento do braço da carregadeira e diminuição da perda de material transportado, câmara de ré e outras, que ampliam o conforto do operador.”

Já a Caterpillar recentemente lançou a série K de carregadeiras com novos apelos eletrônicos que favorecem a operação de diferentes implementos acoplados ao braço da carregadeira. Uma das soluções da marca, denominada Fine Model Control, permite ao operador escolher a velocidade de modulação hidráulica mais propícia em relação à operação a ser realizada. Outro módulo é indicado para operação com garfos, enquanto um modo denominado “fino” favorece o trabalho com guincho.

EFETIVIDADE

Entre high e simple tech, o limiar é maior do que se imagina. Engenheiro de vendas da Volvo CE para a América Latina, Masashi Fujiyama explica que as diferenças não se limitam apenas aos componentes eletrônicos, mas incluem toda a tecnologia empregada na máquina, como trens de força e sistemas hidráulicos.

Nesse aspecto, o especialista pontua que as carregadeiras da marca contam com o sistema OptiShift de transmissão, um recurso que calcula a eficiência do conversor de torque e utiliza 100% da eficiência do motor por meio da mudança automatizada das marchas. “O sistema sempre utiliza a melhor faixa do motor, na qual há menor consumo”, enfatiza. “Com isso, consegue-se um consumo de combustível até 15% menor em operações de carregamento e transporte.”

O especialista pondera que essa efetividade também depende da operação, pois as pás carregadeiras possuem frentes de trabalho por vezes muito distintas. Um exemplo é a operação de carregamento local de caminhões, na qual a carregadeira opera em “y”. “Nesse caso, o impacto no consumo de combustível é menor se comparado a uma carregadeira que precisa fazer o transporte do material até um local mais distante de carregamento”, diz Fujiyama.

TRANSMISSÃO

Quando o assunto é sistema de transmissão, a Caterpillar destaca que as carregadeiras da série K são equipadas com tecnologia hidrostática, que permite ao operador obter controle independentemente de velocidade e rotação do motor, além de controlar a tração nas rodas. “Esse nível de controle permite que dois recursos sejam adicionados como padrões”, explica Cera. “O primeiro é o limitador de velocidade, que permite ajuste da velocidade de 1 a 13 km/h na primeira faixa de opção, o que é importante na utilização de vassouras, por exemplo.”

O segundo recurso, explica o especialista, é o controle de tração, no qual o operador pode ajustar o torque nas rodas para acomodar a máquina às condições do solo, minimizando patinagem e, de quebra, aumentando a vida útil dos pneus. “Essas tecnologias podem ser ajustadas em tempo real, por meio da tela secundária opcional”, completa o especialista de produto da Caterpillar. “Além disso, a transmissão com dois motores hidráulicos permite torque contínuo, sem qualquer atraso ou interrupção durante o deslocamento.”

O executivo acrescenta que a transmissão hidrostática da Caterpillar possui menos partes móveis que as transmissões automatizadas de quatro velocidades. A caixa de engrenagem, por exemplo, é composta por apenas duas engrenagens e uma embreagem rodando em 8,5 litros de fluido de transmissão. “As transmissões convencionais têm dezenas de engrenagens e embreagens trabalhando em mais de 30 litros de fluido de transmissão”, compara. “Além disso, com menos partes móveis cria-se menos desgaste de material.”

Em termos práticos, Cera avalia que uma caixa de engrenagem da transmissão hidrostática tenha intervalo de troca de fluido estendido para 2 mil horas, enquanto a convencional exige troca a cada mil horas. “E isso impacta diretamente na disponibilidade operacional da máquina”, afirma.

Segundo ele, o impacto do sistema de transmissão no consumo de combustível tem como ponto-chave a redução da fricção e minimização das perdas de calor. “Nesse aspecto, a tecnologia hidrostática faz as duas coisas, pois com menos partes móveis também ocorre menor atrito nos rolamentos”, acentua Cera. “Além disso, não há perdas por calor, como ocorre nos conversores de torque de transmissões tradicionais.”

PNEUS

França, da Case, acede que os sistemas hidrostáticos tendem a reduzir o consumo de combustível, mas acresce que outros fatores como o motor e o sistema hidráulico podem influenciar de forma até mais significativa o sistema. “Os pneus também fazem diferença, não só no consumo, como também na produtividade”, diz ele.

Segundo o especialista da Case, existem diversos tipos de pneus disponíveis para pás carregadeiras, tanto de concepção diagonal como radial. “Os radiais possuem maior vida útil e favorecem um menor consumo de combustível”, diz. “Mas, até por isso, são mais caros.”

Já os diagonais, como destaca França, são mais resistentes, assim como os pneus sólidos para carregadeiras, utilizados principalmente em aplicações onde há contato frequente com materiais corrosivos ou que possam perfurar o pneu.

Ramirez, da SDLG, completa que, para formatar a tração, toda a energia gerada pelo trem de força é somada à distribuição do peso sobre os pneus. “Portanto, quando se usa um pneu inadequado para a aplicação a produtividade e o consumo são diretamente afetados”, explica. “É o barato que pode sair bem caro.”

Em 2011, a Volvo e a Michelin realizaram uma experiência para comparar a eficiência dos pneus radiais da marca com os pneus diagonais comercializados por concorrentes. Aferida pelo Instituto Vanzolini, a operação avaliou o carregamento de brita tipo 2 em um caminhão basculante de 16 m³, utilizando uma carregadeira com caçamba de 3,5 m³. Separadamente, o equipamento usou cada tipo de pneu por um período de uma hora.

Nesse teste, tanto os pneus radiais quanto os diagonais tinham as mesmas características de tamanho (L3 de 17,5/25), operando com a carregadeira em condições idênticas de terreno e manobrabilidade. Até mesmo o operador da máquina foi o mesmo nos dois testes, sendo que no primeiro quando o operador estava mais descansado foram utilizados pneus diagonais. E o resultado, aferido in loco pela reportagem de M&T, apontou uma economia de combustível de 8,6% com a utilização do modelo radial.

 

 

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