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Revista M&T - Ed.209 - Fevereiro 2017
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Eletrônica

Gestão avançada via satélite

Eletrônica embarcada pode transformar informação em rentabilidade, desde que os dados extraídos sejam interpretados e utilizados corretamente pelos gestores das frotas

Quem sabe o quanto é custoso manter a operação de um equipamento, valoriza os benefícios da eletrônica embarcada. Essa é a maneira como Edimilson Sabino, diretor da Capacitar Operadores, encara a importância da tecnologia incorporada aos equipamentos de construção. Com experiência na operação de máquinas em dealers da Caterpillar e John Deere, Sabino vê esses sistemas como aliados para o operador otimizar o tempo de trabalho e melhorar os resultados da operação.

Disponíveis em equipamentos de quase todas as marcas – como item de série ou opcional –, a eletrônica embarcada de fato possibilita operações mais seguras e gestão mais eficiente da frota, com benefícios como redução de consumo de combustível, identificação de falhas, antecipação de problemas, monitoramento à distância e outros.

Em geral, as tecnologias são similares e compartilham do mesmo objetivo: ajudar o usuário a extrair o melhor desempenho do equipamento com um consumo condizente, monitorando em tempo real as condições de operação para antever e solucionar possíveis problemas. As falhas geram um código e o dealer consegue identificar e alertar o usuário para a solução correta. “A eletrônica faz parte de um sistema de telemetria que mede parâmetros via satélite ou por GPRS (General Packet Radio Service) utilizado em tecnologia móbil”, observa o diretor da Capacitar Operadores. “Hoje, muitas empresas incorporaram o GPRS, pois é o que mais se aproxima do real time, sem os atrasos por vezes ocorridos em transmissões via satélite.”

Para Wellington Mitsuda, supervisor de suporte ao produto da Komatsu Brasil, a eletrônica embarcada tem evoluído rapidamente para atender à demanda de um mercado cada vez mais exigente por eficiência na produção. “Em mercados maduros como o norte-americano e o europeu, os frotistas de máquinas incorporam a tecnologia embarcada em seus negócios para obter melhores resultados, utilizando as informações que os sistemas e recursos lhes oferecem”, comenta o especialista. “No Brasil, a utilização efetiva da tecnologia embarcada ainda é tímida, porém já existem muitos clientes que identificam a importância desta ferramenta e buscam por capacitação.”

Outro avanço importante no campo do monitoramento e da tele


Quem sabe o quanto é custoso manter a operação de um equipamento, valoriza os benefícios da eletrônica embarcada. Essa é a maneira como Edimilson Sabino, diretor da Capacitar Operadores, encara a importância da tecnologia incorporada aos equipamentos de construção. Com experiência na operação de máquinas em dealers da Caterpillar e John Deere, Sabino vê esses sistemas como aliados para o operador otimizar o tempo de trabalho e melhorar os resultados da operação.

Disponíveis em equipamentos de quase todas as marcas – como item de série ou opcional –, a eletrônica embarcada de fato possibilita operações mais seguras e gestão mais eficiente da frota, com benefícios como redução de consumo de combustível, identificação de falhas, antecipação de problemas, monitoramento à distância e outros.

Em geral, as tecnologias são similares e compartilham do mesmo objetivo: ajudar o usuário a extrair o melhor desempenho do equipamento com um consumo condizente, monitorando em tempo real as condições de operação para antever e solucionar possíveis problemas. As falhas geram um código e o dealer consegue identificar e alertar o usuário para a solução correta. “A eletrônica faz parte de um sistema de telemetria que mede parâmetros via satélite ou por GPRS (General Packet Radio Service) utilizado em tecnologia móbil”, observa o diretor da Capacitar Operadores. “Hoje, muitas empresas incorporaram o GPRS, pois é o que mais se aproxima do real time, sem os atrasos por vezes ocorridos em transmissões via satélite.”

Para Wellington Mitsuda, supervisor de suporte ao produto da Komatsu Brasil, a eletrônica embarcada tem evoluído rapidamente para atender à demanda de um mercado cada vez mais exigente por eficiência na produção. “Em mercados maduros como o norte-americano e o europeu, os frotistas de máquinas incorporam a tecnologia embarcada em seus negócios para obter melhores resultados, utilizando as informações que os sistemas e recursos lhes oferecem”, comenta o especialista. “No Brasil, a utilização efetiva da tecnologia embarcada ainda é tímida, porém já existem muitos clientes que identificam a importância desta ferramenta e buscam por capacitação.”

Outro avanço importante no campo do monitoramento e da telemetria, como destaca o supervisor, é a velocidade da informação. “No caso da Komatsu, além da plataforma via web os usuários podem receber informações e visualizar a condição de operação da máquina por meio do aplicativo Komtrax Mobile para smartphones e tablets, tornando a tomada de decisões ainda mais prática e rápida”, pontua Mitsuda.

GESTÃO EFICIENTE

Aliás, os equipamentos Komatsu saem de fábrica com o sistema de monitoramento via satélite Komtrax sem custo adicional. Mitsuda explica que, com essa tecnologia, um trator de esteiras consegue atingir uma redução de até 35% no consumo de combustível, obtendo a mesma produtividade por meio da escolha do melhor modo de trabalho e da redução de desperdícios por parte do operador. “As máquinas M0 (trator de esteiras D61EX-23M0 e escavadeira hidráulica PC200-8M0) possuem um painel monitor LCD que monitora todos os parâmetros do equipamento”, explica Mitsuda. “Quando em operação, o sistema integrado indica ao operador, por meio de mensagens na tela, desde recomendações para se evitar desperdícios, como excesso de tempo em marcha lenta, até o melhor modo de trabalho para o serviço que está sendo executado, a fim de obter o melhor custo benefício.”

Na mesma linha, o gerente corporativo de gestão de equipamentos da Construtora Queiroz Galvão, Francisco Neto, informa que a empresa utiliza o sistema Trimble VisionLink habilitado em equipamentos da marca Caterpillar, além de manter contrato corporativo com a Sotreq para gestão da manutenção e desempenho de equipamentos. Ao todo, são cerca de 80 máquinas, subdivididas entre as empresas do grupo (Queiroz Galvão e Vital Engenharia Ambiental).

Segundo Neto, o controle eficiente da manutenção preventiva é fundamental para a empresa, uma vez que as falhas podem ser previstas e as soluções, antecipadas. “O sistema emite alertas, indicando anormalidades como baixas pressões de óleo lubrificante, restrição de filtros, operação do equipamento com freio de mão acionado, superaquecimento, entre outras”, comenta o gerente.

E os ganhos são palpáveis. Por exemplo, ao identificar períodos em que uma escavadeira fica ociosa, em regime de marcha lenta – no qual o sistema hidráulico não está sendo acionado, porém o equipamento mantém-se ligado e consumindo combustível –, o gestor tem a possibilidade de tomar providências, como adicionar mais caminhões para transporte de material e, assim, otimizar a produtividade. “Ao se analisar os relatórios gerados pelo sistema, é possível identificar o consumo de combustível inativo”, explica Neto. “Se o equipamento trabalhar por dez horas, porém permanecendo em regime ocioso por quatro, o ciclo de carregamento pode ser otimizado, tendo como referência os períodos em que há consumo com a máquina ociosa.”

O especialista pondera ainda que esse gerenciamento operacional fica a cargo das próprias obras, e não do departamento central de equipamentos da Queiroz Galvão. Mas a partir da identificação das falhas, a empresa pode, inclusive, proporcionar treinamento para melhorar o trabalho dos operadores. “É importante investir em sistemas que agreguem economia, por meio da rastreabilidade de falhas”, ressalta Neto.

Para ele, a eletrônica embarcada auxilia com informações vitais para gerar intervenções de manutenção no equipamento antes que a falha ocorra, mas “o acompanhamento deve ser feito com eficiência e os alertas tratados em tempo”. Desse modo, as informações de falhas podem ser enviadas para o celular e o e-mail do gestor de equipamentos da obra, que deve tomar as providências necessárias.

Embora não seja utilizado como “espião”, esse sistema de monitoramento pode também inibir negligências de operação, como super-rotação da máquina, velocidades excedentes ao limite e superaquecimento, por exemplo, induzindo o operador e o responsável pela manutenção a adotarem um trabalho mais assertivo. “Quando a Sotreq habilita o VisionLink, é informada sobre as pessoas e respectivos e-mails que devem ser credenciados para receber os alertas do sistema”, detalha o executivo.

IÇAMENTO

Para ampliar o entendimento sobre o tema, passemos para outra família e marca de máquinas. Na área de guindastes móveis sobre esteiras e pneus da marca Liebherr, por exemplo, a eletrônica embarcada é controlada principalmente pelo sistema de transferência de dados Liccon (Liebherr Computer System).

A tecnologia incorpora uma série de itens, como um limitador de momento de carga integrado, que impede a operação do guindaste com carga excessiva, além de um sistema de acoplamento e desacoplamento do gancho/moitão da frente do carro inferior, via bluetooth (BTT). O moitão fica acoplado ao carro inferior durante o deslocamento do veículo pelas vias e, no momento da operação, é possível desacoplá-lo utilizando o controle remoto.

O patolamento do guindaste também pode ser feito via bluetooth. Assim, ao verificar-se a inclinação do solo durante o patolamento, o equipamento é automaticamente nivelado. Como recurso opcional, o acesso remoto via wireless permite o controle de fora da cabine de operação. De acordo com Cesar Schmidt, gerente comercial de guindastes móveis sobre esteiras e pneus da Liebherr Brasil, a eletrônica embarcada harmoniza-se totalmente à segurança operacional. Com o nivelamento automático do equipamento, diz ele, os guindastes podem operar em posição mais segura. “Além do limitador de momento de carga, a maior parte das máquinas conta com o limitador de área de trabalho, tornando possível preestabelecer o alcance e a altura de trabalho e, com isso, impedir que o equipamento trabalhe fora desses limites”, salienta Schmidt. “Além disso, também facilita a operação em locais em que existam interferências, como pontes ou edifícios próximos.”

ESCAVAÇÃO

Vejamos ainda a questão sob o prisma de outro segmento de máquinas. A complexidade do trabalho das TBM’s (Tunnel Boring Machines) na escavação de túneis com secção transversal circular torna praticamente obrigatório o uso de controle eletrônico remoto para garantir a segurança das operações. Nesse caso, o equipamento é acompanhado por qualquer computador remoto habilitado, com visualização dos dados de perfuração do equipamento.

Segundo Fábio Sellmer, engenheiro da Herrenknecht do Brasil, esse acompanhamento é mais usual nos shields de grande diâmetro utilizados em escavação metroviária. “Normalmente, a construtora tem uma equipe técnica que faz o monitoramento em tempo real da escavação, coletando material constantemente e submetendo-o a análises”, explica ele.

São muitas variáveis que precisam ser acompanhadas e qualquer falha pode gerar problemas de graves proporções. Afinal, esses equipamentos são utilizados em projetos volumosos de infraestrutura, invariavelmente de grande porte, com investimentos vultosos e que atendem a elevada parcela da população, normalmente trabalhando abaixo de vias com grande fluxo e densas áreas residenciais.

Nessas operações, o transporte de material pode chegar a 103 m3 por metro escavado. Ou seja, requer oito ou nove caminhões basculantes para transportar o material de cada metro escavado. “As operações são acompanhadas por um computador central, assim como por profissionais de eletromecânica, robotização e mecânicos”, explica Sellmer. “Se precisar corrigir alguma irregularidade, a equipe da fábrica da Herrenknecht na Alemanha faz a interface remota e atualiza os arquivos do sistema, ajudando a resolver eventuais problemas.”

CULTURA DE GESTÃO

Como se vê, os dispositivos eletrônicos apontam os erros, seja no display, com seu código e breve descrição (no caso de guindastes), ou por e-mail, celulares e tablets (em equipamentos de Linha Amarela). Todavia, para que a tecnologia cumpra sua finalidade em favor da boa gestão da frota essas informações precisam ser devidamente interpretadas e utilizadas.

Nesse sentido, Mitsuda, da Komatsu, aponta para um grande desafio. “É necessário capacitar operadores na utilização efetiva dos novos recursos tecnológicos que as máquinas oferecem, assim como os gestores de frota na utilização das informações que os sistemas de monitoramento e telemetria disponibilizam”, sintetiza o supervisor. “Isso é necessário para planejar ações futuras e não apenas visualizar o que já ocorreu no passado.”

De fato. Também para Sabino, da Capacitar, o uso dos recursos disponíveis nos equipamentos está diretamente associado ao grau de treinamento e experiência do operador. “Hoje, o perfil de muitos proprietários de equipamentos é do empresário de pequeno porte, do ex-operador que passou a investir na compra de máquinas para locação ou prestação de serviços de terraplenagem, mas ainda carece de uma cultura de gestão empresarial, como se vê há tempos nas construtoras de maior porte”, analisa.

Para ele, esses novos empresários precisam aprender a extrair os benefícios dessas ferramentas eletrônicas, entendendo melhor os relatórios, utilizando os dados em comparativos de desempenho e, como corolário, tomando as providências para obter uma melhor gestão operacional-financeira da empresa. “Junto a isso, os dealers e fabricantes precisam disseminar mais informações sobre esses sistemas, associando-os como uma solução integrada à venda do equipamento, e não como mero investimento em pós-venda”, sugere Sabino.

Na visão crítica do especialista, as concessionárias ainda não se preocupam em fazer um trabalho mais eficiente de proximidade para mostrar essas tecnologias, de modo que as expressivas vantagens dos sistemas permanecem desconhecidas da maioria dos usuários de equipamentos. “Seria uma maneira de popularizar uso da eletrônica, porque ela só tem a somar, mas os usuários ainda não a assimilaram devido à falta de informação. O valor anual por equipamento para manter essas tecnologias habilitadas gira em torno de R$ 2 mil, quantia que os pequenos proprietários consideram elevada, mas que se paga com a economia de combustível, redução de custos de manutenção e que pode ainda ser realocada em outras partes da empresa”, comenta. “Por outro lado, as construtoras de maior porte a veem como investimento em boa gestão, obtendo sempre bons resultados.”

 

 

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