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Revista M&T - Ed.244 - Junho 2020
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Manutenção

Garantindo a disponibilidade do motor

Manutenção inadequada pode trazer graves consequências ao equipamento, como paradas inesperadas, consumo elevado, deficiências no desempenho e desvalorização do ativo

Níveis de manutenção vão de trocas periódicas a inspeção microscópica de componentes

Como qualquer outro componente de um equipamento, o motor precisa de manutenção adequada para manter o correto funcionamento, a durabilidade e a entrega de potência de acordo com o projeto e especificação do fabricante. Esse cuidado também ajuda a evitar falhas prematuras, surpresas durante a operação e consumo excessivo de combustível, além de garantir que o motor atenda às normas de emissão vigentes no país de aplicação.

Todavia, como ressalta Rodrigo Nomura, gerente de suporte ao cliente da divisão de construção da John Deere, existem vários níveis de manutenção de propulsores, que vão desde trocas periódicas de filtros, correias, lubrificantes e fluidos de arrefecimento, até análises de óleo, inspeção visual e microscópica e escâner de componentes, por exemplo.

De acordo com ele, tanto a manutenção preventiva quanto a corretiva são igualmente importantes, devendo ser realizadas conforme a necessidade e o número de horas do motor. “Cada fabricante tem suas pautas de manutenção”, explica. “Geralmente, essas informações se encontram no manual de operação do equipamento, assim como as demais manutenções de outros componentes.”

Em algumas situações, diz ele, o mesmo equipamento apresenta variações nos intervalos da preventivas, pois o ambiente e o tipo de trabalho em execução também interferem nesse ciclo. Seja como for, Nomura explica que a manutenção preventiva deve ser realizada dentro de um ambiente controlado e com tempo de execução já conhecido, pois é agendada para acontecer sem surpresas e com custos já previstos. “A corretiva, por sua vez, geralmente é mais custosa, pois a quebra de um componente pode afetar ou


Níveis de manutenção vão de trocas periódicas a inspeção microscópica de componentes

Como qualquer outro componente de um equipamento, o motor precisa de manutenção adequada para manter o correto funcionamento, a durabilidade e a entrega de potência de acordo com o projeto e especificação do fabricante. Esse cuidado também ajuda a evitar falhas prematuras, surpresas durante a operação e consumo excessivo de combustível, além de garantir que o motor atenda às normas de emissão vigentes no país de aplicação.

Todavia, como ressalta Rodrigo Nomura, gerente de suporte ao cliente da divisão de construção da John Deere, existem vários níveis de manutenção de propulsores, que vão desde trocas periódicas de filtros, correias, lubrificantes e fluidos de arrefecimento, até análises de óleo, inspeção visual e microscópica e escâner de componentes, por exemplo.

De acordo com ele, tanto a manutenção preventiva quanto a corretiva são igualmente importantes, devendo ser realizadas conforme a necessidade e o número de horas do motor. “Cada fabricante tem suas pautas de manutenção”, explica. “Geralmente, essas informações se encontram no manual de operação do equipamento, assim como as demais manutenções de outros componentes.”

Em algumas situações, diz ele, o mesmo equipamento apresenta variações nos intervalos da preventivas, pois o ambiente e o tipo de trabalho em execução também interferem nesse ciclo. Seja como for, Nomura explica que a manutenção preventiva deve ser realizada dentro de um ambiente controlado e com tempo de execução já conhecido, pois é agendada para acontecer sem surpresas e com custos já previstos. “A corretiva, por sua vez, geralmente é mais custosa, pois a quebra de um componente pode afetar outros sistemas”, explica. “Além disso, a falha quase sempre ocorre durante a operação, quando a disponibilidade do equipamento é crucial e o tempo dedicado a esse reparo geralmente é reduzido, focando apenas na solução que permita retornar o equipamento à operação o quanto antes.”

Para Gélio Figueredo, gerente de peças & serviços da Sandvik, há outra vantagem da manutenção preventiva, no caso, de motores a diesel. “As revisões têm custo baixo, um percentual reduzido quando comparado ao valor de um novo componente completo, geralmente na ordem de 1% a 2%”, diz. “Em contrapartida, o valor de uma manutenção preditiva ou corretiva, feita posteriormente para prever ou corrigir uma falha do motor, pode levar à troca de componentes internos cujo valor gira em torno de 25% a 30%, quando comparados a um novo.”

De acordo com ele, a periodicidade de parada indicada para as manutenções preventivas é de 500 h de operação, sendo que o intervalo pode ser alterado dependendo das condições operacionais de cada trabalho, a fim de manter a integridade do motor da melhor maneira possível. Além disso, há uma série de verificações diárias de funcionamento, que devem ser feitas pelos técnicos responsáveis para a detecção e prevenção de falhas.

PRECAUÇÃO

Até porque, uma manutenção inadequada do motor pode trazer graves consequências para o equipamento. “Entre elas estão paradas inesperadas, consumo elevado de combustível, custo de manutenção alto, desvalorização do ativo, troca repentina de periféricos e deficiências de performance”, enumera Fernando Dávila, da área de engenharia de produto e aplicação da BMC Hyundai. “A utilização de anticorrosivo para o motor é fundamental para garantir seu devido funcionamento e manter a temperatura correta em qualquer condição de trabalho, evitando corrosão do sistema de arrefecimento e ressecamento prematuro das mangueiras e vedações.”

Custo de revisões é bem mais baixo que as intervenções corretivas, que podem levar à troca de componentes internos

Por sua vez, Nomura avisa que todas as manutenções malfeitas levam, no final, a uma diminuição da vida útil do motor, seja por desgaste acelerado ou quebra prematura. “No caso de uso de água no lugar do líquido de arrefecimento, as consequências podem ser superaquecimento, corrosão e entupimento dos canais de resfriamento e radiador, dificultando assim a queda de temperatura”, explica.

De acordo com o especialista, é importante contar com sistemas de proteção dos motores que reduzam a potência, de modo a minimizar as possíveis falhas em caso de aquecimento. “Mas é necessária uma intervenção para diagnosticar o motivo do aquecimento e evitar que ocorra novamente”, diz ele. “E um dos motivos pode ser a utilização de líquido de arrefecimento incorreto.”

Outro cuidado indicado é evitar a entrada de pó no sistema, o que pode ocasionar consequências danosas. “A absorção de pó pela câmara de explosão do motor resulta em desgastes prematuros do conjunto de pistão (anéis e camisa)”, alerta Dávila. “Esse desgaste causa consumo elevado de combustível e queima do óleo lubrificante, gerando perda de potência e elevada pressão no respiro do motor.”

Nesse ponto, Nomura reitera que a entrada de partículas no sistema de alimentação causa uma diminuição da vida útil do motor. “O desgaste acentuado se dá primeiramente nos anéis e camisas dos cilindros”, comenta, acrescentando que o óleo contaminado se torna altamente abrasivo e acaba literalmente ‘lixando’ todos os componentes móveis do motor, levando a uma falha prematura e catastrófica. “Assim que a sílica entra em contato com o óleo do motor, começa a causar falhas na turbina, mancais, comando de válvulas e virabrequim.”

CUIDADOS

A inspeção diária antes do início das atividades de cada turno é de extrema importância, pois um simples exame visual pode identificar potenciais causadores de problemas no curto, médio e longo prazo. “Práticas simples de inspeção antes do início da operação, cuidados na troca dos filtros de ar e análise recorrente dos fluidos ajudam a prevenir e diminuir os gastos por contaminação de poeira”, explica Nomura.

Evitar abastecer o veículo com combustível de má qualidade é outro cuidado que não se deve esquecer. “Caso isso ocorra, a principal consequência é a perda de potência do motor e, por vezes. dificuldade para fazer com que ele arranque”, alerta Figueredo. “Fisicamente, em casos mais críticos é possível notar que ocorrem danos nos bicos injetores, velas e bomba de combustível, além de desgaste prematuro nos filtros.”

Isso ocorre, diz o especialista, porque a queima de combustível não é feita de maneira eficaz e nos tempos corretos do motor, o que faz com que o rendimento do componente caia drasticamente. Segundo ele, em mineração é ainda mais importante levar em conta esse fato, tendo em vista que o consumo de combustível dentro das operações é elevado e a potência necessária para a operação dos equipamentos é considerável, principalmente os de carregamento e transporte.

Outro aspecto é apontado por Nomura em relação ao combustível, que é um dos itens de maior custo operacional de um equipamento. Por essa razão, busca-se cada vez mais reduzir os gastos com a sua aquisição. “Em muitos casos, acabam sendo comprados combustíveis de fontes duvidosas, potencializando os problemas encontrados nos equipamentos”, diz. “Como parte da manutenção periódica e corretiva, os mais afetados diretamente são os filtros, bomba de transferência, bomba injetora e injetores. Além disso, os limites de emissões deixam de ser cumpridos.”

Mas não é só com a qualidade do combustível que se deve tomar cuidado para que o motor se mantenha em perfeitas condições e não apresente problemas. Nomura acrescenta outras precauções à lista. “A armazenagem prolongada de combustíveis fósseis, como o diesel, deve ser evitada na medida do possível”, avisa. “Dependendo da fonte produtora, após 30 dias da data de produção o combustível entra em um processo de degradação, oxidação e contaminação por água, causados basicamente pela presença de bactérias consumidoras e pela absorção de água através da condensação e da característica higroscópica do combustível.”

FERRAMENTAS

Por isso, diz Nomura, a indústria desenvolve soluções para controlar a proliferação bacteriana, bem como aditivos para o diesel. “Esses produtos possuem propriedades de otimização para o consumo de combustível, redução da emissão de gases poluentes, prevenção da degradação térmica e da formação incrustações no motor”, garante Nomura.

Ampliando a lista, Figueredo acrescenta outra ação que deve ser evitada. “Não se deve jamais ‘pular’ as manutenções preventivas, para que o equipamento continue operando ininterruptamente”, diz ele. “Isso gera uma diminuição considerável na vida útil e se revela uma escolha cada vez mais cara no longo prazo, tendo em vista que os tempos de parada para preventivas e corretivas começarão a ser mais longos e, obviamente, o custo disso será consideravelmente maior.”

Ignorar as manutenções preventivas diminui a vida útil do motor, com tempos de parada mais longos e caros

Nesse sentido, diversos fabricantes já oferecem dispositivos e soluções para alertar o operador sobre quando deve ser feita a manutenção, evitando que se esqueça disso. “Alguns deles, principalmente os que produzem motores com nível maior de tecnologia, como Tier 4, também oferecem uma ferramenta de monitoramento remoto que permite acompanhar os principais parâmetros durante a operação e, a partir da análise desses dados, fazer a prevenção de falha”, diz Figueredo.

Segundo Nomura, a John Deere oferece ao mercado uma solução que consiste no uso em conjunto de produtos específicos e de uma ferramenta especial (‘Clean Up 2’). “Esse conjunto permite que seja feita uma limpeza interna no sistema de combustível, sem qualquer desmontagem”, descreve. “Isso restaura e mantém a potência do motor e a vida útil do filtro de combustível, além de evitar o travamento dos injetores e reduzir as emissões de poluentes por meio da remoção das incrustações e impurezas.”

Manutenção de motoresvaria conforme o combustível

Além de garantir a vida útil, qualquer procedimento de manutenção tem entre seus objetivos manter o equipamento operacional, sem paradas desnecessárias. No caso de motores, todavia, pode haver diferenças significativas nas ações indicadas, dependendo do combustível utilizado.
Segundo Rodrigo Nomura, gerente de suporte ao cliente da divisão de construção da John Deere, motores a diesel geralmente utilizam diferentes tipos de lubrificantes, devido aos níveis de potência, aos regimes de operação e ao índice de emissões que atendem, o que requer um combustível específico em cada caso, podendo limitar o uso de alguns ‘blends’ de biodiesel.

Motores a diesel utilizam diferentes tipos de lubrificantes, de acordo com seus níveis de potência, regimes de operação e índice de emissões

Nos motores a diesel, diz ele, os intervalos de troca de óleo e filtros são menores do que nos propulsores de ciclo Otto (motor de pistão de ignição com faísca, mais comuns em veículos automotivos de quatro tempos), pois podem ser gerados níveis mais elevados de contaminação. “Já os motores a gás e etanol possuem um sistema de ignição para que a mistura ar-combustível inflame”, explica Nomura.

Além de exigirem inspeções diferenciadas, esses combustíveis também podem trazer riscos ao sistema se forem armazenados de forma incorreta. “Por essa razão, sempre é recomendado consultar o manual do operador, pois lá se encontram todas as particularidades e detalhes a serem revisados”, orienta o especialista.

Saiba mais:
BMC Hyundai: https://bmchyundai.com.br
John Deere: www.deere.com.br
Sandvik: www.sandvik.com/br

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