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Revista M&T - Ed.162 - Outubro 2012
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Empresa

Estratégia de internacionalização

Uma das principais fabricantes de soluções hidráulicas para máquinas pesadas, a empresa indiana Wipro está investindo R$ 10 milhões em sua unidade de Piracicaba (SP), além de manter em pé o projeto de construir uma nova fábrica no país

Com previsão de produzir 70 mil cilindros até o final do ano, a Wipro RKM – unidade brasileira da multinacional Wipro está recebendo aportes nas áreas de estocagem, capacitação profissional, tecnologias, equipamentos e controle de qualidade para, no período de um ano, alcançar a liderança do mercado em seu segmento.

A Wipro RKM, que integra um grupo que produz 1,2 milhão de cilindros por ano e só com esse produto faturou U$ 300 milhões em 2011, é um dos principais fornecedores de componentes para diversos equipamentos OEM (Original Equipment Manufacture), como tratores, guindastes, caminhões basculantes e máquinas agrícolas, entre outros. Seus principais focos são os setores de construção civil, mineração, agricultura, movimentação de cargas, plataformas de petróleo, portos, navios e hidrelétricas.

Segundo a empresa, os investimentos tornaram-se necessários devido à grande aceitação que seus novos produtos para o segmento de construção civil e mineração vêm obtendo no mercado nacional, com destaque para os cilindros telescópicos e kits hidráulicos utilizados em caminhões basculantes e semibasculantes (truck hydraulics).

“Há uma forte demanda pelos novos produtos que exige uma ampliação de nossas instalações, que no momento não seriam suficientes para atendê-la”, diz José Luiz Ramos, CEO da Wipro RKM. “Por isso, decidimos realizar essa mudança em dois tempos, primeiro com a ampliação e, depois, com a instalação de uma nova unidade.”

O executivo afirma que a turbulência no cenário econômico mundial, particularmente na zona do euro, fez com que o projeto da nova unidade fosse reavaliado e prorrogado para o biênio 2013-2014. “Isso não significa o cancelamento da nova fábrica, é apenas um ajuste para criar um plano de negócios que viabilize a nova fábrica”, diz Ramos. “Haverá uma nova aprovação dentro de um plano estratégico corporativo mundial, sendo que voltaremos a falar disso agora em novembro.”

A sensível redução de volumes e pedidos de clientes neste ano, entretanto, não impediu a continuidade do projeto de ampliação das instalações atuais, que deve ser completado nos próximos 90 dias. Hoje, as instalações da empresa têm 8.400 m² e, com os investimentos, serão ampliadas com uma área para estocagem de ma


Com previsão de produzir 70 mil cilindros até o final do ano, a Wipro RKM – unidade brasileira da multinacional Wipro está recebendo aportes nas áreas de estocagem, capacitação profissional, tecnologias, equipamentos e controle de qualidade para, no período de um ano, alcançar a liderança do mercado em seu segmento.

A Wipro RKM, que integra um grupo que produz 1,2 milhão de cilindros por ano e só com esse produto faturou U$ 300 milhões em 2011, é um dos principais fornecedores de componentes para diversos equipamentos OEM (Original Equipment Manufacture), como tratores, guindastes, caminhões basculantes e máquinas agrícolas, entre outros. Seus principais focos são os setores de construção civil, mineração, agricultura, movimentação de cargas, plataformas de petróleo, portos, navios e hidrelétricas.

Segundo a empresa, os investimentos tornaram-se necessários devido à grande aceitação que seus novos produtos para o segmento de construção civil e mineração vêm obtendo no mercado nacional, com destaque para os cilindros telescópicos e kits hidráulicos utilizados em caminhões basculantes e semibasculantes (truck hydraulics).

“Há uma forte demanda pelos novos produtos que exige uma ampliação de nossas instalações, que no momento não seriam suficientes para atendê-la”, diz José Luiz Ramos, CEO da Wipro RKM. “Por isso, decidimos realizar essa mudança em dois tempos, primeiro com a ampliação e, depois, com a instalação de uma nova unidade.”

O executivo afirma que a turbulência no cenário econômico mundial, particularmente na zona do euro, fez com que o projeto da nova unidade fosse reavaliado e prorrogado para o biênio 2013-2014. “Isso não significa o cancelamento da nova fábrica, é apenas um ajuste para criar um plano de negócios que viabilize a nova fábrica”, diz Ramos. “Haverá uma nova aprovação dentro de um plano estratégico corporativo mundial, sendo que voltaremos a falar disso agora em novembro.”

A sensível redução de volumes e pedidos de clientes neste ano, entretanto, não impediu a continuidade do projeto de ampliação das instalações atuais, que deve ser completado nos próximos 90 dias. Hoje, as instalações da empresa têm 8.400 m² e, com os investimentos, serão ampliadas com uma área para estocagem de matéria-prima de 1.600 m², localizada a 600 m das instalações atuais e que dará maior condição de competitividade à empresa.

O programa trienal de investimentos chega a R$ 10 milhões e inclui ainda a aquisição de uma série de equipamentos de grande porte para a linha de produção, com alto grau de automação e tecnologia embarcada, envolvendo as áreas de montagem, lavagem, pintura e outras. “Temos de estar sempre um passo a frente da expectativa de crescimento de nossos clientes”, diz o executivo.

Viabilidade

Mesmo com a aprovação dos investimentos ainda em análise de viabilidade, a Wipro RKM já projeta a nova unidade, que por uma série de fatores como logística, mão de obra e outros também deve ser instalada em Piracicaba, no interior paulista. Os planos são de começar as obras no próximo ano para iniciar a produção em 2014.

Na Linha Amarela, um dos mercados em que a Wipro almeja liderar, os produtos têm porte maior, atuam com maior grau de severidade e são geralmente importados. Isso, como explica Ramos, acarreta um acréscimo no valor do equipamento, fazendo com que desenvolvimento local passe a ter uma grande relevância para o fabricante. Porém, afirma o executivo, o momento não é para precipitações.

“Para que se possa instalar uma fábrica nova, o prazo mínimo é de 24 meses e o investimento é de R$ 20 milhões”, explica Ramos. “Mas uma atitude mais prudente é fundamental nesse momento, com uma análise de risco bem pautada e sustentada dentro do plano de negócios.”

A cautela é explicada pelo cenário instável no mercado internacional, que tem impactado seus produtos. “O segundo semestre não está sendo como o previsto pela indústria como um todo”, diz o executivo. “Há um item novo nosso, o kit hidráulico para caminhões basculantes, que teve uma retração significativa, muito em função do impacto do euro V, que ainda não está resolvido nas montadoras.”

Segundo ele, a área de guindastes foi outra que também registrou uma sensível redução no período, muito por conta do acirramento da competição comercial. “No ano passado, havia uma expectativa muito maior do que estamos vendo na realidade”, frisa. “A concorrência internacional também tem sido um fator determinante na escolha de fornecedores e o setor de guindastes tem uma participação considerável de importados.”

Nesse sentido, as recentes medidas do governo para retomar o crescimento econômico foram bem recebidas pela Vipro RKM que, no entanto, não pretende aumentar de imediato o volume total de produção. “Qualquer medida que possa incrementar os negócios ou criar condições de financiamento para bens de capital são muito bem-vindos”, diz Ramos. “Ainda é muito cedo para ter um reflexo visível, mas vamos sentir no curto prazo mesmo que não seja suficiente para uma retomada.”

Cenário

Além da instabilidade, a Wipro tem consciência de outros fatores críticos para qualquer player no mercado atual de equipamentos tem de enfrentar, como concorrência crescente, fontes de financiamento e custo de commodities.

Em relação ao aço, por exemplo, o executivo avalia que, mesmo com uma diferença menor do valor da política cambial (valor que efetivamente está valendo o aço no exterior), ainda existem alternativas de especificação fora do Brasil mais competitivos do que o mercado local.

“O aço impacta de uma maneira severa em nossa formação de preços, pois no cilindro há dois componentes pesados, a haste e a ‘camisa’, que têm um peso grande no custo final”, diz ele. “E, quando se está em uma concorrência global, não podemos desprezar nada em termos de fornecedores.”

Em relação à competitividade em um ambiente de concorrência global, a estratégia da empresa é voltar-se totalmente para a internacionalização, único caminho para sobreviver em um cenário de canibalização empresarial crescente.

“O que é preciso ter como foco é que se trata de um caminho sem volta, o mundo acabou ficando pequeno para atender as demandas que estão surgindo”, vaticina Ramos. “Ou se tem a capacidade de internacionalizar, com fontes externas, sinergia de tecnologia e produtividade, ou não se tem espaço nesse cenário. Estamos caminhando nesse processo, aprendendo a ter uma maior produtividade, processos mais robustos, menos perdas e retrabalho, condição de automação que garanta uma confiabilidade maior, atuando em várias frentes para compensar o Custo Brasil.”

Até por isso, os produtos da Wipro são produzidos em vários países, não apenas nos de baixo custo. Isso inclui Coreia, China, Suécia, Japão e outros, sendo que cada componente tem um fornecedor global, em qualquer parte do mundo. “A grande dificuldade é a equalização do Custo Brasil dentro dessa especificidade global”, insiste o CEO da Wipro RKM, que exporta a maior parte de sua produção para os Estados Unidos. “Essa é uma particularidade brasileira negativa na competitividade global.”

Por outro lado, dentre as vantagens de se produzir localmente está a possibilidade de se obter linhas de financiamento como o Finame, algo que a empresa de origem indiana também se interessa. “Nosso produto é parte de equipamentos tratores, máquinas agrícolas, guindastes que são beneficiados com a venda por meio de financiamentos”, diz Ramos. “Como o Finame exige um grau de nacionalização do equipamento, o cilindro é um item que tem peso e valor agregado que, na maioria dos casos, o torna interessante para o fabricante.”

Aquisição preserva cultura local

A RKM já tinha uma história de 34 anos quando foi adquirida pela Wipro no ano passado. Como explica Ramos, quando se decidiu em vir para o país a multinacional com sede em Bangalore tinha dois caminhos: construir uma nova fábrica ou adquirir uma marca estabelecida. A segunda opção prevaleceu e, após a aquisição, todo o grupo executivo foi mantido, inclusive ele.

“Ainda estamos em meio ao processo de integração à cultura, o que levará pelo menos mais seis meses de trabalho, pois envolve áreas como qualidade, manufatura, logística e financeira, todo um conjunto global de ajustes a uma nova filosofia e expectativas de resultados”, diz. “Mas o fato é que eles preservam muito a cultura e a competência local.”

 

 

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