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Revista M&T - Ed.205 - Setembro 2016
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Coluna Yoshio

Estamos mesmo evoluindo?

É simplesmente muito difícil afirmar sem titubear que o atual estágio em que se encontra a humanidade seja muito melhor do que os anteriores

Se considerarmos a tecnologia disponível na atualidade, a resposta à pergunta acima certamente será um sonoro e irrefutável “sim”. Quanto a isso, estamos todos de acordo e imagino que poucos queiram negar ou mesmo questionar tal fato.

Inclusive, retrocedendo um pouco no tempo, é possível notar que alguns avanços científicos foram antecipados pela ficção científica e suas projeções. A presença dos computadores em nossas vidas, por exemplo, tornando-se cada vez mais autônomos e autoprogramáveis, foi uma delas. Porém, o advento e o predomínio do telefone celular e do “smartphone” não foram imaginados nas obras de ficção de algum tempo atrás.

O impacto da tecnologia da informação nos costumes da vida cotidiana foi avassalador para quase todo mundo, ainda que alguns não tenham aderido às novas tecnologias. A comunicação mudou de forma, o relacionamento tornou-se próximo e distante ao mesmo tempo e novos hábitos inundaram a vida das pessoas, em todos os cantos do planeta.

Outro campo que trouxe grande impacto às nossas vidas foi a biotecnologia, manifesta em um espetacular avanço do conhecimento sobre a saúde humana. Hoje, vivemos muitos anos mais do que nossos antepassados, sentimos menos dores no nosso corpo, mantemos a saúde física e mental até uma idade muito mais avançada que as gerações anteriores.

O mais interessante, contudo, ocorre quando estreitamos o nosso olhar para o aspecto puramente humano da contemporaneidade. É simplesmente muito difícil afirmar sem titubear que o atual estágio (ético, moral, metafísico ou sob qualquer outra perspectiva cognitiva-comportamental) em que se encontra a humanidade seja muito melhor do que os anteriores. O desenvolvimento da qualidade humana, considerando-se as práticas éticas, o senso de responsabilidade sobre as coisas comuns, o cumprimento do dever das figuras públicas e a postura do cidadão, gera questionamentos em todo o mundo.

É possível que fatos dissimulados no passado e escondidos no baú de segredos da História não sejam plenamente aparentes para nós, dando-nos a impressão de que as atitudes humanas não estão avançando na mesma velocidade da evolução tecnológica. Parece-me que as crenças humanas levam mais tempo para serem atualizadas, se é que o são.

Talvez seja hora de retomarmos o exercício aristotélico de p


Se considerarmos a tecnologia disponível na atualidade, a resposta à pergunta acima certamente será um sonoro e irrefutável “sim”. Quanto a isso, estamos todos de acordo e imagino que poucos queiram negar ou mesmo questionar tal fato.

Inclusive, retrocedendo um pouco no tempo, é possível notar que alguns avanços científicos foram antecipados pela ficção científica e suas projeções. A presença dos computadores em nossas vidas, por exemplo, tornando-se cada vez mais autônomos e autoprogramáveis, foi uma delas. Porém, o advento e o predomínio do telefone celular e do “smartphone” não foram imaginados nas obras de ficção de algum tempo atrás.

O impacto da tecnologia da informação nos costumes da vida cotidiana foi avassalador para quase todo mundo, ainda que alguns não tenham aderido às novas tecnologias. A comunicação mudou de forma, o relacionamento tornou-se próximo e distante ao mesmo tempo e novos hábitos inundaram a vida das pessoas, em todos os cantos do planeta.

Outro campo que trouxe grande impacto às nossas vidas foi a biotecnologia, manifesta em um espetacular avanço do conhecimento sobre a saúde humana. Hoje, vivemos muitos anos mais do que nossos antepassados, sentimos menos dores no nosso corpo, mantemos a saúde física e mental até uma idade muito mais avançada que as gerações anteriores.

O mais interessante, contudo, ocorre quando estreitamos o nosso olhar para o aspecto puramente humano da contemporaneidade. É simplesmente muito difícil afirmar sem titubear que o atual estágio (ético, moral, metafísico ou sob qualquer outra perspectiva cognitiva-comportamental) em que se encontra a humanidade seja muito melhor do que os anteriores. O desenvolvimento da qualidade humana, considerando-se as práticas éticas, o senso de responsabilidade sobre as coisas comuns, o cumprimento do dever das figuras públicas e a postura do cidadão, gera questionamentos em todo o mundo.

É possível que fatos dissimulados no passado e escondidos no baú de segredos da História não sejam plenamente aparentes para nós, dando-nos a impressão de que as atitudes humanas não estão avançando na mesma velocidade da evolução tecnológica. Parece-me que as crenças humanas levam mais tempo para serem atualizadas, se é que o são.

Talvez seja hora de retomarmos o exercício aristotélico de pensar com mais profundidade sobre como o humano deveria ser e comportar-se, refletindo sobre os valores que a humanidade precisa preservar ou mesmo criar para equiparar-se em essência ao fabuloso avanço tecnológico que enfim conquistou.

*Yoshio Kawakami é consultor da Raiz Consultoria e diretor técnico da Sobratema

 

 

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