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Revista M&T - Ed.199 - Março 2016
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Locação

Enfrentando o turbilhão

Setor de rental sofre com falta de obras, queda nos preços e fluxo mais apertado nas operações, mas algumas empresas também veem oportunidades trazidas pela conjuntura
Por Joás Ferreira

A se pautar pelas análises de especialistas, o prognóstico para o setor da construção no Brasil configura um cenário pouco promissor nos próximos meses, indicando previsão de uma nova queda considerável do nível de negócios. Ou seja, queda sobre queda, afetando toda a cadeia produtiva.

Isso faz com que os atores de todos os segmentos setoriais se disponham a procurar soluções e tomar providências para tentar minimizar os efeitos da propalada crise econômica. A situação, obviamente, não é diferente para o segmento de locação de máquinas e equipamentos pesados para construção e mineração.

De acordo com Eurimilson João Daniel, diretor da Escad e vice-presidente da Sobratema, em grande parte as providências para 2016 já foram tomadas pelo setor, como a redução da estrutura e o realinhamento das empresas ao novo cenário de contingências que se descortina no país. “Estamos muito apoiados no PIB, mas sem crescimento, até outros mercados ficam comprometidos”, afirma Daniel. “Os novos negócios que poderiam ser oportunidade dependem de investimentos, mas o momento não me parece ideal para isso.”

Já Marcelo Yamane, diretor da Unidade de Negócios Rental da Mills, destaca que a empresa vem realizando “trabalhos contínuos para oferecer um serviço diferenciado, incluindo localização estratégica das unidades, frota diferenciada e qualidade no atendimento, que permitirão enfrentar este momento de baixa do mercado”.

Para ele, outra forma de compensar em parte a profunda queda do setor da construção é voltar-se para outros segmentos e mercados, que podem ser mais bem explorados. Yamane também cita a exportação de ativos como uma alternativa viável para equilibrar a oferta e a demanda de equipamentos no mercado local. E acrescenta: “Temos ainda o desenvolvimento de parceiros locais, revisão de processos, capacitação de equipes, enfim, ações diversas visando à otimização de nossa operação e que podem tornar a empresa mais ágil para responder às necessidades de nossos clientes”.

FOCO

Ampliando o quadro, Daniel frisa que todos os setores sofrem com fatores como “a falta de obras, a queda nos preços, o comprometimento na rentabilidade e a dura realidade de lidar com o fluxo mais


A se pautar pelas análises de especialistas, o prognóstico para o setor da construção no Brasil configura um cenário pouco promissor nos próximos meses, indicando previsão de uma nova queda considerável do nível de negócios. Ou seja, queda sobre queda, afetando toda a cadeia produtiva.

Isso faz com que os atores de todos os segmentos setoriais se disponham a procurar soluções e tomar providências para tentar minimizar os efeitos da propalada crise econômica. A situação, obviamente, não é diferente para o segmento de locação de máquinas e equipamentos pesados para construção e mineração.

De acordo com Eurimilson João Daniel, diretor da Escad e vice-presidente da Sobratema, em grande parte as providências para 2016 já foram tomadas pelo setor, como a redução da estrutura e o realinhamento das empresas ao novo cenário de contingências que se descortina no país. “Estamos muito apoiados no PIB, mas sem crescimento, até outros mercados ficam comprometidos”, afirma Daniel. “Os novos negócios que poderiam ser oportunidade dependem de investimentos, mas o momento não me parece ideal para isso.”

Já Marcelo Yamane, diretor da Unidade de Negócios Rental da Mills, destaca que a empresa vem realizando “trabalhos contínuos para oferecer um serviço diferenciado, incluindo localização estratégica das unidades, frota diferenciada e qualidade no atendimento, que permitirão enfrentar este momento de baixa do mercado”.

Para ele, outra forma de compensar em parte a profunda queda do setor da construção é voltar-se para outros segmentos e mercados, que podem ser mais bem explorados. Yamane também cita a exportação de ativos como uma alternativa viável para equilibrar a oferta e a demanda de equipamentos no mercado local. E acrescenta: “Temos ainda o desenvolvimento de parceiros locais, revisão de processos, capacitação de equipes, enfim, ações diversas visando à otimização de nossa operação e que podem tornar a empresa mais ágil para responder às necessidades de nossos clientes”.

FOCO

Ampliando o quadro, Daniel frisa que todos os setores sofrem com fatores como “a falta de obras, a queda nos preços, o comprometimento na rentabilidade e a dura realidade de lidar com o fluxo mais apertado”. Nesse contexto, segundo ele, nem mesmo a opção de venda de ativos desponta como uma alternativa plenamente satisfatória. “Na verdade, os preços nada atrativos fazem dessa opção uma dolorosa decisão, na qual cada empresa mede sua necessidade”, avalia.

No entanto, o diretor contrapõe que as empresas, ao menos, estão mais preparadas para enfrentar o turbilhão. “Estamos preparados para um ano muito parecido com 2015, em números, índices e rotatividade”, sublinha. “O que muda é que já contamos com uma estrutura mais moldada para esse cenário, sendo que a gestão interna ganha uma atenção especial e os controles e decisão de investimentos tornam-se mais analíticos.”

Para o diretor da Mills, por sua vez, o ano de 2016 apresenta um desafio ainda maior que 2015, pois “há retração em todo o mercado e uma falta de previsibilidade muito grande, em consequência da soma das crises econômica e política que o país está vivendo”. No entanto, segundo Yamane, a empresa se preparou para enfrentar esse desafio justamente com a melhoria de sua cobertura de mercado, atuando em segmentos nos quais ainda há oportunidades não exploradas.

O diretor enfatiza que a estratégia de buscar novos mercados e ofertar serviços pode constituir uma providência perfeitamente cabível para o momento econômico delicado do país. Como a empresa opera com equipamentos de elevação de cargas e pessoas, há – segundo ele – um amplo espaço para trabalhar essas soluções em mercados ainda com baixa cultura de utilização. “Se comparado aos mercados europeu e norte-americano, o uso de plataformas aéreas ainda é incipiente no Brasil,”, afirma. “Desse modo, existem vários mercados que não possuem a cultura de utilização desses equipamentos, o que abre espaço para trabalhar os ganhos de produtividade e segurança que eles oferecem.”

O executivo refere-se a uma questão de foco estratégico das empresas, que teria ficado demasiadamente preso ao boom que o segmento da construção vivenciou até 2013, pelo menos. “Apesar de também utilizarem as plataformas aéreas, nos últimos anos os demais segmentos foram muito pouco explorados e, por isso, acreditamos ainda haver muito a ser desenvolvido no mercado de acesso aéreo”, opina Yamane. Não obstante, o representante da Mills se mostra cauteloso. “Será um ano desafiador, sem dúvida, o que nos motiva a buscar oportunidades de melhorias em todas as áreas da empresa”, conclui.

OPORTUNIDADES

Em meio à retração quase generalizada nos negócios, há ainda quem – por motivos diferentes – vislumbre excelentes oportunidades no segmento brasileiro de locação de equipamentos. A Inovar Locações é uma dessas empresas. Fundada em 2011 na cidade de Uberaba (MG), a locadora inicialmente se dedicava à operação exclusiva com contêineres. Dois anos depois, após incorporar equipamentos como compressores, geradores, compactadores, betoneiras, andaimes e outros, já havia implantado uma rede de franquias com 37 unidades espalhadas pelo país, apresentando um crescimento de 400% em seu primeiro ano com franqueados, sendo que mais recentemente registrou um faturamento superior a R$ 15 milhões.

Atualmente, a rede tem como principal objetivo aumentar seu portfólio, conforme comenta o diretor Mauricio Zanata. “Se compararmos o Brasil com os EUA e Europa, veremos que a demanda por locação chega a ser 18 vezes maior naqueles mercados”, diz ele. “Por isso, vemos uma excelente oportunidade de crescimento.”

Além do tamanho do mercado, há a questão das prioridades das empresas. Nesse sentido, o executivo acredita que a crise pode levar muitas empresas a buscar na locação uma forma de reduzir custos e evitar investimentos. Por isso, diz ele, o Brasil ainda representa um filão importante a ser explorado pela locação. “Hoje, o setor ocupa apenas 20% do mercado brasileiro”, ressalta Zanata. “Em países desenvolvidos, essa participação atinge 80%, ou seja, o nosso país demonstra potencial real para o aumento desse mercado.”

A mesma visão de oportunidade é compartilhada pela Convicta Locações, braço do Grupo Convicta, de São José dos Pinhais (PR), que também produz equipamentos para dosagem, mistura, transporte e bombeamento de concreto. Segundo o diretor Flávio Werneck, a atual conjuntura tende a tornar a locação mais atrativa para construtoras e concreteiras. “Isso porque, na locação, deixa-se de imobilizar recursos valiosos, reduzindo gastos com manutenção, diárias improdutivas, depreciação, estrutura, logística, controle de patrimônio e revenda, além de ter disponibilidade imediata para os equipamentos”, diz. “Assim, quando se aluga um equipamento, o capital de investimento é preservado e há redução de desperdícios, pois paga-se apenas pela utilização necessária, focando as ações e recursos na administração da obra.”

 

 

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