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Revista M&T - Ed.158 - Junho 2012
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Engenharia Militar

Em estado de alerta para a manutenção da frota

Como o Exército Brasileiro faz a gestão e manutenção de uma frota de 3.600 equipamentos pesados que atuam em obras espalhadas por todo o país

A extensão das estradas já construídas pelo Exército no Brasil seria mais que suficiente para dar meia volta ao mundo, ligando São Paulo a Tóquio, enquanto as obras ferroviárias no país que contaram com a ação da engenharia militar ligariam com sobras o litoral paulista ao do Senegal, no outro lado do oceano Atlântico. Com dados como esses, é fácil compreender por que o Exército ocupa um lugar de destaque na construção pesada brasileira.

A atuação militar na área, aliás, já gerou uma economia de R$ 130 milhões ao país. Essas obras, realizadas em regime de cooperação com o governo Federal, ajudam a manter a tropa treinada em tempos de paz e contribuem para a melhoria da infraestrutura em situações de calamidade ou em projetos pouco atrativos à iniciativa privada. Para cumprir esse papel, com quase 20 mil km de rodovias e 6 mil km de ferrovias já construídas, a Arma de Engenharia conta com um parque de 3.600 equipamentos pesados, uma dos maiores frotas em atividade no país, e forma cerca de 2.600 profissionais por ano para a operação dessas máquinas.

A manutenção da frota, entretanto, ainda é reconhecidamente um aspecto crítico para a corporação. “A formação de mão de obra é um dos nossos pontos fracos”, avalia o general Joaquim Maia Brandão Júnior, chefe do Departamento de Engenharia e Construção (DEC) do Exército. “Desde a década de 1990, quando a atividade de construção pesada retraiu muito, fomos perdendo técnicos e a estrutura desmantelou. A partir do ano 2000, começamos a reformular a área, mas ainda terceirizamos muita coisa para a iniciativa privada.”

Para superar esse desafio, o Exército conta com o apoio imprescindível dos fabricantes de equipamentos, que oferecem treinamentos aos militares mobilizados nos canteiros de obras e até mesmo o suporte de manutenção à frota. “Muitas vezes não conseguimos identificar os problemas, o que exige um diagnóstico de quem produz o equipamento”, diz o coronel Osmar de Lima Araujo, chefe da Seção de Acompanhamento da Força de Trabalho (SAF) da Diretoria de Obras de Cooperação (DOC), órgão de apoio técnico-normativo ligado ao DEC.

Gestão descentralizada

A frota do Exército abrange praticamente todos os tipos de equipamentos para construção pesada


A extensão das estradas já construídas pelo Exército no Brasil seria mais que suficiente para dar meia volta ao mundo, ligando São Paulo a Tóquio, enquanto as obras ferroviárias no país que contaram com a ação da engenharia militar ligariam com sobras o litoral paulista ao do Senegal, no outro lado do oceano Atlântico. Com dados como esses, é fácil compreender por que o Exército ocupa um lugar de destaque na construção pesada brasileira.

A atuação militar na área, aliás, já gerou uma economia de R$ 130 milhões ao país. Essas obras, realizadas em regime de cooperação com o governo Federal, ajudam a manter a tropa treinada em tempos de paz e contribuem para a melhoria da infraestrutura em situações de calamidade ou em projetos pouco atrativos à iniciativa privada. Para cumprir esse papel, com quase 20 mil km de rodovias e 6 mil km de ferrovias já construídas, a Arma de Engenharia conta com um parque de 3.600 equipamentos pesados, uma dos maiores frotas em atividade no país, e forma cerca de 2.600 profissionais por ano para a operação dessas máquinas.

A manutenção da frota, entretanto, ainda é reconhecidamente um aspecto crítico para a corporação. “A formação de mão de obra é um dos nossos pontos fracos”, avalia o general Joaquim Maia Brandão Júnior, chefe do Departamento de Engenharia e Construção (DEC) do Exército. “Desde a década de 1990, quando a atividade de construção pesada retraiu muito, fomos perdendo técnicos e a estrutura desmantelou. A partir do ano 2000, começamos a reformular a área, mas ainda terceirizamos muita coisa para a iniciativa privada.”

Para superar esse desafio, o Exército conta com o apoio imprescindível dos fabricantes de equipamentos, que oferecem treinamentos aos militares mobilizados nos canteiros de obras e até mesmo o suporte de manutenção à frota. “Muitas vezes não conseguimos identificar os problemas, o que exige um diagnóstico de quem produz o equipamento”, diz o coronel Osmar de Lima Araujo, chefe da Seção de Acompanhamento da Força de Trabalho (SAF) da Diretoria de Obras de Cooperação (DOC), órgão de apoio técnico-normativo ligado ao DEC.

Gestão descentralizada

A frota do Exército abrange praticamente todos os tipos de equipamentos para construção pesada, principalmente os utilizados em serviços de terraplanagem e pavimentação. Para operar com essas máquinas em todas as regiões do país, a corporação adota o modelo de gestão descentralizado. “Quem coordena a administração do equipamento são os batalhões de engenharia, que têm seus próprios planos de trabalho e de manutenção para atender às necessidades de cada obra”, explica o coronel Araujo.

Todos os equipamentos são camuflados, uma norma estabelecida pelo Exército desde 2002. “O que nosso pessoal faz em tempo de não-guerra, como chamamos, é a mesma atividade que fariam em tempo de crise. No caso de necessidade, nossos equipamentos estão sempre preparados para pronta mobilização”, afirma o chefe da DOC. “E também há o apelo de marketing, pois só o Exército usa equipamentos camuflados no país. É uma das nossas marcas.”

A DOC conta atualmente com 11 mil militares em todo o país e cerca de 2 mil profissionais atuam exclusivamente na área de manutenção de equipamentos. Segundo o coronel Araujo, cada batalhão de engenharia mantém uma oficina própria e equipes volantes, que percorrem as obras para realizar manutenções preventivas e preditivas, além de intervenções corretivas mais simples, como algumas trocas de peças. Consertos maiores ficam por conta dos fabricantes, seus distribuidores e demais prestadores de serviços.

Essa autonomia é especialmente importante em função das peculiaridades que envolvem a operação dos equipamentos em cada região do país. “A abrasividade do solo, por exemplo, varia de um local para o outro, gerando diferentes níveis de desgaste nos componentes e a necessidade de uma adaptação das máquinas às condições locais”, diz o coronel Araujo.

Foco no treinamento

Nesse aspecto, os militares se beneficiam dos conhecimentos assimilados nos cursos de treinamento ministrados pelo Instituto Opus centro de formação de mão de obra ligado à Sobratema para a melhor compreensão de tais variabilidades e de seu impacto na operação e manutenção dos equipamentos. “Há alguns anos a gente vem formando operadores em conjunto com o Opus e a tendência é que essa parceria se amplie ainda mais no futuro”, diz Araujo.

Nos últimos anos, o Opus ministrou diversos cursos para o treinamento de operadores em diferentes batalhões de engenharia e obras executadas pelo Exército, bem como para a tropa enviada ao Haiti em missão de paz pela ONU (Organização das Nações Unidas). Além disso, em março último o instituto também realizou um curso de gestão de frotas para militares das patentes de sargento, tenente, capitão e major, provenientes de todas as regiões do país.

Para aprimorar os serviços de manutenção, a DOC promove anualmente diversos cursos voltados à atualização profissional dos militares envolvidos com as atividades nas oficinas mecânicas. Entre os meses de maio e junho, por exemplo, estavam previstos três cursos na fábrica da Ciber, em Porto Alegre (RS), e o EMAN 2012 – XIII Estágio de Encarregados de Manutenção. A data desses eventos, aliás, foi programada para permitir que esses militares pudessem se deslocar de sua base de trabalho para uma visita à M&T Expo 2012, em São Paulo.

Outro desafio na gestão da frota é a logística para mobilização desses equipamentos. Em regiões como a Amazônia, o deslocamento das máquinas impõe maior grau de dificuldade e alto risco à operação. “Temos unidades posicionadas estrategicamente em locais de interesse, como o 5º BEC, em Porto Velho (RO), que serve de entreposto”, explica o coronel. “Quando precisamos mobilizar ativos para a região, ele serve de base para que os equipamentos sejam levados por balsas até as frentes de operação.”

Atuação estratégica em todo o país

Dentre as principais realizações do Exército na infraestrutura do país destacam-se as obras de integração da Amazônia, como a construção da BR-319, que liga Manaus (AM) a Porto Velho (RO), e da BR-163, entre Cuiabá (MT) e Santarém (PA), além de soluções para a seca no Nordeste, como a integração da bacia do rio São Francisco.

Atualmente, a corporação atua simultaneamente em 41 projetos de grande visibilidade, incluindo a terraplenagem do terminal de pátio de passageiros 3 do aeroporto de Guarulhos (SP), que será entregue com mais de um ano de antecedência. “Nesse projeto, movimentamos 2 milhões de m3 de terra, escavando até 6 m de profundidade para a remoção de solo mole e sua substituição por material de melhor qualidade”, detalha o general Joaquim Maia Brandão Júnior, chefe do Departamento de Engenharia e Construção (DEC) do Exército.

 

 

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