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Revista M&T - Ed.177 - Março 2014
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Manipuladores Telescópicos

Em busca do ponto mais alto

Com a demanda para construção estabilizada nos últimos anos, fabricantes apostam no agronegócio para impulsionar o mercado de manipuladores no Brasil

É quase consenso de que o principal apelo dos manipuladores é mesmo sua versatilidade operacional, uma vez que oferecem uma série de implementos, como conchas, garfos, guinchos etc. Mas, no Brasil, aparentemente sua aplicação ainda não decolou. No ano passado – que foi melhor do que os anteriores – apenas 550 unidades foram vendidas, segundo o Estudo Sobratema do Mercado Brasileiro de Equipamentos. Em comparação, a venda de retroescavadeiras bateu na casa das 11 mil unidades.

No Reino Unido e na França, aliás, a cada cinco manipuladores telescópicos negociados se vende uma retroescavadeira. Lá, essas máquinas são populares por atender a projetos de construção civil, mineração, indústrias e outros, com predominância do setor agrícola, principal usuário mundial para esse tipo de máquina.

Por aqui, a situação momentânea para essas máquinas – chamadas originalmente de telehandlers – é de luta por espaço e crescimento. Mas, na avaliação dos fabricantes, tal situação não deve perdurar por muito tempo, pois as projeções para os próximos anos são mais que otimistas.

MECANIZAÇÃO

No curto prazo, as fichas são depositadas na construção pesada e civil. Em alguns anos, “a menina dos olhos” se tornará definitivamente a agricultura. Atualmente, porém, os únicos compradores expressivos são as construtoras atuantes em programas de habitação popular (como Minha Casa, Minha Vida), onde as obras começaram a ser paletizadas e os telehandlers já vêm demonstrando eficiência. “Na verdade, a versatilidade dos manipuladores foi conhecida no Brasil apenas nos últimos cinco anos”, diz Nei Hamilton, diretor comercial da JCB no país. “E chegou justamente para atender a um amadurecimento natural do mercado, que passou a exigir mais produtividade e, consequentemente, maior mecanização no canteiro de obras.”

Como enfatiza o especialista, trata-se de uma modalidade de equipamento relativamente nova no Brasil, ainda bastante desconhecida pelos usuários brasileiros e que tende a ser mais comercializada à medida que se popularize. Para Hamilton, o ponto de virada para um maior crescimento ocorrerá quando os mercados de mineração e agricultura demandarem mais


É quase consenso de que o principal apelo dos manipuladores é mesmo sua versatilidade operacional, uma vez que oferecem uma série de implementos, como conchas, garfos, guinchos etc. Mas, no Brasil, aparentemente sua aplicação ainda não decolou. No ano passado – que foi melhor do que os anteriores – apenas 550 unidades foram vendidas, segundo o Estudo Sobratema do Mercado Brasileiro de Equipamentos. Em comparação, a venda de retroescavadeiras bateu na casa das 11 mil unidades.

No Reino Unido e na França, aliás, a cada cinco manipuladores telescópicos negociados se vende uma retroescavadeira. Lá, essas máquinas são populares por atender a projetos de construção civil, mineração, indústrias e outros, com predominância do setor agrícola, principal usuário mundial para esse tipo de máquina.

Por aqui, a situação momentânea para essas máquinas – chamadas originalmente de telehandlers – é de luta por espaço e crescimento. Mas, na avaliação dos fabricantes, tal situação não deve perdurar por muito tempo, pois as projeções para os próximos anos são mais que otimistas.

MECANIZAÇÃO

No curto prazo, as fichas são depositadas na construção pesada e civil. Em alguns anos, “a menina dos olhos” se tornará definitivamente a agricultura. Atualmente, porém, os únicos compradores expressivos são as construtoras atuantes em programas de habitação popular (como Minha Casa, Minha Vida), onde as obras começaram a ser paletizadas e os telehandlers já vêm demonstrando eficiência. “Na verdade, a versatilidade dos manipuladores foi conhecida no Brasil apenas nos últimos cinco anos”, diz Nei Hamilton, diretor comercial da JCB no país. “E chegou justamente para atender a um amadurecimento natural do mercado, que passou a exigir mais produtividade e, consequentemente, maior mecanização no canteiro de obras.”

Como enfatiza o especialista, trata-se de uma modalidade de equipamento relativamente nova no Brasil, ainda bastante desconhecida pelos usuários brasileiros e que tende a ser mais comercializada à medida que se popularize. Para Hamilton, o ponto de virada para um maior crescimento ocorrerá quando os mercados de mineração e agricultura demandarem mais máquinas, algo que já começou a acontecer neste ano. “Outros nichos também serão usuários, como o de logística, no qual os manipuladores desmontam cargas de caminhões e contêineres”, afirma. “A agropecuária também é potencial usuária para movimentação de materiais a granel, limpeza de currais e movimentação de big bags.”

Já Pierre Warin, gerente de vendas da Manitou, acredita que no Brasil ocorrerá o mesmo que em outros países, nos quais o setor agrícola foi o grande responsável por tornar o telehandler bem-sucedido. Até por isso, ele projeta potencial de crescimento para o Brasil, um mercado apenas incipiente que não deve ter consumido mais de 30 equipamentos do gênero em 2013. “As poucas unidades operaram na movimentação de big bags e fardos de palha, cana-de-açúcar e algodão”, diz o especialista.

ATRATIVOS

A Brasil Máquinas (BMC), que comercializa os equipamentos da italiana Merlo, credita o tímido desempenho do mercado não somente a uma questão cultural, “mas também à falta de políticas tributárias mais atrativas”. Nesse aspecto, Warin, da Manitou, revela espanto com o fato de os telehandlers serem tributados como produtos importados com similar nacional, quando não são exatamente isso. “Comparam os manipuladores a outros tipos de equipamentos muito mais simples, como tratores com braço”, diz ele.

Mas o gerente também reconhece que a popularização desses equipamentos – principalmente em novos nichos – também depende de um trabalho mais contundente por parte dos fabricantes. Tanto que a Manitou vem expandindo esse processo, com a disponibilização de uma extensa linha de modelos, que – segundo Warin – vai dos equipamentos rotativos (que podem ser classificados como miniguindastes), a modelos de alta capacidade de carga (MHT), que são um tipo de máquina mais específica.

“Definitivamente, o mercado ainda não entendeu os manipuladores telescópicos”, confirma Marcelo Bracco, diretor da Haulotte no Brasil. Aqui, segundo ele, utilizam-se outros equipamentos em funções nas quais os manipuladores seriam mais adequados. “É o caso das retroescavadeiras na pega de cana-de-açúcar, ou da combinação da empilhadeira com o guindauto para movimentação de paletes”, esclarece. “São serviços que o manipulador faz com mais propriedade e segurança, resultando em melhor custo operacional.”

ESPAÇO

A questão cultural não envolve somente a penetração das máquinas no mercado, mas também o principal tipo de cliente. É assim que avalia Pedro Quintana, gerente latino-americano para vendas da Dieci, empresa italiana distribuída no Brasil pela Machbert. “Aqui, grande parte das unidades vendidas foi para locadores”, destaca. “Considerando que menos de 30% dos equipamentos da Linha Amarela vão para locadores, enquanto em outros países esse índice chega a 70%, vemos que ainda há um grande espaço para o crescimento das locadoras e isso, acredito, também deverá impulsioná-las a investir mais em manipuladores.”

Reafirmando a inadequação, Quintana cita o uso de guindastes na movimentação de vigas pré-fabricadas na construção de galpões no Brasil. “Na Europa, a utilização de manipuladores para esse tipo de serviço já é consagrada”, afirma.

Assim como os demais entrevistados, o executivo acredita no potencial do mercado agrícola para a implementação dos equipamentos, principalmente no Brasil, onde o setor é forte e não sofre oscilações como os de infraestrutura e a mineração. “Por isso, mantemos em nosso rol de produtos alguns acessórios específicos para o trabalho agrícola, como um voltado para a plantação de oliva, com o implemento fazendo vibrar os troncos para a oliva ser colhida”, explica.

Além dos acessórios, a Dieci desenvolveu manipuladores telescópicos exclusivamente para o setor agrícola. Os modelos contam com tomada de força mecânica traseira, como em um trator, com engate de dois pontos e com a mesma potência do motor e diferenças na transmissão, dependendo do equipamento. Há versões com braço mais curto, de 7 m, mais adequadas à lavoura do que os tradicionais braços de 14 m utilizados na construção.

IMPLEMENTOS

Todos os fabricantes de telehandlers ofertam uma gama extensa de implementos. Porém, é consensual que, no Brasil, a maior demanda é de garfos para carregamento de material paletizado. Bracco, da Haulotte, avalia que 80% das vendas da fabricante no país são concentrados nesses implementos. “Em segundo lugar vêm as conchas, usadas para manipulação de produtos a granel, principalmente areia”, diz.

Warin, da Manitou, explica que as caçambas (conchas) permitem ao manipulador realizar serviço muito semelhante ao da pá carregadeira, mas em quantidades menores. “Mas, em menor escala, também vendemos os jibs, ganchos e guinchos para içamento de cargas”, diz ele, salientando que os implementos podem ainda ser adquiridos para operação por controle remoto.

No fim da lista, o executivo cita os cestos para elevação de pessoas, o que transforma o manipulador em uma espécie de plataforma elevatória com capacidade de elevar até 1,2 mil kg. “Para mineração, oferecemos máquinas de alta capacidade, que elevam até 22,5 t com o garfo para paletes”, completa.

Os equipamentos da JCB já vêm equipados com garfo e caçamba de 1 m³, mas podem receber outros implementos por encomenda. “Inclusive, já podem sair de fábrica com o cesto para elevação de pessoas por controle remoto, em conformidade com a Norma Regulamentadora 18”, comenta.

Segundo Hamilton, na construção civil os garfos atuam no manuseio de cargas paletizadas e dividem espaço de tempo com as caçambas, que limpam o local de trabalho, esparramam cascalho e movimentam cargas fluidas (como argamassa, concreto e cimento) ou soltas (como areia e brita). “Além desses acessórios, que já consideramos como padrão para esse equipamento, a lista de implementos engloba jibs treliçados, ganchos para içamento de estruturas, vigas e armações, funis para os trabalhos de concretagem e diversos outros”, diz o executivo, finalizando com a observação de que os telehandlers da marca vêm com um sistema de engate rápido mecânico, denominado Q-Fit, que permite trocas de implementos em menos de 30 segundos.

 

 

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