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Revista M&T - Ed.248 - Outubro 2020
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Entrevista

Eduardo Nilo

"A MINERAÇÃO ESTÁ EM UM PONTO DE INFLEXÃO"

No início de julho, foi criada oficialmente a Metso Outotec, resultado da fusão de duas gigantes industriais finlandesas: a Metso Minerals e a Outotec.

Apontado como presidente da nova empresa para a América Latina, o executivo Eduardo Nilo afirma que a junção das companhias ampliará a oferta tanto de equipamentos quanto de serviços, englobando toda a cadeia de processamento mineral. Maior player mundial do setor, a nova empresa agrega seis áreas de negócios, cobrindo desde processamento de agregados até refino e reciclagem de metais, passando por serviços e fornecimento de peças de reposição.

Engenheiro mecânico formado pela Pontificia Universidad Católica de Valparaíso (PUCV), o executivo também é especializado em produtividade e gestão da qualidade pela Pontificia Universidad Católica de Chile (UC) e tem mestrado em materiais, processos e manufatura pela Hull University, na Inglaterra.

Com 25 anos de experiência no setor de mineração, Nilo também possui ampla experiência em gestão de ativos, administração e gestão comercial. Na Metso desde 2010, já atuou em diversas funções, desde gerente de pós-venda até vice-presidente de serviços. Em 2015, foi nomeado para o cargo de melhoria global de equipamentos, ocupando a função de vice-presidente da área de ‘refurbishment’ na sede da empresa para as Américas, nos Estados Unidos. Desde 2017, vinha ocupando o cargo de gerente geral da Metso Chile e de vice-presidente sênior para a região latino-americana.

Nesta entrevista exclusiva à Revista M&T, dentre outros assuntos o especialista discorre sobre os investimentos em tecnologia, que segundo ele são essenciais para o setor de mineração em um cenário que exige redução do impacto das operações. “Uma das vantagens estratégicas que a Metso Outotec traz é o fato de ambas as empresas possuírem uma forte cultura de


No início de julho, foi criada oficialmente a Metso Outotec, resultado da fusão de duas gigantes industriais finlandesas: a Metso Minerals e a Outotec.

Apontado como presidente da nova empresa para a América Latina, o executivo Eduardo Nilo afirma que a junção das companhias ampliará a oferta tanto de equipamentos quanto de serviços, englobando toda a cadeia de processamento mineral. Maior player mundial do setor, a nova empresa agrega seis áreas de negócios, cobrindo desde processamento de agregados até refino e reciclagem de metais, passando por serviços e fornecimento de peças de reposição.

Engenheiro mecânico formado pela Pontificia Universidad Católica de Valparaíso (PUCV), o executivo também é especializado em produtividade e gestão da qualidade pela Pontificia Universidad Católica de Chile (UC) e tem mestrado em materiais, processos e manufatura pela Hull University, na Inglaterra.

Com 25 anos de experiência no setor de mineração, Nilo também possui ampla experiência em gestão de ativos, administração e gestão comercial. Na Metso desde 2010, já atuou em diversas funções, desde gerente de pós-venda até vice-presidente de serviços. Em 2015, foi nomeado para o cargo de melhoria global de equipamentos, ocupando a função de vice-presidente da área de ‘refurbishment’ na sede da empresa para as Américas, nos Estados Unidos. Desde 2017, vinha ocupando o cargo de gerente geral da Metso Chile e de vice-presidente sênior para a região latino-americana.

Nesta entrevista exclusiva à Revista M&T, dentre outros assuntos o especialista discorre sobre os investimentos em tecnologia, que segundo ele são essenciais para o setor de mineração em um cenário que exige redução do impacto das operações. “Uma das vantagens estratégicas que a Metso Outotec traz é o fato de ambas as empresas possuírem uma forte cultura de inovação, com uma longa trajetória de pioneirismo em tecnologias sustentáveis”, ele comenta. Acompanhe.

Capacidade de inovação é a principal marca da nova empresa, afirma executivo

  • Quais são os benefícios estratégicos para as empresas com a fusão?

Um dos maiores benefícios estratégicos para a Metso Outotec é que ambas as empresas possuem uma forte cultura de inovação, com uma longa história de pioneirismo em tecnologias sustentáveis e uma forte cultura de atendimento ao cliente. Desde o primeiro dia, estamos usando e combinando nossos pontos fortes, formando uma equipe de profissionais de destaque, com conhecimento, experiência e tecnologia de ponta para apoiar os nossos clientes. Certamente, a fusão das duas empresas trará benefícios aos clientes, pois as novas soluções e a troca de experiências entre os profissionais agora reunidos enriquecerão as soluções do ponto de vista da inovação.

  • O que a fusão muda para o cliente em termos de oferta e atendimento?

A fusão significa a complementação de culturas empresariais com uma tradição marcante, que desenvolvem as mais modernas tecnologias para equipamentos de processamento mineral. Assim, a sinergia entre as duas empresas resultará em uma potente oferta de equipamentos e serviços, que abrangem toda a cadeia de valor em termos de processamento mineral e refino de metais. Também esperamos expandir nosso escopo de serviços, adicionando diferentes tecnologias e experiências das empresas à combinação.

  • E como o portfólio da Outotec reforça a atuação da Metso?

As linhas de produtos da Metso e da Outotec são complementares, fornecendo soluções tecnológicas na indústria de mineração e agregados que vão desde processamento mineral até refino de metais. Poucos produtos têm concorrência interna, como moinhos e células de flotação, de modo que as tecnologias certamente se complementarão na maioria das aplicações.

  • Nesse quadro, qual é o valor dado à inovação?

A Metso Outotec nasce com uma grande capacidade de inovação, desenvolvimento e pesquisa em todo o mundo. Com mais de 8.200 patentes registradas, lançamos cerca de 15 produtos inovadores todos os anos e contamos com uma equipe de aproximadamente 230 profissionais dedicados à P&D em 30 centros globais, que criam soluções sob medida para as necessidades dos nossos clientes. Recentemente, inclusive, inauguramos nosso primeiro Centro de Desempenho (Perfomance Center) em Santiago, no Chile, um espaço de última geração que oferece manutenção preditiva e serviços analíticos avançados, com monitoramento automatizado permanente de processos e equipamentos.

Segundo Nilo, a manutenção preditiva é um dos focos estratégicos na região

  • Que produtos têm maior aderência ao mercado latino-americano?

Diversas tecnologias estão ganhando espaço no mercado, pois se adaptam às necessidades dos clientes, dando a eles a capacidade de tomar decisões oportunas sobre seus processos de produção, o que por sua vez tem um impacto direto na lucratividade e confiabilidade das operações. E, desde a chegada da pandemia, os clientes estão ainda mais interessados nos serviços tecnológicos que podemos oferecer. O tratamento de resíduos minerais está presente nessa estratégia, com um amplo portfólio de soluções. Ao mesmo tempo, as tecnologias de filtração, usadas em grande parte da região, também integram a nossa abordagem.

  • Isso também vale para serviços de pós-venda?

Certamente. Nessa área, cabe destacar a manutenção preditiva de ativos, um processo que permite às empresas melhorarem a disponibilidade dos equipamentos, maximizando seu ciclo de vida, otimizando os custos de manutenção e a produtividade dos equipamentos e sistemas de produção.

  • Qual é o cenário na América Latina com a pandemia?

Apesar de mantermos um crescimento sustentado, o contexto pelo qual o mundo passa em função da crise sanitária nos leva a olhar com cautela o cenário atual. No momento, nossa prioridade é cumprir o compromisso que temos com todos os clientes no sentido de garantir o funcionamento das operações da melhor forma possível. Ao mesmo tempo, também nos preocupamos com todos os nossos colaboradores e, por isso, desde o início da pandemia temos tomado as medidas necessárias para proteger a sua segurança.

  • Isso tem modificado a forma de atuar?

Sim, enfrentamos uma crise sanitária global que está afetando a forma usual de nos relacionarmos com colaboradores e clientes. No entanto, nosso compromisso está voltado a zelar e apoiar a continuidade das operações de cada um dos nossos clientes, o que será maximizado com a fusão.

Como foco principal, a empresa implementou todas as medidas para manter a saúde de nossas equipes e funcionários, assim como os compromissos com os clientes, usando nossa rede de fornecimento global.

  • Como tem sido o atendimento de campo?

Na área de serviços, tem sido realizada uma coordenação muito próxima com cada cliente para organizar os recursos em atividades críticas e, no caso de projetos ou atividades não críticas, reprogramar e concentrar os recursos em outras atividades. Outra questão importante tem sido a definição das atividades que podem ser realizadas na modalidade home office, que têm seguido um curso bastante efetivo, considerando atividades comerciais, de engenharia e de compras.

  • A propósito, qual é o nível atual de ocupação da fábrica brasileira?

Devido às exportações de componentes e máquinas, a planta de Sorocaba (SP) mantém uma alta taxa de ocupação de sua capacidade de produção. O câmbio também favorece a competitividade das exportações, colocando o Brasil em um nível satisfatório de competitividade no cenário global. Ou seja, a fábrica de equipamentos tem capacidade estável, adequada à demanda do momento.

Crescimento e inclusão são motores para a eficiência da indústria, diz o engenheiro

  • Como avalia o mercado brasileiro de mineração atualmente?

O mercado brasileiro tem experimentado desafios nos últimos anos, com pequenas taxas de crescimento em todo o mercado. No entanto, o segmento de mineração vem apresentando resultados positivos, devido principalmente ao aumento dos preços das commodities minerais, bem como à flutuação da taxa de câmbio, que sustenta novos investimentos no setor. O país, sem dúvida, experimentará uma forte recuperação econômica nos próximos anos.

  • Quais são as perspectivas para o pós-pandemia?

A primeira coisa é sair da pandemia da melhor maneira possível, garantindo que tanto os nossos colaboradores quanto os clientes recebam todo o respaldo. Então, esperamos ser a empresa referência na indústria de mineração, não só no que diz respeito aos nossos productos e serviços, mas também pelo valor agregado que queremos traduzir em tudo o que fazemos. Queremos ser uma empresa impulsionadora do desenvolvimento de P&D e, claro, considerada como um dos principais agentes de mudança para uma mineração mais sustentável e responsável, aspecto que a Metso Outotec tem como premissa.

  • E quais são os desafios estratégicos nessa linha?

Hoje, a mineração está em um ponto de inflexão, no qual a tecnologia e seus derivados são mais necessários do que nunca. Embora já existam tecnologias como realidade aumentada, big data, automação, robótica avançada e veículos autônomos, entre outras, ainda há espaço para continuar inovando e desenvolvendo novas soluções nesse segmento. Procuramos fazer parte disso, buscando que a nossa oferta de serviços possa ser operacional a qualquer momento. E com a implementação do nosso Performance Center, temos a certeza que iremos não só marcar uma tendência tecnológica, mas também ajudar a elevar os padrões de qualidade do serviço na região.

  • E qual é o papel da sustentabilidade nessa equação?

Acreditamos que, para garantir o desenvolvimento sustentável da mineração, deve haver um compromisso real com o fortalecimento do crescimento econômico, protegendo o meio ambiente e promovendo o crescimento e a inclusão social. Ou seja, devemos nos preocupar com produtividade e eficiência, mas ao mesmo tempo é preciso estar atento com o ambiente que nos rodeia, com ênfase no desenvolvimento de pessoas. Na Metso Outotec, o foco é a melhoria da eficiência energética e hídrica nas operações de mineração, com o consequente aumento da produtividade e redução dos riscos ambientais.

  • Pode citar um exemplo nesse sentido?

Temos vários exemplos de tecnologias com maior eficiência energética, hídrica e de emissões. Na moagem, podemos mencionar o Vertimills, que reduz entre 25% e 35% o consumo de energia em comparação à moagem clássica, assim como a redução das emissões de CO2 obtida graças às nossas tecnologias de refino de metais, incluindo processo ferrocromo, fundição instantânea de cobre, calcinação alumina, filtros de cerâmica, TankCell 300 e ânodos de titânio revestidos, dentre outras.

Saiba mais:
Metso Outotec: www.metso.com/br

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