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Revista M&T - Ed.275 - Julho 2023
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A ERA DAS MÁQUINAS

Dos cabos para a hidráulica

A partir de 1930, os fabricantes começaram a desenvolver sistemas que permitissem mudar o sentido de locomoção utilizando comandos situados na cabina, sem que o operador precisasse deixar seu posto de trabalho
Por Norwil Veloso


Esta escavadeira Hystaway era montada sobre a estrutura do trator Caterpillar D7 e equipada com shovel de 0,35 m3 de capacidade

Até os anos 30, a mudança de sentido de locomoção em escavadeiras de esteiras era realizada por meio de um processo bastante complicado. O operador precisava parar a máquina, descer da cabina, desacoplar mecanicamente uma das esteiras, fazer a curva e, por fim, executar novamente as operações na ordem inversa.

A partir de 1930, os fabricantes começaram a desenvolver sistemas que permitissem mudar o sentido de locomoção utilizando comandos situados na cabina, sem que o operador precisasse deixar seu posto de trabalho.

Isso se tornou mais comum nos anos 40, inicialmente através de controles mecânicos e, posteriormente, de conjuntos hidráulicos ou pneumáticos, que facilitaram o projeto dos sistemas e simplificaram a operação.

Paralelamente, o uso de pneus de baixa pressão permitiu a movimentação de escavadeiras de menor peso e sua montagem sobre caminhões. A partir dos anos 50, os veículos transportadores deixaram de ser caminhões comuns e passaram a ser veículos projetados especificamente para essa finalidade.

A maioria das escavadeiras da época trabalhava com guinchos, utilizando cabos para executar as diversas funções, principalmente com implementos do tipo front shovel. Havia tantos fabricantes desses equipamentos em diferentes países que seria difícil elaborar uma relação desse mercado.

ACESSÓRIOS

Os draglines continuaram a ser usados em muitas aplicações, especialmente onde havia a necessidade de lanças mais longas – devido, por exemplo, a dificuldades de acesso – e maior profundidade de escavação.

Houve inclusive alguns walking draglines de pequeno porte que trabalharam na construção de rodovias, como os modelos 7200 e 7400 da Marion, lançados no início dos anos 50 e que foram usados em estradas no sul da F



Esta escavadeira Hystaway era montada sobre a estrutura do trator Caterpillar D7 e equipada com shovel de 0,35 m3 de capacidade

Até os anos 30, a mudança de sentido de locomoção em escavadeiras de esteiras era realizada por meio de um processo bastante complicado. O operador precisava parar a máquina, descer da cabina, desacoplar mecanicamente uma das esteiras, fazer a curva e, por fim, executar novamente as operações na ordem inversa.

A partir de 1930, os fabricantes começaram a desenvolver sistemas que permitissem mudar o sentido de locomoção utilizando comandos situados na cabina, sem que o operador precisasse deixar seu posto de trabalho.

Isso se tornou mais comum nos anos 40, inicialmente através de controles mecânicos e, posteriormente, de conjuntos hidráulicos ou pneumáticos, que facilitaram o projeto dos sistemas e simplificaram a operação.

Paralelamente, o uso de pneus de baixa pressão permitiu a movimentação de escavadeiras de menor peso e sua montagem sobre caminhões. A partir dos anos 50, os veículos transportadores deixaram de ser caminhões comuns e passaram a ser veículos projetados especificamente para essa finalidade.

A maioria das escavadeiras da época trabalhava com guinchos, utilizando cabos para executar as diversas funções, principalmente com implementos do tipo front shovel. Havia tantos fabricantes desses equipamentos em diferentes países que seria difícil elaborar uma relação desse mercado.

ACESSÓRIOS

Os draglines continuaram a ser usados em muitas aplicações, especialmente onde havia a necessidade de lanças mais longas – devido, por exemplo, a dificuldades de acesso – e maior profundidade de escavação.

Houve inclusive alguns walking draglines de pequeno porte que trabalharam na construção de rodovias, como os modelos 7200 e 7400 da Marion, lançados no início dos anos 50 e que foram usados em estradas no sul da França. Mas eram situações pontuais.

Um caso interessante é o da Hyster. A busca de versatilidade e a possibilidade de instalação em uma grande diversidade de equipamentos, fez com que após o final da Segunda Guerra Mundial aempresa desenvolvesse uma série de implementos que pudessem ser montados em máquinas do mercado.

Um acessório tipo shovel, que podia ser montado na traseira de tratores tipo D6, D7 e D8, tornou-se uma solução eficiente e barata nesse sentido.

Simultaneamente, a Hyster também produziu carregadeiras frontais, guindastes, draglines e até bate-estacas para esses tratores. Embora outros fabricantes tivessem tentado aperfeiçoar essa família de implementos, não obtiveram muito sucesso, de modo que a solução foi abandonada ainda no início dos anos 50.

HIDRÁULICA

Nessa mesma época, os irmãos Bruneri se dedicaram ao desenvolvimento de máquinas hidráulicas, que culminou com o lançamento da inovadora série Yumbo, em 1947.


Criada pela Bruneri em 1951, a Yumbo é considerada a primeira escavadeira hidráulica do mundo

O protótipo original dessa série era, na verdade, uma carregadeira com giro de pouco mais de 180°, montada sobre um robusto chassi sobre pneus com três ou quatro rodas. Essas máquinas seriam produzidas até 1953.

A primeira escavadeira sobre esteiras com giro de 360° foi lançada em 1952, sendo que o sucesso internacional da série Yumbo levou à produção sob licença por diversos fabricantes ao redor do mundo.

Os sistemas hidráulicos da Bruneri trabalhavam com pressão de 80 bar. Mas, em 1951, a Poclain produziu sua primeira escavadeira hidráulica usando um sistema de 400 bar, considerado um grande avanço para a época.

As máquinas da Poclain eram montadas sobre chassi de caminhão ou rebocadas por um trator. Com giro de 360°, o primeiro modelo autopropelido TY foi lançado em 1959.

Nos anos 60 e 70, o desenvolvimento das máquinas hidráulicas foi liderado pelas empresas europeias.

Na Alemanha, a Atlas Weyhausen lançou os modelos 1200 e 1500, a Liebherr iniciou a linha A/R 353 e 600, a Demag lançou a B504 e a O&K, a RH5 sobre esteiras e a MH5 sobre pneus. A Gottwald foi o único fabricante a produzir modelos tipo half-track.

Na França, a Poclain e a Yumbo foram os principais fabricantes nessa fase inicial. A Poclain lançou uma linha completa, incluindo os modelos 80, 120, 150 e 300, seguida pela EC1000 em 1970, a maior escavadeira hidráulica da época.

A RH60, da O&K, era mais compacta, com alto desempenho, obtendo bastante sucesso.Na Inglaterra, a JCB lançou a JCB7 em 1965, enquanto Hymac, Priestman e Ruston lançaram modelos hidráulicos.

Finalmente, em 1965 a sueca Akerman lançou sua H11, seguida pela M14 três anos depois, ano em que a empresa deixou de produzir máquinas a cabo.

HEGEMONIA

A partir do início dos anos 60, as escavadeiras hidráulicas começaram a substituir rapidamente as máquinas a cabo, que praticamente não existiam mais no início da década seguinte. A maior produtividade das máquinas hidráulicas promoveu grandes mudanças nos processos construtivos da época.

Além disso, as máquinas podiam ser montadas sobre esteiras, sobre pneus ou sobre caminhões convencionais, podendo ser usadas em diversas configurações, o que lhes dava grande versatilidade.

Por sua vez, a possibilidade de escavar abaixo do nível do solo expandiu enormemente a utilização da configuração retro shovel (backhoe).

Porém, uma outra linha seria adotada pela Koehring, que continuou a utilizar a configuração front shovel. Em 1962, a marca lançou uma máquina híbrida, parte hidráulica e parte a cabo, provavelmente derivada da Blaw-knox Hydrascoop, cujo projeto pode ter sido adquirido pela empresa.

Em 1963, a empresa lançou a Skooper 505. Totalmente hidráulica, a máquina teve grande sucesso e acabou sendo fabricada sob licença pela Menck na Alemanha, pela NCK Rapier na Inglaterra, pela Brissonneau na França e pela Ishiko no Japão. Posteriormente, a Koehring lançou os modelos 455 e 666.


Montado sobre a mesma base da retroescavadeira 505,o modelo Koehring Skooper K505 trazia caçamba de 3 m3 e motor de 255 hp

Na concorrência, alguns fabricantes procuraram aumentar a eficiência de suas carregadeiras de pneus, adicionando mecanismos de giro do conjunto dianteiro em ângulos menores, através do uso de cilindros hidráulicos. As empresas Blaw-Knox e Drott produziram sistemas desse tipo, que não tiveram sucesso.

A execução de serviços de taludamento, valetamento e regularização horizontal era difícil de realizar com escavadeiras hidráulicas.

No início da década de 50, Ray Ferwerda desenvolveu uma máquina com lança telescópica e giro da caçamba na extremidade que, após ajustes feitos pela Warner & Swasey, tornou-se a primeira Gradall autopropelida (sobre pneus ou esteiras, ou disponível para instalação em caminhões). Várias empresas americanas, entre as quais Link-Belt, Koehring e Insley, lançaram projetos similares.

MINIESCAVADEIRAS

Nessa época, a busca por novos mercados levou à produção das miniescavadeiras, iniciada no Japão. As empresas europeias e americanas entraram rapidamente nesse mercado, muitas vezes em joint-ventures com empresas japonesas.

A evolução da hidráulica de alta pressão, permitindo respostas mais rápidas e precisas, o desenvolvimento de transmissões hidrostáticas no início dos anos 70 e a evolução da engenharia possibilitaram uma grande simplificação dos projetos, gerando máquinas de alta capacidade com pesos significativamente menores, mais produtivas e muito mais fáceis de operar.

Leia na próxima edição:
Os guindastes no leste europeu

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