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Revista M&T - Ed.146 - Maio 2011
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Pneus

Cuidados que geram economia

A redução dos custos com pneus deve se basear numa série de iniciativas, desde o correto dimensionamento até as boas práticas na borracharia e na operação dos equipamentos

Os dados variam de uma fonte para outra, mas é possível afirmar que os pneus respondem por cerca de 20% a 30% dos custos operacionais de uma frota de equipamentos móveis de construção. Isso explica a atenção que os profissionais do setor dedicam ao gerenciamento desse insumo. No rol de cuidados com os pneumáticos, a pressão de inflação ocupa um lugar de destaque devido a sua influência na vida útil desse componente, principalmente nos modelos destinados aos grandes equipamentos de transporte de carga, como os caminhões fora-de-estrada.

O monitoramento desse item ajuda a evitar tanto a alta como a baixa pressão, ambas com impacto no custo dos pneumáticos. Segundo estudos da Michelin, a subpressão de inflação pode levar à redução no rendimento do pneu, provocando o aquecimento da carcaça e sua fadiga precoce. Entre outros efeitos, ela também é responsável pelo maior consumo de combustível e reduz a estabilidade do equipamento durante os deslocamentos.

De acordo com o levantamento realizado pela Michelin, uma pressão 20% abaixo da recomendada pelos fabricantes resulta numa perda de 25% no rendimento do pneu. “Na prática, o maior problema de qualquer frota é o desprezo em relação à frequência na calibragem, pois geralmente os usuários realizam esse serviço em intervalos de tempo muito longos e os pneus acabam rodando vazios”, diz Ciro Nogueira, diretor técnico da Tecpolimer.

Frequência nas calibragens
Assim como a pressão baixa, a sobrepressão também diminui o rendimento do pneu, entre outros possíveis problemas. Ela reduz a aderência à pista, o que resulta em patinagens e até compromete a segurança da operação, além de aumentar a possibilidade de cortes na banda de rodagem e da sua separação da carcaça por martelamento. Uma sobrepressão de 20% resulta em perda de 15% no rendimento do pneu, repetindo, em menor escala, os mesmos efeitos da subpressão.

“Se, além do valor de calibragem inadequado, o veiculo estiver trafegando com uma velocidade superior à indicada pelo fabricante, a vida útil do pneu fica ainda mais prejudicada e pode ser reduzida pela metade, pois haverá aquecimento acima do limite especificado ”, diz Norwil Veloso, especialista em equipamentos para construção e autor do livro “Ge


Os dados variam de uma fonte para outra, mas é possível afirmar que os pneus respondem por cerca de 20% a 30% dos custos operacionais de uma frota de equipamentos móveis de construção. Isso explica a atenção que os profissionais do setor dedicam ao gerenciamento desse insumo. No rol de cuidados com os pneumáticos, a pressão de inflação ocupa um lugar de destaque devido a sua influência na vida útil desse componente, principalmente nos modelos destinados aos grandes equipamentos de transporte de carga, como os caminhões fora-de-estrada.

O monitoramento desse item ajuda a evitar tanto a alta como a baixa pressão, ambas com impacto no custo dos pneumáticos. Segundo estudos da Michelin, a subpressão de inflação pode levar à redução no rendimento do pneu, provocando o aquecimento da carcaça e sua fadiga precoce. Entre outros efeitos, ela também é responsável pelo maior consumo de combustível e reduz a estabilidade do equipamento durante os deslocamentos.

De acordo com o levantamento realizado pela Michelin, uma pressão 20% abaixo da recomendada pelos fabricantes resulta numa perda de 25% no rendimento do pneu. “Na prática, o maior problema de qualquer frota é o desprezo em relação à frequência na calibragem, pois geralmente os usuários realizam esse serviço em intervalos de tempo muito longos e os pneus acabam rodando vazios”, diz Ciro Nogueira, diretor técnico da Tecpolimer.

Frequência nas calibragens
Assim como a pressão baixa, a sobrepressão também diminui o rendimento do pneu, entre outros possíveis problemas. Ela reduz a aderência à pista, o que resulta em patinagens e até compromete a segurança da operação, além de aumentar a possibilidade de cortes na banda de rodagem e da sua separação da carcaça por martelamento. Uma sobrepressão de 20% resulta em perda de 15% no rendimento do pneu, repetindo, em menor escala, os mesmos efeitos da subpressão.

“Se, além do valor de calibragem inadequado, o veiculo estiver trafegando com uma velocidade superior à indicada pelo fabricante, a vida útil do pneu fica ainda mais prejudicada e pode ser reduzida pela metade, pois haverá aquecimento acima do limite especificado ”, diz Norwil Veloso, especialista em equipamentos para construção e autor do livro “Gerenciamento e Manutenção de Equipamentos Móveis”, editado pela Sobratema.

Como a sobrepressão e a subpressão comprometem a durabilidade dos pneus, os especialistas recomendam o monitoramento da pressão de operação em períodos pré-estabelecidos. “Aconselhamos que a frequência da verificação da calibragem seja diária nas grandes mineradoras e que ocorra pelo menos a cada três dias nos canteiros de construção, tanto nos caminhões fora-de-estrada quanto nos demais equipamentos móveis, como carregadeiras e motoniveladoras”, diz Paulo Sérgio França, responsável comercial da área de pneus fora-de-estrada e de infraestrutura da Michelin na América do Sul. Em ambientes quentes, essa frequência deve ser aumentada devido à maior possibilidade de geração de calor excessivo.

Segundo ele, os valores de calibragem variam de acordo com o tipo de equipamento e marca, mas normalmente se situam entre 90 e 110 libras a frio, nos caminhões fora-de-estrada, e de 40 a 60 libras a frio, nas pás carregadeiras e motoniveladoras mais usuais. “A pressão aumenta com a temperatura e, por isso, é normal calibrar um pneu com 100 libras a frio e, depois de duas horas de operação, encontrá-lo com 110 ou 115 libras”, explica o especialista. “Mas, se o pneu apresentar uma pressão superior a 20% do valor indicado a frio, isto é um alerta de que algo não está funcionando bem”, ele completa.

Selante à prova de furos
A queda de pressão de inflação, por sua vez, pode estar relacionada a vazamentos, geralmente ocasionados por furos, por falhas no ajuste entre o talão e a roda ou pela porosidade dos pneus. A Tecpolimer, empresa brasileira que fabrica elastômeros para enchimento de pneus e recentemente se tornou distribuidora máster dos selantes fabricados  pela americana Amerseal, tem uma proposta para esses casos. Trata-se de um selante para vedar furos de até 6 mm, em pneus rodoviários, ou até 20 mm, em modelos de grande diâmetro. “O Tecflex é indicado para prevenir ou estancar furos em qualquer tipo de pneu, desde que a avaria esteja na banda de rodagem”, diz Nogueira.

Ele afirma que esse selante se diferencia de similares por não mudar de propriedades dentro do pneumático, mesmo operando em temperaturas entre 43ºC negativos e 93ºC positivos. “Além disso, ele possui cinco agentes anticorrosivos para ligas de aço e alumínio, evitando a corrosão das rodas e da malha de aço do pneu.” Segundo o especialista, isto é uma vantagem em relação aos sistemas equalizadores de pressão, que injetam ar comprimido para compensar qualquer vazamento. “No caso de perfuração por prego, a área danificada fica exposta a umidade, que promove a separação das lonas e inviabiliza o reaproveitamento da carcaça. Já o selante cria uma proteção na região do furo e evita a penetração de umidade”, ele complementa.

De acordo com Nogueira, o uso de selantes, além de vedar furos, estanca vazamentos entre o talão e a roda ou decorrentes de porosidades nos pneus. “Dessa maneira, a pressão cai muito mais lentamente e o intervalo entre as calibragens pode ser maior, o que resulta em economia de mão-de-obra, menos paradas dos equipamentos e menor consumo de combustível e também de pneus, já que eles rodam sempre com a pressão ideal.”

Limites de carga e velocidade
Para obter maior aproveitamento dos pneus fora-de-estrada, principalmente nos equipamentos de transporte, como caminhões, os especialistas também recomendam o respeito aos limites de carga estabelecidos pelos fabricantes. O excesso de carga acarreta maior aquecimento dos pneumáticos e a fadiga prematura das carcaças, diminuindo seu rendimento e influenciando diretamente no índice de TPKH (tonelada por quilômetro/hora), que estabelece parâmetros para operações de transporte. Uma sobrecarga de 20%, por exemplo, reduz o rendimento do pneu em 30% nas aplicações de transporte de carga.

Nesses casos, além do respeito aos limites de carga, o usuário não pode exceder à velocidade máxima determinada pelos fabricantes, sob pena de também impactar o índice TPKH. “O dimensionamento dos pneus é função da carga e da velocidade, expresso por meio da fórmula TKPH (tonelada x quilômetro/hora)”, explica Veloso. Isso significa que a escolha do modelo mais adequado está relacionada a valores máximos pré-estabelecidos desses dois parâmetros e, caso um deles seja excedido, o maior aquecimento dos pneus resultará na separação das lonas por efeito térmico, estouro ou outro tipo de problema.

Cuidados na oficina
Os cuidados com o gerenciamento dos pneus, entretanto, não se restringem apenas à operação em campo, já que eles também podem ter sua vida útil comprometida por procedimentos inadequados dentro da borracharia. Nessa categoria de problemas se incluem as montagens incorretas. Vale ressaltar que, nos modelos de grande diâmetro, esse processo deve seguir procedimentos bem estabelecidos, sob pena de o pneu sofrer cortes no talão e outras avarias.

O alinhamento das rodas também deve ser realizado regularmente, embora os equipamentos fora-de-estrada não necessitem de balanceamento do conjunto roda/pneu, conforme adverte Paulo França, da Michelin. “Apesar dos modelos de grandes diâmetros conterem muita massa, eles rodam em baixa velocidade, o que evita o desbalanceamento durante a operação.” A atenção à regulagem da suspensão e à convergência das rodas também previne o desgaste irregular da banda de rolagem dos pneus, provocada pelo seu assentamento irregular sobre o solo.

Em alguns casos, o processo pode ser acelerado ainda mais devido ao arrasto do pneu decorrente do desalinhamento. No eixo dianteiro, o desgaste dos pneus e seu menor rendimento também podem estar associados à falta de verificação do paralelismo das rodas e das folgas na suspensão. Vale observar que, sempre que a suspensão de um caminhão fora-de-estrada estiver desregulada, ela automaticamente irá desajustar o paralelismo do eixo dianteiro. Por esse motivo, a Michelin recomenda atenção a esse item e a verificação mensal de folgas na suspensão.

Outro cuidado frequentemente desprezado pelos frotistas, porém com impacto nos custos de operação, é o mau emparelhamento dos pneus. Ele é ocasionado pelo uso geminado (rodagem dupla) de diferentes modelos, seja em função da profundidade de sulcos (L3 com L5, por exemplo), da escultura do desenho, do estágio de desgaste na banda de rodagem ou do tipo construtivo (radiais com diagonais). Segundo os especialistas, a falta de atenção em relação ao emparelhamento pode ocasionar sobrecarga, desgaste irregular, patinagens e comportamento desigual entre pneus geminados.

Recomendações na operação
Além desses cuidados, entretanto, dois outros fatores, diretamente relacionados à área de operação, influenciam a vida útil dos pneus: a condução dos equipamentos de forma adequada e a manutenção frequente da praça de operações e das pistas de serviço (veja quadro abaixo). Em relação ao primeiro item, recomenda-se que os motoristas evitem freadas e acelerações bruscas, responsáveis pelo desgaste acelerado da banda de rodagem e por patinagens, e que não conduzam o caminhão muito próximo à leira da pista, para evitar cortes e outros tipos de avarias, entre outros procedimentos.

O correto posicionamento do caminhão na praça de carga, por sua vez, contribui para a maior eficiência na operação da carregadeira, com ganhos de produtividade e menor consumo de pneus e combustível. Por esse motivo, ele deve ser estacionado em ângulo de 135º em relação à frente de carga, de forma a possibilitar a movimentação em Y da pá carregadeira durante seu ciclo de operação

No caso do equipamento de carga, a correta operação também assegura maior produtividade e economia com pneus e combustível. Entre os procedimentos indicados, o operador da carregadeira nunca deve atacar a frente de carga em posição articulada  e, após despejar o material no caminhão, ela pode aproveitar a caçamba do seu equipamento para voltar limpando a área de operação. Os especialistas também recomendam o ataque à pilha de materiais com a caçamba em posição perpendicular ao solo e alertam que a descarga no caminhão deve ser distribuída corretamente, para evitar sobrecarga nos pneus.

Gestão informatizada
Diante de tantas variáveis a monitorar, os profissionais do setor já podem contar com os recursos da tecnologia da informação (TI) para a maior eficiência na gestão do uso dos pneus. As novas tecnologias possibilitam não apenas o monitoramento da pressão e temperatura dos pneus em operação, com a transmissão dos dados em tempo real, mas também o acompanhamento do histórico de cada um deles, ajudando a definir o melhor momento para a reforma.

A recauchutadora Regigant, por exemplo, possui um software de gerenciamento que pode ser ativado em módulos, emitindo relatórios sintéticos e analíticos sobre o desempenho dos pneus da frota. Ele calcula o custo de cada pneumático por hora de operação, seu custo final e fornece outros dados gerenciais. Além de apontar problemas recorrentes, que podem identificar uma falha de operação ou uma condição de trabalho não prevista, as informações do sistema facilitam as atividades de controle de estoque.

No caso da Michelin, a tecnologia MEMS, de monitoramento remoto de pneus fora-de-estrada, permite acompanhar a pressão e temperatura desse insumo em tempo real. Com isso, ela evita que uma avaria atinja estágio mais adiantado, a ponto de comprometer a vida útil do pneumático, além de impedir que os reparos sejam realizados com os pneus em condições de subpressão ou temperaturas elevadas.

As informações são coletadas por uma etiqueta eletrônica – também denominada de tag – instalada em cada pneu. Esse dispositivo funciona como sensor, enviando os dados por meio de radiofrequência a um receptor na cabine do veículo. As informações ficam armazenadas nesse dispositivo e, numa periodicidade pré-programada, são enviadas para uma central de monitoramento que pode ficar instalada na própria mina ou canteiro de obras.

Usando o mesmo conceito, mas com diferenças de abordagens, a Saveway desenvolveu uma tecnologia similar, que promete aumentar em 20% a vida útil dos pneus e reduzir em 3% o consumo de combustíveis nos equipamentos monitorados. Denominada de Savetyre, a tecnologia também conta com tags instalados no pneu, que coletam dados sobre a pressão e profundidade de sulco, enviando-os a um receptor na cabine dos veículos. As informações também podem ser recolhidas diretamente dos pneus e, como o tag tem uma identidade única, é possível comprovar a troca de pneus em caso de fraude.

 

Manutenção das pistas preserva os pneus
Nesse caso, as recomendações não são poucas, mas devem ser observadas atentamente para conferir maior vida útil aos pneumáticos. A começar pelas estradas de serviço muito estreitas, que diminuem a produtividade no transporte e aumentam os riscos de cortes nos pneus. A presença de pedras e obstáculos na pista também deve ser monitorada com o mesmo intuito.

Já as ondulações na pista causam o chamado borrachudo e levam à sobrecarga dinâmica e à redução da produtividade. Outro problema recorrente são as poças d’água, que podem ocultar pedras e outros objetos cortantes, além do desnivelamento da praça de carga, que pode causar patinagens na operação da pá carregadeira. Por esse motivo, recomenda-se a limpeza e nivelamento frequente das frentes de carga e vias de acesso com a utilização de motoniveladoras e tratores de esteiras.

A topografia das vias também deve ser definida com foco na produtividade. Segundo os especialistas, uma ladeira com mais de 8% de inclinação provoca sobrecarga no eixo dianteiro do veículo por transferência da carga do eixo traseiro. De acordo com estudos, cada 1% de inclinação ocasiona 1% de sobrecarga.

 

Critérios para  a escolha
A correta seleção dos pneus fora-de-estrada deve se basear nas condições de operação, como a topografia, a abrasividade do solo, o tipo de material a ser movimentado, o tempo de ciclo e outras variáveis, que determinam qual o modelo mais adequado em termos de concepção construtiva, perfil, composto de borracha e espessura de banda de rodagem. Pneus que rodam em áreas com muitas pedras, por exemplo, devem ter sulcos mais profundos, que conferem maior proteção à carcaça contra cortes e arrancamentos.

Apesar de os fabricantes desenvolverem compostos especiais para melhorar o desempenho de equipamentos que operam com ciclos mais longos – nos quais o pneu fica exposto a maior aquecimento – ou em pistas muito abrasivas, a escolha dos usuários se baseia nas suas condições específicas de operação. Essas variáveis se tornam ainda maiores no caso das construtoras, cujos equipamentos se deslocam de uma obra para outra, enfrentando diferentes condições de trabalho em cada canteiro.

Segundo a Michelin, uma tendência cada vez maior é a utilização de pneus de construção radial em substituição aos modelos diagonais ou convencionais. “Em média, eles rodam o dobro dos modelos diagonais e geram uma substancial redução no consumo de combustível”, afirma Paulo França, responsável comercial da área de pneus fora-de-estrada e de infraestrutura da Michelin na América do Sul. Ele destaca que essa tendência já é uma realidade nos mercados mais maduros, como a Europa e Estados Unidos, e está cada vez mais crescente em países como o Brasil, China e Índia.

 

 

 

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