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Revista M&T - Ed.184 - Outubro 2014
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Coluna Yoshio

Através dos arbustos

Apenas a percepção ampliada de um contexto permite uma leitura indireta e mais precisa dos acontecimentos, antes de tomar decisões

Uma vez mais, os noticiários econômicos alertam para queda dos negócios, falta de crescimento e outras indicações inquietantes no mercado que estimulam a volta de um pessimismo generalizado. Como em tantas outras épocas em nosso país, o barco novamente balança e a visão torna-se turva, não conseguindo distinguir horizonte e terra firme em meio à névoa que se avoluma.

Nessas horas mais difíceis, entretanto, os profissionais se diferenciam dos amadores. Como diz o ditado popular, é na dificuldade que os homens se diferenciam dos meninos (algo certamente válido para as mulheres também).

De fato, uma das qualidades mais importantes do verdadeiro líder é a capacidade de manter a serenidade em momentos conturbados, transmitindo segurança à equipe. Mas, quando fazemos comentários metafóricos desta natureza, algumas pessoas questionam como é possível um capitão enxergar melhor que os marujos na mesma névoa. Teriam assim capitães e líderes uma visão privilegiada?

Durante uma recente viagem à África ao lado de executivos experientes de diferentes indústrias, discutiu-se justamente o que diferencia um bom líder nas organizações e, a partir desses parâmetros, como distinguir um potencial líder do futuro. Baseado em muitos anos de observações e experiências próprias, o grupo concluiu que a qualidade fundamental é visualizar saídas quando outros já se desesperam.

Inclusive, um executivo sul-africano brindou-nos com uma expressão local muito interessante: “See through the bushes” (“Ver através dos arbustos”, em tradução livre). Na África, a máxima é aplicada quando os caçadores precisam visualizar os animais, que naturalmente tentam se camuflar na vegetação típica das savanas.

Mas se o líder enxerga o mesmo que os demais, como ele pode obter uma visão mais apurada para tomar decisões? A resposta é que apenas a experiência e o treinamento para “ver através dos arbustos” possibilitam identificar sinais que permitem chegar a conclusões diferenciadas. Ou seja, é a percepção ampliada de um contexto que permite uma leitura indireta e mais precisa dos acontecimentos, antes de tomar decisões.

Em termos práticos, um neófito tenta fragmentar índices de crescimento econômico para, desse modo, prever o próximo ano, ao passo que um líder experiente faz a leitura de outros indicadores, q


Uma vez mais, os noticiários econômicos alertam para queda dos negócios, falta de crescimento e outras indicações inquietantes no mercado que estimulam a volta de um pessimismo generalizado. Como em tantas outras épocas em nosso país, o barco novamente balança e a visão torna-se turva, não conseguindo distinguir horizonte e terra firme em meio à névoa que se avoluma.

Nessas horas mais difíceis, entretanto, os profissionais se diferenciam dos amadores. Como diz o ditado popular, é na dificuldade que os homens se diferenciam dos meninos (algo certamente válido para as mulheres também).

De fato, uma das qualidades mais importantes do verdadeiro líder é a capacidade de manter a serenidade em momentos conturbados, transmitindo segurança à equipe. Mas, quando fazemos comentários metafóricos desta natureza, algumas pessoas questionam como é possível um capitão enxergar melhor que os marujos na mesma névoa. Teriam assim capitães e líderes uma visão privilegiada?

Durante uma recente viagem à África ao lado de executivos experientes de diferentes indústrias, discutiu-se justamente o que diferencia um bom líder nas organizações e, a partir desses parâmetros, como distinguir um potencial líder do futuro. Baseado em muitos anos de observações e experiências próprias, o grupo concluiu que a qualidade fundamental é visualizar saídas quando outros já se desesperam.

Inclusive, um executivo sul-africano brindou-nos com uma expressão local muito interessante: “See through the bushes” (“Ver através dos arbustos”, em tradução livre). Na África, a máxima é aplicada quando os caçadores precisam visualizar os animais, que naturalmente tentam se camuflar na vegetação típica das savanas.

Mas se o líder enxerga o mesmo que os demais, como ele pode obter uma visão mais apurada para tomar decisões? A resposta é que apenas a experiência e o treinamento para “ver através dos arbustos” possibilitam identificar sinais que permitem chegar a conclusões diferenciadas. Ou seja, é a percepção ampliada de um contexto que permite uma leitura indireta e mais precisa dos acontecimentos, antes de tomar decisões.

Em termos práticos, um neófito tenta fragmentar índices de crescimento econômico para, desse modo, prever o próximo ano, ao passo que um líder experiente faz a leitura de outros indicadores, que indiretamente apontam caminhos que não são tão facilmente seguidos pelos menos experientes ou pelos desatentos ao conjunto dos fatos.

*Yoshio Kawakami é consultor da Raiz Consultoria e diretor técnico da Sobratema

 

 

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