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Revista M&T - Ed.174 - Novembro 2013
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A Era das Máquinas

As soluções criativas que vieram do frio

Pioneiros como Munktell, Bolinder e outros inventores escandinavos desenvolveram importantes projetos de equipamentos que dariam origem a uma tradição no setor
Por Norwil Veloso

Em 1822, o industrial Johan Theofron Munktell (1805-1887) mudou-se para Estocolmo onde, após quatro anos de trabalho junto ao brilhante engenheiro Gustaf Broling, assumiu o cargo de supervisor do Tesouro Real. À sua maneira, o empreendedor modernizou os equipamentos de cunhagem e, de quebra, desenvolveu a primeira máquina de impressão da Suécia.

Em 1832, então já técnico de renome, Munktell foi contratado pela cidade de Eskilstuna para iniciar uma empresa de engenharia destinada ao desenvolvimento da indústria mecânica local. Neste posto, o inventor lançaria muitas inovações no decorrer do século XIX, abrindo uma linha evolutiva no segmento que, inclusive, seria seguida por outras empresas após sua morte.

A partir de então, a evolução técnica foi vertiginosa. Em apenas algumas décadas, o núcleo de Munktell criou os primeiros exemplares de tear, colhedeira e locomotiva da Suécia, além de desenvolver a cúpula móvel do observatório de Uppsala e os sistemas de aquecimento de todas as prisões do país. A atuação do grupo também foi a principal força propulsora na decisão de restauração da hidrovia entre Torshalla e Eskilstuna, com o desenvolvimento de eclusas para possibilitar a navegação em todo o trecho e resolver um problema importante de transporte, ligando a pequena cidade medieval à capital.

Inicialmente, a empresa Munktells Mekaniska Verkstads produzia somente prensas para impressão e máquinas operatrizes, que logo ganharam reputação de alta qualidade. Mas, buscando novos horizontes, Munktell viajou para a Inglaterra em 1835, angariando na matriz da Revolução Industrial a experiência e o conhecimento técnico que levariam ao início da fabricação de locomotivas, com a primeira unidade lançada em 1853. Mais de meio século se passaria até que, em 1906, a empresa lançasse seu primeiro equipamento de construção, um rolo a vapor, seguido em 1913 pelo primeiro trator agrícola da Suécia.

Entretanto, entre esses dois momentos muita coisa aconteceria. Quando Munktell deixou Estocolmo, seu lugar no tesouro passou para outro jovem e promissor engenheiro, chamado Jean Bolinder. Após um período de aprendizado com Gustaf Broling, Bolinder deu sequência ao espíri


Em 1822, o industrial Johan Theofron Munktell (1805-1887) mudou-se para Estocolmo onde, após quatro anos de trabalho junto ao brilhante engenheiro Gustaf Broling, assumiu o cargo de supervisor do Tesouro Real. À sua maneira, o empreendedor modernizou os equipamentos de cunhagem e, de quebra, desenvolveu a primeira máquina de impressão da Suécia.

Em 1832, então já técnico de renome, Munktell foi contratado pela cidade de Eskilstuna para iniciar uma empresa de engenharia destinada ao desenvolvimento da indústria mecânica local. Neste posto, o inventor lançaria muitas inovações no decorrer do século XIX, abrindo uma linha evolutiva no segmento que, inclusive, seria seguida por outras empresas após sua morte.

A partir de então, a evolução técnica foi vertiginosa. Em apenas algumas décadas, o núcleo de Munktell criou os primeiros exemplares de tear, colhedeira e locomotiva da Suécia, além de desenvolver a cúpula móvel do observatório de Uppsala e os sistemas de aquecimento de todas as prisões do país. A atuação do grupo também foi a principal força propulsora na decisão de restauração da hidrovia entre Torshalla e Eskilstuna, com o desenvolvimento de eclusas para possibilitar a navegação em todo o trecho e resolver um problema importante de transporte, ligando a pequena cidade medieval à capital.

Inicialmente, a empresa Munktells Mekaniska Verkstads produzia somente prensas para impressão e máquinas operatrizes, que logo ganharam reputação de alta qualidade. Mas, buscando novos horizontes, Munktell viajou para a Inglaterra em 1835, angariando na matriz da Revolução Industrial a experiência e o conhecimento técnico que levariam ao início da fabricação de locomotivas, com a primeira unidade lançada em 1853. Mais de meio século se passaria até que, em 1906, a empresa lançasse seu primeiro equipamento de construção, um rolo a vapor, seguido em 1913 pelo primeiro trator agrícola da Suécia.

Entretanto, entre esses dois momentos muita coisa aconteceria. Quando Munktell deixou Estocolmo, seu lugar no tesouro passou para outro jovem e promissor engenheiro, chamado Jean Bolinder. Após um período de aprendizado com Gustaf Broling, Bolinder deu sequência ao espírito criativo de Munktell e inventou novas máquinas que tornaram a atividade ainda mais eficiente. Contudo, antes de explorar outras possibilidades da engenharia, ele também preferiu ir para a Inglaterra com seu irmão Carl Gerhard, em uma jornada que lhe traria um valioso aprendizado sobre fundição e diversas outras tecnologias já aplicadas em solo britânico.

Em 1844, quando retornaram à Suécia, os irmãos iniciaram uma empresa que evoluiu rapidamente, até ganhar reputação internacional em 1883 com sua participação central no projeto do primeiro submarino militar do país escandinavo. Em um novo salto de meio século, os irmãos lançariam em 1893 o primeiro motor de combustão interna produzido na Suécia. No ano seguinte, Carl Gerhard morreu, e, cinco anos depois, também seu irmão Jean se foi. Mas a empresa sobreviveu à ausência de seus fundadores e, ainda em 1899, lançaria um novo motor revolucionário, de dois tempos.

FUSÃO

Após a quebra da Bolsa em 1929 e a posterior quebra do grupo de construção Kreuger em 1932, o banco Handelsbanken decidiu fundir as empresas Bolinder e Munktell, em uma estratégia adotada para garantir seus ativos. Assim, exatamente cem anos após o início como impressoras em Eskilstuna, ambas as empresas se uniram para criar a Bolinder-Munktell (BM). Em 1950, a Volvo que havia sido fundada em 1927 para a produção de veículos de passeio adquiriu a empresa, passando a atuar principalmente no setor florestal e, posteriormente, na fabricação de equipamentos para construção.

Nessa mesma época, foi lançado o DR631, o primeiro caminhão articulado do mundo com tração em todas as rodas.
Em 1954, a BM e a Brödema Lundbergs Mekaniska lançaram uma pá carregadeira com descarga na parte traseira (a H10). Na verdade, o equipamento era constituído por um trator de pneus equipado com uma caçamba, que era instalada depois da colocação das rodas maiores. Abrindo novas perspectivas em termos de capacidade de carga e força de desagregação, o modelo também contava com sistema de direção nas rodas “traseiras”, o que facilitava significativamente a operação e, historicamente, deu origem à primeira carregadeira da Volvo. Mas essa já é outra história.

Leia na próxima edição: A evolução das soluções para construção de estradas

Linha do tempo

1893 – Bolinder produz o primeiro motor de combustão interna da Suécia
1913 – Munktells produz o primeiro trator da Suécia
1932 – Fusão das duas empresas, com a criação da Bolinder-Munktell (BM)
1950 – Aquisição da BM pela Volvo
1954 – Lançamento da primeira carregadeira Volvo (H10)
1966 – Lançamento do primeiro caminhão articulado do mundo
1985 – Formação do Grupo VME (Volvo/Michigan/Euclid)
1995 – A Volvo assume o controle do Grupo VME

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