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Revista M&T - Ed.166 - Março 2013
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Equipamentos Compactos

As pequenas notáveis

Com taxas anuais de crescimento acima da Linha Amarela, miniequipamentos ganham espaço em aplicações nos mais diversos segmentos da construção, mineração e agricultura
Por Camila Waddington

Com o mercado em franca evolução, atualmente equipamentos como minicarregadeiras e miniescavadeiras têm o céu como limite no país. Em meio ao otimismo, sequer há consenso sobre o potencial de crescimento do mercado no médio prazo. As médias previstas de expansão mudam conforme o interlocutor, indo de 5% a 30% para um mesmo tipo de equipamento.

O amplo leque de possibilidades foi esboçado por diversos fabricantes entrevistados pela M&T nesta reportagem, demonstrando que o cenário promissor para os equipamentos compactos está apenas em seu início no Brasil. Mas, apesar de incipiente, trata-se de um nicho que já exibe musculatura: de 2007 a 2012, a soma das máquinas compactas vendidas no país praticamente quintuplicou, passando de 700 unidades anuais para aproximadamente 3,4 mil.

No ano passado, o Estudo de Mercado da Sobratema já validava essa evolução. A pesquisa mostrou que, enquanto as vendas de equipamentos da Linha Amarela retraíram 3%, as minicarregadeiras avançaram 5%, saltando de 3,3 mil para 3,4 mil unidades na comparação com 2011. Já as vendas de miniescavadeiras cresceram 19%, saltando de 800 para 900 unidades no mesmo período.

ESTRATÉGIAS

É esse o mercado do qual os fabricantes entrevistados além de uma significativa gama de outros competidores com operação nacional – querem um filão. É claro que, mesmo que o objetivo seja comum, as estratégias para alcançá-lo são distintas. Antes de conhecê-las, vale a nota de que absolutamente todos os equipamentos compactos comercializados no Brasil são importados desde 2011, quando a Volvo CE – até então a única marca que fabricava tais máquinas no país decidiu concentrar a fabricação em suas plantas na Europa e Estados Unidos.

“Hoje, ofertamos sete modelos de minicarregadeiras para o Brasil, com capacidades de carga entre 600 e 1,2 mil kg”, diz Jacó Alles, gerente regional de vendas da Volvo CE para a América Latina. Já na parte de miniescavadeiras, a empresa dispõe de quatro modelos, sendo o menor de 2,7 toneladas de peso operacional e a maior, de 8,8 t.

Segundo Juliano Silva, engenheiro de vendas da Volvo CE para o mercado latino-americano, as miniescavadeiras


Com o mercado em franca evolução, atualmente equipamentos como minicarregadeiras e miniescavadeiras têm o céu como limite no país. Em meio ao otimismo, sequer há consenso sobre o potencial de crescimento do mercado no médio prazo. As médias previstas de expansão mudam conforme o interlocutor, indo de 5% a 30% para um mesmo tipo de equipamento.

O amplo leque de possibilidades foi esboçado por diversos fabricantes entrevistados pela M&T nesta reportagem, demonstrando que o cenário promissor para os equipamentos compactos está apenas em seu início no Brasil. Mas, apesar de incipiente, trata-se de um nicho que já exibe musculatura: de 2007 a 2012, a soma das máquinas compactas vendidas no país praticamente quintuplicou, passando de 700 unidades anuais para aproximadamente 3,4 mil.

No ano passado, o Estudo de Mercado da Sobratema já validava essa evolução. A pesquisa mostrou que, enquanto as vendas de equipamentos da Linha Amarela retraíram 3%, as minicarregadeiras avançaram 5%, saltando de 3,3 mil para 3,4 mil unidades na comparação com 2011. Já as vendas de miniescavadeiras cresceram 19%, saltando de 800 para 900 unidades no mesmo período.

ESTRATÉGIAS

É esse o mercado do qual os fabricantes entrevistados além de uma significativa gama de outros competidores com operação nacional – querem um filão. É claro que, mesmo que o objetivo seja comum, as estratégias para alcançá-lo são distintas. Antes de conhecê-las, vale a nota de que absolutamente todos os equipamentos compactos comercializados no Brasil são importados desde 2011, quando a Volvo CE – até então a única marca que fabricava tais máquinas no país decidiu concentrar a fabricação em suas plantas na Europa e Estados Unidos.

“Hoje, ofertamos sete modelos de minicarregadeiras para o Brasil, com capacidades de carga entre 600 e 1,2 mil kg”, diz Jacó Alles, gerente regional de vendas da Volvo CE para a América Latina. Já na parte de miniescavadeiras, a empresa dispõe de quatro modelos, sendo o menor de 2,7 toneladas de peso operacional e a maior, de 8,8 t.

Segundo Juliano Silva, engenheiro de vendas da Volvo CE para o mercado latino-americano, as miniescavadeiras da fabricante sueca são dotadas de esteira de borracha ou metal, quando não de pneus. “A opção dependerá da condição do solo da obra, sendo que a necessidade de exercer baixa pressão sobre o solo sobre lama, por exemplo exige a aplicação de esteira de metal, para assegurar melhor distribuição de peso por área do equipamento e promover maior tração”, explica o executivo. “Já em solos mais delicados, como os de jardinagem ou em interiores de edificações, as esteiras de borracha são mais indicadas, ficando os pneus voltados preferencialmente para operações que precisem de maior velocidade de deslocamento.”

Dentro da mesma faixa operacional apresentada pela Volvo CE, a JCB fez suas primeiras apostas em compactos para o mercado nacional. As minicarregadeiras com capacidade de carga de 703 kg da marca são produzidas nos Estados Unidos e passaram a ser disponibilizadas no Brasil no ano passado, quando foram lançadas durante a M&T Expo 2012. Como diferencial, as máquinas apresentam cabine panorâmica, que – segundo a fabricante – oferece visibilidade até 60% superior a de equipamentos similares. “Já planejamos o incremento de outro modelo de minicarregadeira, na faixa de 1,5 t de capacidade de carga, que deve ser anunciado a partir de 2014”, revela Nei Hamilton, diretor comercial da JCB no Brasil.

Enquanto essa novidade não chega, a primeira miniescavadeira da JCB para o Brasil passou a ser vendida em janeiro deste ano. Trata-se de uma máquina com peso operacional de 2,8 t e que, segundo Hamilton, atende à maior demanda do mercado. “Esse equipamento tem lança articulada para permitir giro lateral”, informa o diretor, explicando que isso permite ao equipamento escavar na direção de suas esteiras, pois gira lateralmente em ângulos de até 60 graus para a esquerda e de até 45 graus para a direita. “Na operação, isso permite que se escave material em mais posições sem precisar realocar a máquina, o que confere maior produtividade à obra”, diz ele.

SUBSTITUIÇÃO

Para Nicola D’Arpino, gerente de marketing da New Holland, começa a ocorrer no Brasil o que já é praxe na Europa: a substituição de retroescavadeiras por minicarregadeiras ou miniescavadeiras em diversos serviços. Segundo ele, isso representa ganho de competitividade, principalmente para os locadores e subempreiteiros, que incorporam à frota duas máquinas ao invés de apenas uma. “O gestor pode designar a miniescavadeira para um serviço e a minicarregadeira para outro”, exemplifica D’Arpino. “Com isso, se ganha massa crítica sem ampliar o investimento total, já que o valor despendido para a aquisição de uma retroescavadeira é similar ao aplicado em dois equipamentos compactos.”

Jacó Alles, da Volvo CE, lembra o quão comum tornou-se encontrar retroescavadeiras realizando serviços que seriam mais produtivos com a aplicação de miniequipamentos. “Refiro-me a escavações em centros urbanos, onde a dimensão reduzida dos equipamentos compactos oferece inúmeras vantagens sobre as retroescavadeiras”, detalha. “Também destaco serviços como colocação e posicionamento de tubulações, aberturas de pequenas valas, obras de saneamento básico e outros.”

Em uma das simulações feitas por Alles e sua equipe, a escavação urbana feita com minicarregadeira dotada de implemento de escavação foi comparada à feita por retroescavadeira. Ele relata que, enquanto o caminhão para transporte do material escavado fica ao lado da retroescavadeira para ser carregado um processo que ocupa duas faixas da pista, com a minicarregadeira ele fica adiante ou atrás, ocupando somente uma faixa. “Isso porque a minicarregadeira é capaz de escavar, fazer o giro de 180 graus e despejar a terra na caçamba do caminhão em um espaço de manobra mais curto”, explica. “Isso, evidentemente, é muito importante em uma via urbana de tráfego intenso.”

PRECURSORA

Na avaliação de Alberto Rivera, gerente comercial da Doosan detentora da marca Bobcat, o mercado já evoluiu significativamente no que tange ao uso de equipamentos compactos. “Por isso mesmo devemos apostar nele”, enfatiza o executivo, que representa uma empresa precursora na venda desse tipo de equipamento no Brasil. “A prova de quão promissor é esse mercado é o crescimento absurdo na oferta dessas máquinas por fabricantes com presença nacional”, diz ele. “E isso é ainda mais forte na parte de miniescavadeiras, na qual a quantidade de concorrentes é maior.”

As minicarregadeiras da Bobcat, segundo Rivera, são disponibilizadas em capacidades de carga que vão de 318 kg a 1,8 t. “São 13 modelos no total, abarcando toda a necessidade do mercado, embora a maior demanda se concentre nas máquinas da faixa de 900 kg de capacidade”, informa.

Ele lembra que as principais evoluções nas minicarregadeiras da marca ocorreram na disposição dos acessórios, que agora ficam mais protegidos dentro dos braços da carregadeira. “Além disso, as nossas máquinas podem ser adquiridas com três opções de comando: com alavanca, joystick ou em combinação dos dois tipos de acionamentos”, diz ele, explicando que a opção se dá por conta da aplicação à qual será destinada a máquina, uma vez que o joystick é ideal para serviços que exigem sequência de velocidade, como a fresagem. “Já com a alavanca, o operador pode cansar no decorrer da operação e variar a velocidade de avanço da máquina, comprometendo a regularidade do pavimento”, diz ele, salientando ainda a possibilidade de programação de velocidades com o uso do joystick.

Na opinião de Rivera, as alavancas são as preferidas pelos operadores, principalmente em trabalhos de ataque para escavação ou carregamento. “Elas dão ao operador a sensação de extensão dos seus próprios braços, deixando a força exercida durante o carregamento ou escavação mais perceptível”, explica o especialista. Além disso, a máquina com joystick é de 5% a 8% mais cara, diz ele. No segmento de miniescavadeiras, a Bobcat dispõe de 10 modelos, com peso operacional entre 1 e 8 t. “A preferência está nas máquinas de 2 a 3 t, mas já percebemos uma tendência por máquinas maiores, da faixa de 5 t de peso operacional”, revela o gerente comercial da marca.

POTENCIAL

É justamente nessa faixa que a Sany apostou para incrementar sua linha de compactos no Brasil. A fabricante chinesa oferece miniescavadeiras de 5 e 7 t, com forte demanda no mercado de locação. “Em 2012, aproximadamente 85% das miniescavadeiras da Sany foram comercializadas para locadoras que atuam principalmente com empreiteiras de construção civil, obras urbanas e saneamento básico nas regiões Sul e Sudeste”, diz Marcelo Jutwak, gerente de Linha Amarela da Sany do Brasil.

Segundo ele, esses equipamentos vêm demonstrando força de comercialização entre todos os competidores, uma vez que em 2012 as miniescavadeiras representaram algo em torno de 15% das unidades de todos os portes vendidas no país. “Na Sany, essa proporção é ainda mais representativa, pois 23% das unidades de escavadeiras que vendemos no ano passado foram da classe de compactas”, diz Jutwak. Como possuem menor valor de aquisição, as miniescavadeiras apresentam ticket médio menor e, por isso, contribuíram com o percentual de 9% do faturamento oriundo das vendas de escavadeiras da Sany no ano passado, acresce o gerente.

 

 

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