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Revista M&T - Ed.172 - Setembro 2013
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Transporte Rodoviário

Amarração de cargas requer formalização

Para especialista, falta de regulamentação e de conhecimento técnico na segurança de cargas é uma das principais causas de acidentes durante o transporte em rodovias

Muitas vezes ignorada até por profissionais do setor, a amarração de cargas é mais um dos problemas que compõem nosso já complexo gargalo logístico. Para o engenheiro Rubem Penteado de Melo, diretor técnico da Transtech Ivesur Brasil, isso ocorre porque o país possui poucos veículos especializados para transporte de cargas e, como consequência, a responsabilidade da amarração acaba totalmente delegada aos próprios condutores. Como solução possível, o especialista defende a formalização das técnicas corretas juntos às empresas de transporte, apontando quais preceitos devem ser considerados nesse aspecto.

ESTABILIDADE

O primeiro deles é a verificação e garantia da estabilidade da carga amarrada. Para obtê-la, como afirma Melo, deve-se calcular antecipadamente se a carga suportará ser submetida às forças gravitacionais exercidas em todas as direções (como mostra o quadro da pág. 129). “Se estiver instável, ela naturalmente corre o risco de tombar”, diz ele. “Por isso, é necessário sempre considerar as medidas de comprimento, largura e altura do material transportado.”

Nesse sentido, o especialista explica que, para evitar o tombamento para frente, o comprimento da carga precisa ser ao menos 80% maior que a medida da altura. Já para evitar que tombe para os lados, a largura precisa ter 50% ou mais da medida da altura. Melo, no entanto, adverte que essas regras não se aplicam nos casos em que o centro da gravidade da carga não está no centro geométrico, ou seja, cargas com pesos e medidas irregulares.

MECANISMOS

Mesmo estável, mecanismos de amarração devem ser instalados para evitar o tombamento da carga. A fixação envolvente (ou “tie-down”) consiste em forçar o objeto contra o piso, aumentando sua força de atrito. “Para ter o máximo de eficiência com esse tipo de amarração, os cabos devem ser presos o mais próximo possível da carga, diminuindo o ângulo de aplicação do sistema de fixação”, delineia Melo. Outro método usual é a fixação direta em contentores, que retêm a carga diretamente em sua estrutura, seja carroceria basculante, tanque etc. Há também a possibilidade de fixação direta por meio de bloqueadores, na qual a carga é presa a um painel dianteiro, traseiro ou mesmo


Muitas vezes ignorada até por profissionais do setor, a amarração de cargas é mais um dos problemas que compõem nosso já complexo gargalo logístico. Para o engenheiro Rubem Penteado de Melo, diretor técnico da Transtech Ivesur Brasil, isso ocorre porque o país possui poucos veículos especializados para transporte de cargas e, como consequência, a responsabilidade da amarração acaba totalmente delegada aos próprios condutores. Como solução possível, o especialista defende a formalização das técnicas corretas juntos às empresas de transporte, apontando quais preceitos devem ser considerados nesse aspecto.

ESTABILIDADE

O primeiro deles é a verificação e garantia da estabilidade da carga amarrada. Para obtê-la, como afirma Melo, deve-se calcular antecipadamente se a carga suportará ser submetida às forças gravitacionais exercidas em todas as direções (como mostra o quadro da pág. 129). “Se estiver instável, ela naturalmente corre o risco de tombar”, diz ele. “Por isso, é necessário sempre considerar as medidas de comprimento, largura e altura do material transportado.”

Nesse sentido, o especialista explica que, para evitar o tombamento para frente, o comprimento da carga precisa ser ao menos 80% maior que a medida da altura. Já para evitar que tombe para os lados, a largura precisa ter 50% ou mais da medida da altura. Melo, no entanto, adverte que essas regras não se aplicam nos casos em que o centro da gravidade da carga não está no centro geométrico, ou seja, cargas com pesos e medidas irregulares.

MECANISMOS

Mesmo estável, mecanismos de amarração devem ser instalados para evitar o tombamento da carga. A fixação envolvente (ou “tie-down”) consiste em forçar o objeto contra o piso, aumentando sua força de atrito. “Para ter o máximo de eficiência com esse tipo de amarração, os cabos devem ser presos o mais próximo possível da carga, diminuindo o ângulo de aplicação do sistema de fixação”, delineia Melo. Outro método usual é a fixação direta em contentores, que retêm a carga diretamente em sua estrutura, seja carroceria basculante, tanque etc. Há também a possibilidade de fixação direta por meio de bloqueadores, na qual a carga é presa a um painel dianteiro, traseiro ou mesmo grades laterais. Por último, a fixação direta pode ser realizada por meio de dispositivos como correntes, cabos de aço ou cintas de nylon, que são usadas para amarrar a carga diretamente na carroceria. CARGAS ESPECIAIS

Para o transporte de cargas especiais, como siderúrgicas, deve-se verificar e obedecer às resoluções do Conselho Nacional de Trânsito (Contran). No caso de cargas excedentes, ou especiais, os diferentes critérios de amarração e tráfego estão indicados na resolução 11/2004, do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT). Nesses casos, são muitos os fatores que devem ser considerados a fim de se obter um transporte seguro, tal como a atuação da força do vento na carga e a inclinação das vias.

No caso de bitrens e rodotrens, Melo comenta que os cuidados devem ser ainda maiores. A amarração na segunda carreta, por exemplo, deve ser sempre mais resistente, para evitar o “efeito chicote”, assim como retensionar o sistema periodicamente durante o trajeto, depois de freadas ou manobras evasivas.

FORMALIZAÇÃO

Frente a essa especificidade de segurança para cada tipo de transporte com cargas, Melo avalia que o sistema de transporte no Brasil precisa mudar urgentemente. Para ele, é de extrema importância formalizar progressivamente as instruções, identificando todas as informações técnicas da carga, os cuidados especiais necessários, as características do veículo e os dispositivos de amarração.

“Em resumo, é preciso especificar as exigências no carregamento durante a viagem, de forma a assegurar o transporte correto e seguro das cargas”, conclui o especialista.

Estabilidade da carga também depende do atrito

Dependendo do atrito existente entre as superfícies, o próprio peso da carga pode colaborar com a força necessária para sua estabilidade. Dessa forma, a força do atrito é proporcional ao peso e ao coeficiente de atrito entre o piso e a carga. O quadro abaixo mostra como pode ser feito o cálculo da força de atrito necessária.

EXEMPLOS DE COEFICIENTES TÍPICOS:

Aço oleado sobre aço 0,01 - 0,1

Aço liso sobre aço 0,1 - 0,2

Aço liso sobre madeira 0,3 - 0,4

Aço liso sobre borracha 0,6 - 0,7

Aço livre corrugado sobre madeira 0,6 - 0,7

Fat = μ.N Fat = Força de atrito

μ = Coeficiente de atrito

N = Força (carga kg x 10).

Confira os principais métodos de amarração de carga em veículos:

Fixação envolvente (tie-down): o objeto é forçado contra o piso do veículo, aumentando sua capacidade restritiva por meio do aumento da força de atrito entre as superfícies

Fixação direta em contenedores específicos: estrutura retém a carga diretamente em suas estruturas, como carroceria basculante, tanque etc.

Fixação direta por meio de bloqueadores: é utilizada a própria carroceria do veículo, como painel dianteiro, painel traseiro e grades laterais

Fixação direta por meio de dispositivos de fixação: como correntes, cabos de aço, cintas de nylon e outros, nos quais a amarração da carga é feita diretamente na estrutura do veículo ou de sua carroceria.

 

 

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