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Revista M&T - Ed.205 - Setembro 2016
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Exportação

Além do horizonte

Variação no câmbio e baixa expectativa de crescimento forçam algumas empresas de equipamentos para construção a apostar na exportação como saída para seus produtos

Em épocas de mercado interno estagnado, sem perspectiva imediata de retorno, o mercado externo passa a ser bastante propício para aqueles que têm escala de produção e competitividade para enviar seus produtos e serviços ao exterior. Segundo dados da balança comercial brasileira, o resultado das exportações mantém-se positivo no acumulado do ano. Nos cinco primeiros meses de 2016, de janeiro a maio, as exportações superaram as importações em US$ 19,681 bilhões, revertendo o déficit alcançado em igual período de 2015, que foi de US$ 2,301 bilhões.

 

De acordo com dados da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), até maio de 2016 as exportações de máquinas e equipamentos foram 2% maiores do que as registradas em abril e 9,9% superiores às de maio de 2015. No ano, o setor reverteu seu cenário de queda e passou a apresentar o primeiro resultado positivo (0,9%). A retração interna, acompanhada da inflação e da alta do dólar, contribuiu para esse resultado positivo. “De fato, o câmbio tem sido um dos poucos fatores positivos para o setor neste ano”, comenta Afrânio Chueire, presidente da Volvo CE Latin America. “A desvalorização do real frente ao dólar acaba melhorando a competitividade dos produtos fabricados no Brasil e incentivando as exportações.”

Em 2014, aproximadamente 38% do total dos equipamentos da marca Volvo produzidos no Brasil foram destinados ao mercado externo. Em 2015, este número subiu para 52%. Neste ano, a previsão é de que aproximadamente 57% do total dos equipamentos produzidos pela Volvo CE sejam destinados à exportação. “Este percentual deve manter-se nesta mesma faixa para o próximo ano”, complementa Chueire.

REFLEXO

Nilso Pela, gerente geral da fábrica da Atlas Copco Construction Technique, também avalia que “a desvalorização do real ajuda, mas são necessárias medidas de incentivo às exportações e acordos bilaterais com outros países ou blocos econômicos”.

Para 2016, a expectativa do executivo para a exportação dos equipamentos da marca (para países como Estados Unidos, Argentina, Chile, Colômbia, Austrália, México e Canadá) é de 250 máquinas, estimando cerca de 300 para o próximo ano. “Nos últimos dois ano


Em épocas de mercado interno estagnado, sem perspectiva imediata de retorno, o mercado externo passa a ser bastante propício para aqueles que têm escala de produção e competitividade para enviar seus produtos e serviços ao exterior. Segundo dados da balança comercial brasileira, o resultado das exportações mantém-se positivo no acumulado do ano. Nos cinco primeiros meses de 2016, de janeiro a maio, as exportações superaram as importações em US$ 19,681 bilhões, revertendo o déficit alcançado em igual período de 2015, que foi de US$ 2,301 bilhões.

 

De acordo com dados da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), até maio de 2016 as exportações de máquinas e equipamentos foram 2% maiores do que as registradas em abril e 9,9% superiores às de maio de 2015. No ano, o setor reverteu seu cenário de queda e passou a apresentar o primeiro resultado positivo (0,9%). A retração interna, acompanhada da inflação e da alta do dólar, contribuiu para esse resultado positivo. “De fato, o câmbio tem sido um dos poucos fatores positivos para o setor neste ano”, comenta Afrânio Chueire, presidente da Volvo CE Latin America. “A desvalorização do real frente ao dólar acaba melhorando a competitividade dos produtos fabricados no Brasil e incentivando as exportações.”

Em 2014, aproximadamente 38% do total dos equipamentos da marca Volvo produzidos no Brasil foram destinados ao mercado externo. Em 2015, este número subiu para 52%. Neste ano, a previsão é de que aproximadamente 57% do total dos equipamentos produzidos pela Volvo CE sejam destinados à exportação. “Este percentual deve manter-se nesta mesma faixa para o próximo ano”, complementa Chueire.

REFLEXO

Nilso Pela, gerente geral da fábrica da Atlas Copco Construction Technique, também avalia que “a desvalorização do real ajuda, mas são necessárias medidas de incentivo às exportações e acordos bilaterais com outros países ou blocos econômicos”.

Para 2016, a expectativa do executivo para a exportação dos equipamentos da marca (para países como Estados Unidos, Argentina, Chile, Colômbia, Austrália, México e Canadá) é de 250 máquinas, estimando cerca de 300 para o próximo ano. “Nos últimos dois anos, o número de exportações tem crescido cerca de 10% ao ano”, afirma Pela. “Estamos tentando direcionar a maior parte da nossa produção para exportações, especialmente os equipamentos pesados de compactação de solo e asfalto.”

Já a John Deere Construção, que possui duas fábricas no país inauguradas em 2014, tinha o mercado brasileiro como prioritário no planejamento inicial de demanda das fábricas. Mas, como comenta Roberto Marques, diretor de vendas da divisão de Construção e Florestal da John Deere, a conjuntura econômica acelerou os planos de exportação, que se tornaram uma forma de ajudar no equilíbrio das vendas. “Todos os investimentos que anunciamos recentemente se refletem nas exportações”, afirma.

Segundo Marques, ao anunciar R$ 80 milhões para a ampliação da fábrica e a nacionalização dos tratores de esteira, por exemplo, a fabricante norte-americana também inclui a estratégia de exportações no pacote. O mesmo vale, por exemplo, para a expansão do Centro de Distribuição de Peças em Campinas (SP), feita em 2015 mediante um investimento de US$ 10 milhões, que ademais garante maior capacidade e agilidade no envio de peças aos clientes da marca. “São investimentos que, conjuntamente, impactam positivamente nas exportações”, diz o especialista.

DESTINOS

A América Latina vem sendo o principal mercado de exportação dos equipamentos da produzidos na fábrica da John Deere Construção localizada em Indaiatuba (SP). Segundo Marques, os equipamentos disponíveis para a exportação para a América do Sul – especialmente países como Argentina, Chile e Bolívia – incluem retroescavadeiras como o modelo 310K, mas também pás carregadeiras e escavadeiras, inclusive da Hitachi, parceira da John Deere em uma das fábricas brasileiras. Para alcançar estes mercados, contudo, também é preciso uma (boa) dose de esforço. “Ao exportar os equipamentos, temos sim de fazer investimentos e adequações, de acordo com as exigências de outros países”, diz o executivo.

Além do crescimento do volume de exportações para países da América Latina e Estados Unidos, as máquinas produzidas na fábrica de Contagem (MG) pela Case CE também operam em países tais como Índia, Qatar, Butão e Tailândia, dentre outros. “As exportações cresceram mais de 50% em 2015, em relação a 2014”, afirma Roque Reis, vice-presidente da Case CE para a América Latina. “Contribuiu para este resultado a abertura de novos mercados como a Índia.”

Na América do Sul, as exportações da Case CE para o Chile, Panamá e Paraguai tiveram um salto, ao passo que foram mantidos os níveis de exportação para países como Argentina, Colômbia e Bolívia. Segundo Reis, as principais máquinas exportadas são pás carregadeiras, retroescavadeiras e motoniveladoras. Para a Volvo CE, por sua vez, os Estados Unidos são o principal destino das exportações da fábrica em Pederneiras (SP). Na América Latina, a empresa vem fornecendo equipamentos para países como Argentina, Chile, Colômbia e Peru. Caminhões OTR articulados, escavadeiras e carregadeiras são os principais produtos exportados pela marca.

Exportação de máquinas usadas avança

Empresa do Grupo Sotreq especializada em comércio exterior, a Soimpex planeja aumentar seu faturamento com a exportação de máquinas usadas. A empresa acredita que o país tornou-se mais atrativo para empresas estrangeiras que querem adquirir equipamentos usados no mercado brasileiro. “Com o aumento na utilização de leilões eletrônicos, ficou mais fácil adquirir de forma rápida e segura os equipamentos”, comenta a gerente comercial Valeska Vasconcellos. “Esse aumento na exportação de usados representa uma mudança no comportamento do mercado, favorecendo o setor.”

Setor agrícola exportou mais no 1º semestre

No segmento de máquinas agrícolas, as exportações totalizaram US$ 160,9 milhões em maio, alta de 15,1% na comparação com igual mês do ano passado e avanço de 12% ante abril, de acordo com dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). No entanto, no acumulado no ano, as vendas externas registram retração de 3,2%, para US$ 743,897 milhões.

Mesmo entre altos e baixos, a maré positiva do efeito câmbio também deixou sua marca neste segmento. De acordo com Rossano Saraiva, gerente de vendas e exportação da Massey Ferguson, o câmbio trouxe mais competitividade aos fabricantes de máquinas agrícolas, frente a mercados mais econômicos como Índia, China e Turquia. “Registramos aumento de mais de 10% na exportação em 2015, se comparado a 2014”, afirma Saraiva. “Para este ano, a expectativa é de manter o crescimento em 10%. Para 2017, também apostamos em um mercado estável, com possibilidade de crescimento.”

Segundo ele, no ano passado o Chile liderou o ranking das vendas da marca na América do Sul, seguido da Colômbia. “Os produtos produzidos no Brasil são pensados para atender aos requerimentos dos campos e agricultores daqui”, comenta. “Entretanto, com alguns ajustes nas configurações e adequações, são exportados para países da América do Sul, Central, Caribe e África.”

 

 

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