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Revista M&T - Ed.234 - Junho 2019
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Retroescavadeiras

Adequação ao uso

Um dos equipamentos mais utilizados no Brasil, a retroescavadeira exige avaliação prévia da aplicação para se encontrar o modelo mais equilibrado entre custo e operação
Por Santelmo Camilo

As retroescavadeiras fazem jus ao apelido de “vedetes” dos canteiros. Dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) mostram que, de janeiro a abril deste ano, foram vendidas 875 unidades deste equipamento no país, em um crescimento de 95,3% sobre as 448 unidades comercializadas no 1º quadrimestre do ano passado.

Embora essa alta ainda seja insuficiente para configurar um reaquecimento da construção, ao menos aponta que a família segue entre os equipamentos mais vendidos no país. O que talvez se explique pela versatilidade, pois basta que sejam implementadas com acessórios como rompedores hidráulicos, garfos pallet, placas vibratórias, caçambas, vassouras hidráulicas ou perfuratrizes, dentre outros, para que se tornem uma ferramenta multiuso.

E não é preciso ir muito longe para ver exemplos. Atualmente, enquanto a construção ainda se recupera, o setor agrícola tem utilizado essas máquinas em um amplo leque de atividades. Além de funções como abertura e manutenção de estradas, valetas e adutores, também fazemcarregamentos de grãos e movimentação de calcário e fertilizantes em big bags. “O setor agrícola é sazonal”, justifica Esio Dinis, especialista de marketing de produto da New Holland Construction. “De acordo com o tamanho da propriedade e o perfil do negócio, é importante investir na adequação da infraestrutura local, de modo a propiciar boas condições de trabalho e riscos mínimos de perda de rentabilidade.”

Nesse sentido, o produtor tem se acostumado com a opção de investir parte do capital em máquinas agrícolas e outra em equipamentos da Linha Amarela, na qual tem o apoio das fabricantes. A New Holland, por exemplo, fornece consultoria para o usuário obter um retorno financeiro satisfatório. “Estamos constantemente observando o trabalho das máquinas para detectar sua necessidade real de


As retroescavadeiras fazem jus ao apelido de “vedetes” dos canteiros. Dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) mostram que, de janeiro a abril deste ano, foram vendidas 875 unidades deste equipamento no país, em um crescimento de 95,3% sobre as 448 unidades comercializadas no 1º quadrimestre do ano passado.

Embora essa alta ainda seja insuficiente para configurar um reaquecimento da construção, ao menos aponta que a família segue entre os equipamentos mais vendidos no país. O que talvez se explique pela versatilidade, pois basta que sejam implementadas com acessórios como rompedores hidráulicos, garfos pallet, placas vibratórias, caçambas, vassouras hidráulicas ou perfuratrizes, dentre outros, para que se tornem uma ferramenta multiuso.

E não é preciso ir muito longe para ver exemplos. Atualmente, enquanto a construção ainda se recupera, o setor agrícola tem utilizado essas máquinas em um amplo leque de atividades. Além de funções como abertura e manutenção de estradas, valetas e adutores, também fazemcarregamentos de grãos e movimentação de calcário e fertilizantes em big bags. “O setor agrícola é sazonal”, justifica Esio Dinis, especialista de marketing de produto da New Holland Construction. “De acordo com o tamanho da propriedade e o perfil do negócio, é importante investir na adequação da infraestrutura local, de modo a propiciar boas condições de trabalho e riscos mínimos de perda de rentabilidade.”

Nesse sentido, o produtor tem se acostumado com a opção de investir parte do capital em máquinas agrícolas e outra em equipamentos da Linha Amarela, na qual tem o apoio das fabricantes. A New Holland, por exemplo, fornece consultoria para o usuário obter um retorno financeiro satisfatório. “Estamos constantemente observando o trabalho das máquinas para detectar sua necessidade real de aplicação”, informa Dinis.

NECESSIDADE
Já há alguns anos, a parte de escavação da retroescavadeira vem sendo utilizada com maior ênfase, ao passo que a dianteira acabou ficando subaproveitada. Segundo estimativade Ricardo F. Nery, gerente de produto da JCB, cerca de 70% dos clientes ainda utilizam a parte de escavação com mais frequência, enquanto 30% usam a parte dianteira com mais intensidade. “Por ser um equipamento comum em obras urbanas, a parte de escavação é mais exigida, embora sua presença crescente em áreas rurais mostre valorização da parte dianteira, principalmente com acessórios”, analisa.

Em mercados com maior aplicação da parte traseira, diz ele, a tendência é que as miniescavadeiras ocupem o espaço das retroescavadeiras, ao menos parcialmente. “Isso acontece em países europeus, por exemplo, que possuem infraestrutura acabada e contam com pouco espaço para novas obras, diferentemente dos mercados latino-americanos e asiáticos, onde há muita necessidade de construção”, explica Nery. “Contudo, no Brasil as vendas de retroescavadeiras continuam no topo.”

Para Dinis, a maximização da parte traseira não é tão superior à dianteira, em razão do uso crescente no setor agrícola. “Cerca de 30% do volume de vendas são destinados ao agronegócio, onde há trabalhos intensos de carregamento”, diz ele, ressaltando que a definição de compra tornou-se mais técnica, com vendas efetivadas com base na necessidade. “Se antes havia baixo aproveitamento da retroescavadeira, isso ficou no passado, suplantado pela maximização da rentabilidade do uso.”

O especialista em marketing de produto da Case CE para a América Latina, Gabriel Freitas, observa que a aplicação precisa ser avaliada para se encontrar um modelo equilibrado entre custo e operação. “O mercado agrícola e o de obras urbanas, por exemplo, utilizam constantemente o implemento frontal para carregamento de material”, comenta. De acordo com ele, o cliente não espera só o retorno financeiro do investimento, mas também uma máquina que atenda às necessidades do negócio. “Por isso, deve ser feita uma escolha assertiva do modelo, tamanho e configurações”, orienta. “E essa análise deve envolver fatores como ciclo de trabalho, custos de operação, expectativa de tempo de uso e avaliação do valor de revenda.”

Por sua vez, Eduardo Dalla Nora, diretor da Randon Implementos, salienta que algumas características de mercado – bem como a necessidade de deslocamentos rápidos – fazem da retroescavadeira o equipamento predileto dos brasileiros. “Existe mercado para as diversas linhas de produtos, desde que sejam direcionadas à necessidade e aos critérios de cada aplicação”, reforça.

Nesse rol, a Randon tem dado ênfase à versatilidade e à mobilidade. “O mercado ainda necessita de um equipamento de carregamento combinado com a operação de escavação e a mobilidade sobre rodas”, explica. “E, por ser fabricada em território nacional, a retroescavadeira também oferece melhores condições de financiamento.”

OPÇÕES
O menu fornecido no mercado brasileiro tem opções que variam de 1,6 a 11 t. O modelo JCB 1CX, por exemplo, é indicado para trabalhos em espaços confinados onde máquinas de maior porte não entram, além de centros urbanos e vias com restrição de locomoção. Com a capacidade de uma miniescavadeira de 1,6 t, a máquina tem potência de 49 hp e caçamba frontal com capacidade de 0,28 m³.

O modelo 3CX, por sua vez, posiciona-se entre as retroescavadeiras mais vendidas da JCB. Com caçamba frontal de 1,1 m³ e traseira de 0,26 m³, é indicada para diversos trabalhos, como resíduos, demolição, construção e locação. Já a retroescavadeira 4CX é mais robusta, com caçamba frontal (6 em 1) de 1,2 m³ – com opção standard de 1,3m³ – e traseira de 0,26 m³. Nesse modelo, os pneus dianteiros e traseiros possuem o mesmo tamanho, com tração 4x4 e direção nas quatro rodas.

A Randon oferece opções da retroescavadeira RD 406, com um modelo de entrada e outro Premium, com acessórios como cabine fechada. “Ambos os modelos possuem motor turbo de 100 hp e baixo consumo”, descreve Dalla Nora. De acordo com ele, esses modelos atendem plenamente às necessidades da aplicação. “A diferença entre os modelos está mais relacionada ao design, tendo em vista que motorização, estrutura e capacidade são semelhantes”, complementa.

Fabricantes fornecem consultoria para que o usuário obtenha retorno satisfatório dos equipamentos

A New Holland fornece dois modelos – B95B e B110 –, ambos com as mesmas capacidades e funcionalidades – peso operacional na faixa de 7 t e profundidade de escavação de 4 a 5 m. Segundo a fabricante, os modelos oferecem elevada capacidade hidráulica, o que reduz os tempos de ciclo de carga e de escavação, além de assegurar capacidade de elevação e força de desagregação. “Assim como os movimentos da caçamba, o controle da carregadeira é feito por meio de uma única alavanca, o que torna as atividades mais simples, sem esforço adicional”, ressalta Dinis.

Já a Case oferece o modelo 580 Série N, com peso operacional na faixa de 7 t. Entre os opcionais, a máquina possui transmissão powershift S-Type e controle do implemento traseiro, que aumentam a produtividade ao reduzirem o cansaço do operador. “Por ter pneus com dimensões reduzidas, essa máquina consegue se locomover com agilidade em terrenos acidentados e em cidades”, afirma Freitas. “Com isso, pode ser usada em construção, infraestrutura, indústria, saneamento, agricultura e mineração.”

DIMENSIONAMENTO
Como se vê, são muitas as opções. Mas é preciso cuidado na escolha. Quando uma retroescavadeira é superdimensionada, parte do capital fica imobilizada e os custos de operação se elevam. Já uma máquina subdimensionada deixa de atender à demanda de serviço, tonando-se sujeita a avarias precoces e riscos de segurança.

Por isso, o comprador precisa atentar para alguns aspectos, evitando prejuízos. É verdade que os compradores estão mais prudentes no momento de investir, assim como os vendedores já estão mais familiarizados com o perfil de negócio do cliente. Mas ainda falta know-how técnico em termos de dimensionamento. “O consumo, por exemplo, pode variar entre 5 a 14 l/h, a depender do tipo de aplicação, mas ousuário precisa trabalhar em uma faixa de rotação adequada para conseguir o menor custo operacional”, observa Dinis. “O problema é que, muitas vezes, não recebe essa orientação por parte do fabricante, e quando vamos a campo nos deparamos com equipamentos mal dimensionados.”

Além da versatilidade, características de mercado fazem da retroescavadeira a máquina predileta dos brasileiros

Em outras situações, o cliente necessita de uma carregadeira e de uma escavadeira, isoladamente. Por isso, antes de adquirir o equipamento é recomendável prestar atenção em alguns parâmetros, como atingir até 60% do ciclo de trabalho operando em rotações elevadas, no limite superior de rotação. “Se a operação extrapolar esse percentual, significa que o consumo será elevado”, orienta Dinis. “Nesse caso, o ideal é utilizar um equipamento maior.”

Além disso, é necessário considerar fatores como a quantidade de material movimentado – verificando se está adequada ao consumo – e os custos por hora trabalhada. “Se a profundidade de escavação for grande, é sinal de que o trabalho requer uma escavadeira à parte”, sublinha. “A curva de consumo deve ser de apenas 50% da capacidade do motor, pois a operação depende de torque para atender a outras exigências da máquina.”

ACESSÓRIOS
Outro ponto importante de configuração são os kits hidráulicos, que podem ser adquiridos diretamente com a fabricante (que produz a máquina com a opção escolhida) ou por intermédio das concessionárias (que instalam o componente, caso o cliente já tenha o equipamento).

Entre os acessórios que podem ser configurados de fábrica, a JCB fornece o modelo 1CX com opções para a parte frontal por meio de engate rápido, como caçamba 6 em 1, vassoura, valetadeira e fresadora. Na parte traseira, há opção de deslocamento lateral do braço. Os modelos 3CX e 4CX possuem as mesmas opções, porém com tamanhos diferentes. “As máquinas podem ser implementadas com compactador de solo, rompedor e perfuratriz”, explica Nery. “Na parte frontal, as opções de garfo pallet e vassoura também são amplamente utilizadas.”

O conforto ergonômico é um dos recursos para aumentar a produtividade das retroescavadeiras nos canteiros

A Case também oferece opções de fábrica, incluindo uma caçamba 4 em 1, com a qual o operador consegue laminar, carregar, agarrar, nivelar, escavar e espalhar o material. Também é possível configurar a máquina com a opção de braço de escavação extensível ExtendaHoe. “A máquina pode ser equipada com o Ride Control, que atua nos cilindros do braço fazendo o amortecimento de carga e aumentando a estabilidade no transporte por terrenos irregulares”, destaca Freitas.

O modelo Randon RD406 também conta com uma gama de acessórios de fábrica. “Além da parte de conforto, os opcionais incluem braço extensivo, caçambas de diversos tamanhos e capacidades e diferentes configurações de pneus e rodas, o que garante um equipamento dimensionado para diversas aplicações”, diz Dalla Nora. De acordo com ele, o mercado tem solicitado alternância entre tamanhos de rodas, linha hidráulica com preparação para componentes auxiliares e equipamentos com braço extensivo. “A fábrica tenta suprir as demandas trazendo flexibilidade às necessidades de cada cliente, mantendo o diferencial competitivo”, explica.

Já a New Holland prefere trabalhar com poucos acessórios de fábrica, deixando os clientes à vontade para buscar a implementação no mercado. “Nossa preocupação é com a pré-disponibilidade hidráulica da máquina para o acoplamento desses implementos”, esclarece Dinis. “De modo que as informações sobre resistência, capacidade e vazão hidráulica são fornecidas pela equipe de pós-venda.”

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