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Revista M&T - Ed.156 - Abril 2012
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Equipamentos de Apoio

A resposta contra a ofensiva chinesa

Fabricantes nacionais apostam nos guindautos de maior capacidade para recuperar parte do mercado local de guindastes sobre caminhão, dominado pelos asiáticos

São equipamentos totalmente diferentes, mas que concorrem em determinada faixa de capacidade e tipos de aplicação. Essa é a primeira argumentação de alguns especialistas quando propõem a utilização de guindautos em serviços tradicionalmente destinados aos guindastes telescópicos sobre chassi de caminhão (TC – truck cranes). Diferentemente destes últimos, que foram projetados para o içamento de cargas a altitudes elevadas, cuja lança ocupa todo o chassi do veículo portador, o guindauto tem uma configuração bem característica.

Sua lança articulada, geralmente com menor capacidade de içamento, destina-se exclusivamente à movimentação de cargas entre a caçamba do próprio caminhão e o ponto de descarga que eventualmente pode ser um local em altura pouco elevada. Entretanto, a simples referência a que ambos os equipamentos estão capacitados ao içamento de cargas abre a perspectiva de concorrência direta entre os guindautos e os guindastes TC de até 30 t. Pelo menos na ótica de alguns fabricantes brasileiros.

Para compreender essa situação, é preciso voltar quatro anos ao passado, quando o mercado brasileiro de guindastes sobre caminhão se abriu para a concorrência dos fabricantes chineses. Apoiando-se no fato de a produção nacional atingir a faixa de até 30 t de capacidade, essas empresas ingressaram no mercado com modelos importados, de até 70 t e 100 t de capacidade, sujeitos a baixas taxas de imposto de importação, obtendo um ganho de competitividade que se reverteu na rápida conquista do mercado.

“A invasão chinesa ocorreu fortemente a partir de 2008, desbancando o mercado nacional de guindastes sobre caminhão”, confirma Silvio Gatelli, gerente de produto da Madal Palfinger no Brasil. Considerando irreversível o predomínio dos equipamentos chineses no mercado brasileiro, “devido à ausência de uma política capaz de promover a competitividade da indústria nacional”, o especialista cita uma mudança de foco dos competidores locais. “Por isso, concentramos nossos esforços nos guindautos para o setor de construção civil ou para o mercado florestal, a movimentação de madeira e até mesmo o setor sucateiro, que operam com constante movimentação de material.”

Modelos maiores

Sérgio Dalzotto, diretor


São equipamentos totalmente diferentes, mas que concorrem em determinada faixa de capacidade e tipos de aplicação. Essa é a primeira argumentação de alguns especialistas quando propõem a utilização de guindautos em serviços tradicionalmente destinados aos guindastes telescópicos sobre chassi de caminhão (TC – truck cranes). Diferentemente destes últimos, que foram projetados para o içamento de cargas a altitudes elevadas, cuja lança ocupa todo o chassi do veículo portador, o guindauto tem uma configuração bem característica.

Sua lança articulada, geralmente com menor capacidade de içamento, destina-se exclusivamente à movimentação de cargas entre a caçamba do próprio caminhão e o ponto de descarga que eventualmente pode ser um local em altura pouco elevada. Entretanto, a simples referência a que ambos os equipamentos estão capacitados ao içamento de cargas abre a perspectiva de concorrência direta entre os guindautos e os guindastes TC de até 30 t. Pelo menos na ótica de alguns fabricantes brasileiros.

Para compreender essa situação, é preciso voltar quatro anos ao passado, quando o mercado brasileiro de guindastes sobre caminhão se abriu para a concorrência dos fabricantes chineses. Apoiando-se no fato de a produção nacional atingir a faixa de até 30 t de capacidade, essas empresas ingressaram no mercado com modelos importados, de até 70 t e 100 t de capacidade, sujeitos a baixas taxas de imposto de importação, obtendo um ganho de competitividade que se reverteu na rápida conquista do mercado.

“A invasão chinesa ocorreu fortemente a partir de 2008, desbancando o mercado nacional de guindastes sobre caminhão”, confirma Silvio Gatelli, gerente de produto da Madal Palfinger no Brasil. Considerando irreversível o predomínio dos equipamentos chineses no mercado brasileiro, “devido à ausência de uma política capaz de promover a competitividade da indústria nacional”, o especialista cita uma mudança de foco dos competidores locais. “Por isso, concentramos nossos esforços nos guindautos para o setor de construção civil ou para o mercado florestal, a movimentação de madeira e até mesmo o setor sucateiro, que operam com constante movimentação de material.”

Modelos maiores

Sérgio Dalzotto, diretor comercial da Luna ALG, explica que os produtores nacionais estão desenvolvendo guindautos de capacidade cada vez maior. A sua empresa, por exemplo, já fabrica modelos de até 60 tm, além de modelos internacionais que chegam a 100 tm de capacidade de içamento. “Há poucos anos, as máquinas chegavam somente a 57 tm, mas hoje, com os modelos maiores, podemos afirmar que concorremos com várias classes de guindastes sobre caminhão, com a vantagem de que os guindautos são mais versáteis e têm menor custo de aquisição do que os TCs”, diz ele.

A Madal Palfinger também conta com uma linha de guindauto fabricada nacionalmente com modelos que chegam a 61 tm. Internacionalmente, ela produz equipamentos de até 150 tm, mas no Brasil o carro-chefe é o modelo PK 100002, também importado, que atinge 100 tm de capacidade. “Devido ao seu porte, ele começa a substituir os TCs em algumas aplicações de içamento de cargas de até 30 t”, diz Gatelli. Dessa forma, segundo ele, o equipamento é bastante utilizado na construção civil, onde oferece, além do bom alcance vertical, um alcance horizontal razoável propiciado pela extensão de lança (lift jib).

O especialista da Madal ainda aponta como diferencial do PK 100002 o acionamento da lança por controle remoto. Isso, segundo ele, representa outra vantagem dos guindautos em relação aos demais tipos de guindastes. “Uma vez posicionada a máquina, o próprio operador desce da cabine e realiza a operação por meio do controle remoto. Em outros tipos de guindastes, o operador precisa do auxílio de um operário sinalizador, o que configura mais um custo de mão de obra.”

Limitação do veículo

Luiz Medeiros da Silva, gerente de pesquisa e desenvolvimento da Imap, por sua vez, pondera que os guindautos e os truck cranes são equipamentos para aplicações diferentes. “Devido à utilização de lança telescópica, com apenas uma articulação, o TC tem dificuldade de operar dentro de um pavilhão fechado, por exemplo, mas é muito bom para içar cargas a altitudes elevadas. Já os guindautos operam melhor em locais confinados, pois sua lança está acomodada longitudinalmente ao veículo e tem seções articuladas”, diz ele.

Com essa visão, a Imap aposta na fabricação dos dois tipos de equipamentos: os guindastes truck cranes acima de 22 t e os guindautos com capacidade de 55 tm a 80 tm. “Temos ainda uma parceria com a empresa italiana Effer para a fabricação de guindautos acima de 300 tm”, revela o especialista.

Outro fator a se considerar na fabricação de guindautos é o dimensionamento do veículo portador. Segundo Silva, a barreira, nesse caso, é a legislação brasileira, que impõe um limite de carga por eixo por meio da “Lei da Balança”. “Isso faz com que realizemos estudos específicos para cada equipamento montado, de modo que o caminhão comporte o guindaste dimensionado e não ultrapasse os limites legais”, diz ele. “Por isso fazemos um chassi separado e ideal para suportar as especificações do guindaste. Depois o integramos com o chassi original do caminhão.”

A Madal Palfinger, por sua vez, conta com um departamento somente para a integração veicular do implemento. Assim, o cliente e o representante comercial da empresa identificam o tamanho do guindaste necessário para a aplicação e a fabricante dimensiona a capacidade do caminhão portador. Eventualmente, o cliente pode ter um caminhão com as especificações necessárias em pátio e nada impede que ele o aproveite para a montagem do guindauto.

Novas aplicações

Montado devidamente, o guindauto pode se destinar a diversas aplicações. No caso da Madal Palfinger, as vendas estão bastante concentradas nas locadoras de equipamentos e prestadoras de serviços de manutenção para a construção civil e indústria, onde há a necessidade constante de troca de equipamentos em alturas elevadas. “Um exemplo recente foi a Braskem, que adquiriu algumas unidades de guindautos para a manutenção e ampliação do seu polo petroquímico em Triunfo (RS)”, diz ele.

Com a publicação do anexo 12 da norma regulamentadora NR 12, em vigor desde dezembro de 2011, a movimentação de pessoas a alturas elevadas também impulsionou outro mercado de atuação para os guindautos. Esses equipamentos podem ser dotados de cestos aéreos, que ficam acoplados na ponta da lança e levam os trabalhadores a alturas elevadas para trabalhos de manutenção em rede elétrica, ar condicionado e câmeras de vigilância. “Essa aplicação concorre com as plataformas elevatórias em algumas condições, mas o cesto tradicional só é isolado para trabalhar em redes elétricas de até 1 kV e tem sua utilização vetada em redes de alta tensão”, ele finaliza.

 

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