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Revista M&T - Ed.207 - Novembro 2016
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A Era das Máquinas

A redescoberta das máquinas contínuas

Por Norwil Veloso

Na construção do Canal do Panamá, surgiram algumas tendências em escavação, confirmadas no catálogo de 1914 da Menck: “Quando se compara a escavadeira de caçamba simples com a de caçambas múltiplas, observa-se que as obras são mais econômicas com a caçamba simples na maioria dos casos”, diz o texto. “As escavadeiras de caçambas múltiplas (em corrente) estão sendo substituídas pelas escavadeiras convencionais na maioria das obras”. Essa visão sofreu algumas alterações com o passar do tempo e a evolução das máquinas.

O fato é que as vantagens do carregamento contínuo foram redescobertas somente na década de 50. Uma série de escavadeiras com correntes de caçambas “mais fáceis de operar” surgiu nessa época. Fabricantes como Bagger-und Maschinenbau Billingheim, Willy Ertmer e LMG/O&K disponibilizaram seus produtos. Havia também equipamentos menores, entre 7 e 80 ton, produzidos por Buckau, Krupp, Lauchhammer e LMG/O&K.

A partir de então, novas tecnologias foram desenvolvidas com rapidez, como a “spherical shovel” de Bleichert, a máquina de caçambas múltiplas de Fischerdick & Stöhr, o sistema Rosetz de escavação com correia transportadora da O&K e a escavadeira de dupla corrente da Lorain, entre outros.

Teoricamente, as escavadeiras contínuas eram as máquinas ideais para o movimento de terra para carregamento em distâncias longas e retas, sendo produzidas em larga escala nos Estados Unidos por empresas como Euclid e P&H. Em 1956, a carregadeira contínua Sierra C30, produzida pela P&H, podia manusear aproximadamente 500 m3/h de terra compactada. Era movida por um motor Caterpillar de 130 hp e estava disponível somente via distribuidores Caterpillar, pois havia sido projetada para ser puxada por um trator D8 e ser acionada pelo mesmo operador.

DISPOSITIVOS

Algumas empresas como a Austin-Western produziram um implemento fixado na traseira de uma motoniveladora para aproveitar o material retido pela lâmina, mas essa configuração parece não ter tido muito sucesso. A Adams Elegrader foi um desses dispositivos, que podia ser colocado nas motoniveladoras Adams 440, 550, 610 e Cat 12, sendo acionado por um eixo acoplado na traseira do motor da máquina. A


Na construção do Canal do Panamá, surgiram algumas tendências em escavação, confirmadas no catálogo de 1914 da Menck: “Quando se compara a escavadeira de caçamba simples com a de caçambas múltiplas, observa-se que as obras são mais econômicas com a caçamba simples na maioria dos casos”, diz o texto. “As escavadeiras de caçambas múltiplas (em corrente) estão sendo substituídas pelas escavadeiras convencionais na maioria das obras”. Essa visão sofreu algumas alterações com o passar do tempo e a evolução das máquinas.

O fato é que as vantagens do carregamento contínuo foram redescobertas somente na década de 50. Uma série de escavadeiras com correntes de caçambas “mais fáceis de operar” surgiu nessa época. Fabricantes como Bagger-und Maschinenbau Billingheim, Willy Ertmer e LMG/O&K disponibilizaram seus produtos. Havia também equipamentos menores, entre 7 e 80 ton, produzidos por Buckau, Krupp, Lauchhammer e LMG/O&K.

A partir de então, novas tecnologias foram desenvolvidas com rapidez, como a “spherical shovel” de Bleichert, a máquina de caçambas múltiplas de Fischerdick & Stöhr, o sistema Rosetz de escavação com correia transportadora da O&K e a escavadeira de dupla corrente da Lorain, entre outros.

Teoricamente, as escavadeiras contínuas eram as máquinas ideais para o movimento de terra para carregamento em distâncias longas e retas, sendo produzidas em larga escala nos Estados Unidos por empresas como Euclid e P&H. Em 1956, a carregadeira contínua Sierra C30, produzida pela P&H, podia manusear aproximadamente 500 m3/h de terra compactada. Era movida por um motor Caterpillar de 130 hp e estava disponível somente via distribuidores Caterpillar, pois havia sido projetada para ser puxada por um trator D8 e ser acionada pelo mesmo operador.

DISPOSITIVOS

Algumas empresas como a Austin-Western produziram um implemento fixado na traseira de uma motoniveladora para aproveitar o material retido pela lâmina, mas essa configuração parece não ter tido muito sucesso. A Adams Elegrader foi um desses dispositivos, que podia ser colocado nas motoniveladoras Adams 440, 550, 610 e Cat 12, sendo acionado por um eixo acoplado na traseira do motor da máquina. A Galion, por sua vez, produziu um implemento similar e as motoniveladoras Caterpillar foram projetadas para receber implementos para carregamento lateral por correia. Esses equipamentos logo passaram a ser produzidos por terceiros como a Ulrich.

As versões finais das carregadeiras contínuas (conhecidas no Brasil como loaders) eram autopropelidas e projetadas especificamente para construção e manutenção rodoviária. Possuíam motor na traseira e um conjunto duplo de correias transportadoras, alimentadas por um transportador de rosca. Na década de 50, uma dessas máquinas foi a Adams LeTourneau Westinghouse Traveloader, que possuía uma cabine colocada sobre a correia transportadora e um alimentador com 2,40 m de largura. Na metade dessa década, a Athey também produziu uma máquina similar, a Force Feed-Loader, capaz de carregar 7,5 a 15 m3/min.

Na União Soviética também foram desenvolvidas máquinas desse tipo, equipadas com dois braços oscilantes e uma lâmina frontal, similares a algumas carregadeiras de mineração. Em 1959, esse país mostrou na exposição World Expo uma máquina extremamente inovadora, a D369 de 26 ton, que podia carregar até 800 m3 de solo por hora. A máquina enorme, com comprimento de 12,7 m e correia de 15 m, era acionada por um motor diesel de 300 hp e tinha uma velocidade máxima de translação de 38 km/h, o que lhe permitia mover-se entre as frentes de obra sem dificuldades. Não se sabe, contudo, se esse equipamento foi testado e comprovou seu desempenho em grandes obras.

APLICAÇÕES

O manuseio contínuo continuou a ser objeto de interesse, contudo, especialmente em grandes projetos de hidrelétricas, canais e similares, tendo sido usado extensivamente na década de 60, quando grandes obras superaram os canais de Suez e do Panamá. Uma dessas obras foi o “California Water Project”, um conjunto de obras de abastecimento com 800 km de extensão e 159 milhões de m3 a serem escavados.

No decorrer do século, foram usados diversos equipamentos de escavação contínua. Na represa de San Luis (5,23 km de extensão e 98 m de altura) foi usada uma escavadeira de roda de caçambas Bucyrus-Erie 684 WX, carregando basculantes Euclid de 91 ton, de descarga pelo fundo. Na construção do canal, a Rahco desenvolveu o “Mass Excavator”, um equipamento totalmente novo sobre pneus acionado por seis motores e operado por uma só pessoa, que podia cortar faixas de 7,6 m de largura e 1,5 m de profundidade em cada passada.

O material escavado (2.300 m3/h) foi colocado a 46 m do eixo do canal, formando um dique de proteção, usando exclusivamente a ponte de correias da máquina. Na barragem de Oroville (230 m de altura e 1 km de largura), foi usada uma máquina Demag-Lauchhammer de 607 ton modelo 1940 com roda de caçambas, que lançava o material escavado através de uma correia transportadora de 2,2 km até um conjunto de pilhas, de onde era carregado em vagões ferroviários até uma área de transbordo. A partir desse local, era recolhido por bottom dumpers Cat-Athey até a barragem.

Leia na próxima edição: A maior hidrelétrica do mundo



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