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Revista M&T - Ed.133 - Março 2010
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Guindaste

A hora e a vez dos pesos-pesados

Aquecimento da demanda de guindastes de grande porte estimula a popularização de novas tecnologias no mercado brasileiro

Impulsionado pela industrialização nos canteiros de obras e, principalmente, pelos investimentos em novas indústrias e projetos de infraestrutura, o parque brasileiro de guindastes móveis vem crescendo em ritmo cada vez mais acelerado nos últimos anos. Para atender à demanda do mercado, construtoras, mineradoras e principalmente locadoras – que figuram como as principais usuárias desse equipamento – partiram para a expansão e modernização de suas respectivas frotas. Com isso, o mercado brasileiro já registra a venda de cerca de 350 guindastes móveis por ano, embora esse consumo esteja longe de ser homogêneo em todas as faixas de capacidade.

Os equipamentos de menor porte, destinados à elevação de pequenas cargas, em contratos de curta duração – o denominado mercado spot –, ainda são predominantes na frota das empresas. Segundo os especialistas do setor, o parque de guindastes com capacidade superior a 500 t conta atualmente com cerca de 50 unidades em operação no País, apesar de uma tendência de mudança nesse perfil de frota. “Estamos recebendo uma grande quantidade de consultas para equipamentos de maior porte”, afirma Kyle Nape, vice-presidente da Manitowoc para a América Latina.

O interesse dos clientes, segundo ele, vem sendo motivado por projetos que exigirão a movimentação de cargas elevadas, como a construção de grandes estaleiros, hidrelétricas e usinas eólicas. Filinto Vargas, gerente de vendas do segmento de guindastes da Terex Latin América, confirma essa tendência e vislumbra forte demanda por equipamentos maiores nos próximos anos. “Basta observarmos as obras necessárias à realização da Copa do Mundo de 2014 e às Olimpíadas de 2015, que demandarão içamento de grandes cargas a alturas elevadas”, diz ele.

Juntamente com a alemã Liebherr, as norte-americanas Manitowoc e Terex dominam o mercado brasileiro de guindastes de grande porte, composto pelos modelos sobre esteiras e com lança treliçada, que seguem desmontados para o canteiro de obras. Além desses modelos, entretanto, as três fabricantes também competem no segmento dos pesos-pesados com os cada vez mais populares guindastes


Impulsionado pela industrialização nos canteiros de obras e, principalmente, pelos investimentos em novas indústrias e projetos de infraestrutura, o parque brasileiro de guindastes móveis vem crescendo em ritmo cada vez mais acelerado nos últimos anos. Para atender à demanda do mercado, construtoras, mineradoras e principalmente locadoras – que figuram como as principais usuárias desse equipamento – partiram para a expansão e modernização de suas respectivas frotas. Com isso, o mercado brasileiro já registra a venda de cerca de 350 guindastes móveis por ano, embora esse consumo esteja longe de ser homogêneo em todas as faixas de capacidade.

Os equipamentos de menor porte, destinados à elevação de pequenas cargas, em contratos de curta duração – o denominado mercado spot –, ainda são predominantes na frota das empresas. Segundo os especialistas do setor, o parque de guindastes com capacidade superior a 500 t conta atualmente com cerca de 50 unidades em operação no País, apesar de uma tendência de mudança nesse perfil de frota. “Estamos recebendo uma grande quantidade de consultas para equipamentos de maior porte”, afirma Kyle Nape, vice-presidente da Manitowoc para a América Latina.

O interesse dos clientes, segundo ele, vem sendo motivado por projetos que exigirão a movimentação de cargas elevadas, como a construção de grandes estaleiros, hidrelétricas e usinas eólicas. Filinto Vargas, gerente de vendas do segmento de guindastes da Terex Latin América, confirma essa tendência e vislumbra forte demanda por equipamentos maiores nos próximos anos. “Basta observarmos as obras necessárias à realização da Copa do Mundo de 2014 e às Olimpíadas de 2015, que demandarão içamento de grandes cargas a alturas elevadas”, diz ele.

Juntamente com a alemã Liebherr, as norte-americanas Manitowoc e Terex dominam o mercado brasileiro de guindastes de grande porte, composto pelos modelos sobre esteiras e com lança treliçada, que seguem desmontados para o canteiro de obras. Além desses modelos, entretanto, as três fabricantes também competem no segmento dos pesos-pesados com os cada vez mais populares guindastes do tipo todo-terreno (AT, das iniciais de all terrain), equipados com lança telescópica. Como são montados sobre rodas, eles podem se deslocar por rodovias mediante licenças especiais, evitando as complexas operações de montagem e desmontagem do equipamento no local da obra.

Expansão do mercado
Até mesmo as chinesas Sany e Zoomlion, que recentemente aportaram no mercado brasileiro com o foco nos guindastes menores, montados sobre chassi de caminhão (os denominados modelos TC, de truck crane), reviram seus planos. As duas fabricantes já se preparam para disputar também o segmento de equipamentos de grande capacidade. Em sua estratégia, a Zoomlion nomeou a Brasif como distribuidora dos guindas tes da marca em São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo, além de investir US$ 300 mil na formação de estoque de peças e em serviços de assistência técnica aos clientes. “Esse ativo aumentará de acordo com a quantidade de equipamentos vendidos”, diz Ricardo Machado, gerente geral da divisão de guindastes da Brasif.

A Sany, que também constituiu sua rede de distribuidoras no País, demonstra o mesmo otimismo. Para isso, ela se baseia num estudo sobre o mercado brasileiro. Pelos cálculos da empresa, o consumo local de guindastes de grande porte aumentou de sete unidades, em 2005, para 43 unidades, em 2009 (veja quadro abaixo). Como esses equipamentos não são fabricados no Brasil, sua importação registrou um salto de US$ 9 milhões para US$ 71,8 milhões nesse mesmo período, inclusive com a formação de longas filas de espera por parte dos usuários, em 2008, quando a demanda mundial se encontrava aquecida.

“Esse levantamento corresponde apenas aos equipamentos com capacidade acima de 70 t de carga”, pondera Marco Antônio Campion, gerente de vendas da Sany no Brasil. Filinto Vargas, por sua vez, calcula que cerca de 15% das vendas de guindastes da Terex em 2008 corresponderam a modelos acima de 500 t. Sem revelar o volume comercializado pela empresa, ele estima que 70% dos negócios envolveram modelos sobre rodas na faixa de 80 a 300 t de capacidade. Os outros 15% ficaram por conta dos guindastes menores, que fazem o içamento de cargas de até 80 t.

Variedade de modelos
Com o aumento da demanda de equipamentos, o mercado também ganhou maior diversidade de modelos, com a oferta de guindastes com até 3.000 t de capacidade de carga. No caso da Terex, que aposta na linha todo-terreno (AT), os modelos mais requisitados se situam na faixa de 500 t a 700 t, conforme explica Vargas. “Também temos guindastes sobre esteiras de diversas capacidades, mas os maiores vendidos até o momento no Brasil são os de 600 t”, ele completa.

Apesar de não ter comercializado guindastes de grande porte no Brasil até o momento, a Zoomlion disputa esse segmento com a oferta de modelos de 600 t, 800 t e até mesmo 1.000 t de capacidade. “O mercado ainda tem certo preconceito em relação aos equipamentos chineses, principalmente no caso dos modelos maiores, como esses”, justifica Machado, da Brasif. Ele ressalta que esse julgamento prévio não encontra fundamento diante dos avanços que os equipamentos apresentaram em termos de engenharia de materiais, que resultaram em lanças mais resistentes, com capacidade para o içamento de cargas maiores a alturas mais elevadas.

Como exemplo, o especialista diz que os guindastes da marca são dimensionados para suportar ventos de até 9 m/s durante uma elevação de carga, o que cumpre as exigências de tabela de ventos em vigor no Brasil. O fato é que, aos poucos, os equipamentos chineses vão se popularizando no mercado, com presença até mesmo na frota das maiores e mais conceituadas locadoras do País. Mas quando o içamento de cargas envolve operações mais complexas, como uma obra de refinaria de petróleo ou de usina eólica, usuários e clientes finais tendem a especificar o emprego de equipamentos de marcas tradicionais.

Em favor dessas marcas pesa o fato de que a lança de seus guindastes suporta ventos ainda mais rigorosos. Esse é o caso do modelo LR 1600, da Liebherr, que eleva 600 t num raio de 10 m a uma velocidade de vento de até 12,8 m/s. “Em relação ao standard de mercado, trata-se de um diferencial, principalmente porque os parques eólicos, que são grandes demandantes desses equipamentos, precisam ser construídos em locais com muita incidência de ventos”, diz Cesar Schmidt, gerente comercial da Liebherr Brasil.

A empresa oferece no mercado uma família de guindastes telescópicos sobre rodas, os conhecidos ATs, em modelos que vão de 100 t a 1.200 t. Os maiores da linha contam com até nove eixos, atingindo uma altura máxima de içamento de 188 m e alcance de 136 m. Entre os equipamentos sobre esteiras, a fabricante destaca o modelo LTR 13000, com capacidade para 3.000 t de carga. Segundo Schmidt, ele será lançado na feira Bauma 2010 como o maior modelo single de sua categoria e, apesar de ainda não estar disponível no Brasil, em breve poderá chegar ao País. “Estamos negociando a venda de um modelo para uma locadora brasileira”, diz ele.

Opcionais disponíveis
Segundo o especialista, todos os guindastes da marca contam com opcionais que aumentam seu leque de aplicação no campo. “Normalmente os locadores, que são responsáveis por mais de 90% das compras de equipamentos desse porte, optam por modelos completos e com todos os opcionais.” A lista inclui a opção por lanças de alturas variáveis, em versão leve ou pesada, além de guinchos e dispositivos que aumentam o alcance da lança, como jib e luffing jib. Entre outros opcionais disponíveis, Schmidt cita ainda os diversos tipos de contrapesos para os equipamentos e os sistemas de automontagem.

Os sistemas de automontagem, aliás, figuram como uma das apostas da Manitowoc para a diferenciação de seus guindastes de grande porte. A empresa oferece aos usuários brasileiros equipamentos sobre esteiras de até 2.300 t, embora compute a venda de modelos entre 750 t e 900 t, entre os maiores em operação no mercado. “Além de simplificar a vida dos gestores de frota, essa tecnologia de automontagem aumenta a vida útil dos componentes”, diz Kyle Nape.

O especialista explica que, com esse sistema, um guindaste de 800 t pode ser transportado até a obra por 70 carretas de 25 t cada. “Isso elimina a necessidade de licença especial de transporte e, uma vez no canteiro de obras, o equipamento pode ser montado e desmontado com maior facilidade.” Como resultado, ele afirma que o sistema proporciona menores custos e prazos reduzidos na mobilização e desmobilização do guindaste.

Segundo Nape, a tecnologia consiste em projetar as articulações dos equipamentos com dois pinos e um gancho para o encaixe, diferentemente de outros modelos nos quais essa função é realizada por pinos em cima e em baixo do gancho. “As conexões dos pinos são cortadas de forma plana para proporcionar um encaixe perfeito. Isso evita que a pressão da lança sobrecarregue os pinos e aumenta a durabilidade, tanto dos próprios pinos quanto dos componentes em seu entorno”, diz ele.

Tecnologias de segurança
O fato é que, além dos avanços no projeto estrutural da lança e na engenharia de materiais, quesitos que ampliaram a capacidade de carga dos guindastes (veja quadro abaixo), os fabricantes desenvolveram sistemas voltados à maior segurança e eficiência na operação dos equipamentos. Exemplo disso é o sistema computadorizado LICCON, que a Liebherr oferece para o controle e monitoramento das operações de seus equipamentos.

De acordo com Cesar Schmidt, o sistema proporciona maior autonomia às locadoras e demais empresas usuárias de guindastes, de modo que elas não precisem mais fazer o plano de içamento no escritório, horas antes do serviço. “O planejamento é feito em poucos minutos, na própria cabine do equipamento, antes do início do trabalho.” Entre outras funções, o sistema acompanha a carga elevada pela lança e confere se ela está compatível com o plano de rigging, interrompendo o içamento diante de uma eventual sobrecarga. Ele também controla o acionamento das patolas, no caso dos modelos equipados com esse item, e os demais movimentos da máquina relacionados a sua operação no campo.

Atentos à questão da segurança, todos os fabricantes já equipam seus guindastes com o limitador de momento de carga (LMI), que acompanha a carga e a altura de elevação, confrontando os dados com a tabela de carga do equipamento. Se a operação exceder os valores permitidos, o sistema desliga automaticamente o equipamento. “Além disso, nossos guindastes contam com parada de emergência, por meio de um botão que corta a eletricidade e interrompe o içamento, e com um sistema que permite operá-los em regime de espera no caso de alguma falha operacional, poupando os componentes que estejam em possível situação de emergência”, diz Marco Antonio Campion, da Sany.

Mudanças na esteira
Outro dispositivo usado no mercado envolve um reposicionamento do centro de gravidade do equipamento, de forma a oferecer maior equilíbrio à operação e ganhos na capacidade de içamento. Esse é o caso do sistema de anel disponível para os guindastes sobre esteiras de grande porte da Manitowoc. Kyle Nape explica que a tecnologia inicialmente impedia a locomoção dos equipamentos com carga e ela acabou caindo em desuso. “Então, desenvolvemos um sistema de ring para os guindastes de 2.300 t que possibilita seu deslocamento”, ele completa.

A tecnologia, segundo ele, consiste na troca da mesa de giro por um anel com giro de 360º apoiado sobre quatro esteiras, sendo duas de cada lado do equipamento. “Esse anel fica conectado às esteiras por meio de um pino central e, durante o içamento, o peso é distribuído igualitariamente entre as esteiras, minimizando o esforço sobre elas e diminuindo o risco de tombamento.”

A Liebherr, por sua vez, desenvolveu um sistema de esteiras mais estreitas para os guindastes de 400 e 600 t, que, durante a elevação da carga, contam com o apoio de patolas. “A tecnologia está presente em guindastes de 5,8 m de largura, bem mais estreitos que os demais do mesmo porte, para viabilizar sua operação em ambientes estreitos, como as obras de parques eólicos”, diz Cesar Schmidt. Ele explica que a diminuição na largura dos equipamentos poderia comprometer seu centro de gravidade e a adição do sistema de patolas permite manter sua capacidade de elevação de carga.

Filinto Vargas, da Terex, salienta que a fabricante também disponibiliza tecnologia semelhante para os seus guindastes sobre esteiras de 600 t. “Os equipamentos são realmente indicados para montagens de parques eólicos, onde cada movimentação do guindaste exige a construção de estradas de acesso para sua locomoção. Com esteiras mais estreitas, é possível diminuir esse custo de infraestrutura”, ele explica. As patolas dos guindastes sobre esteiras da Terex são acionadas automaticamente, por meio de controle remoto ou de dentro da cabine da máquina.

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