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Revista M&T - Ed.175 - Dez/Jan 2014
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A Era das Máquinas

A evolução das soluções para construção de estradas

Por Norwil Veloso

Com a implantação das ferrovias, as ruas e rodovias passaram a ser tratadas com extremo descaso na virada do século XIX para o XX. Contudo, a necessidade de construção e manutenção de uma estrutura viária que permitisse a distribuição das mercadorias trazidas pelos trens – ao lado do aumento da população de automóveis, principalmente com a entrada do Ford Modelo T na década de 1910 – foi um elemento-chave para reverter essa situação.

Na área de engenharia mecânica, a niveladora foi um dos equipamentos especialmente desenvolvidos para atender a essa necessidade. Nos EUA, a primeira niveladora rebocada de dois eixos (a “American Champion”) fora patenteada por Samuel Pennock anos antes, em 1877, sendo utilizada até a década de 1940.

Com o tempo, empresas como Adams (posteriormente incorporada pela Wabco), Champion e Galion começaram a produzir niveladoras rebocadas, tracionadas por bois ou cavalos. A Adams, inclusive, foi a primeira a introduzir um sistema de inclinação nas rodas dianteiras das máquinas.

Na Europa, a demanda ainda era pequena, o que fez com que o desenvolvimento das niveladoras fosse mais lento que na América. Lá, havia muitas vias reforçadas com lajes de pedra e o aumento de tráfego se dava em um ritmo muito menor. Por essa razão, durante os anos 20, as niveladoras europeias eram baseadas principalmente em projetos norte-americanos e canadenses. Gradativamente, os tratores de esteiras substituíram os cavalos na tração das niveladoras, melhorando significativamente a capacidade de tração e velocidade de operação.

AUTOPROPELIDAS

Já as primeiras tentativas de desenvolvimento de um equipamento autopropelido resultaram em projetos discutíveis. A Holt, por exemplo, desenvolveu em 1909 a “Good Roads Machine”, usando um trator 40-45, uma roda para direção no lado esquerdo e uma esteira no direito, além de uma lâmina ajustável por meio de um mecanismo de catraca. Em 1915, foi inserida uma lâmina na frente dos primeiros caminhões, antes de se pensar em colocá-la na frente dos tratores, como seria feito posteriormente.

Outras tentativas buscaram mesclar tratores agrícolas de pequeno porte com niveladoras rebocadas, de modo a construir niveladoras autopropelidas que requeriam


Com a implantação das ferrovias, as ruas e rodovias passaram a ser tratadas com extremo descaso na virada do século XIX para o XX. Contudo, a necessidade de construção e manutenção de uma estrutura viária que permitisse a distribuição das mercadorias trazidas pelos trens – ao lado do aumento da população de automóveis, principalmente com a entrada do Ford Modelo T na década de 1910 – foi um elemento-chave para reverter essa situação.

Na área de engenharia mecânica, a niveladora foi um dos equipamentos especialmente desenvolvidos para atender a essa necessidade. Nos EUA, a primeira niveladora rebocada de dois eixos (a “American Champion”) fora patenteada por Samuel Pennock anos antes, em 1877, sendo utilizada até a década de 1940.

Com o tempo, empresas como Adams (posteriormente incorporada pela Wabco), Champion e Galion começaram a produzir niveladoras rebocadas, tracionadas por bois ou cavalos. A Adams, inclusive, foi a primeira a introduzir um sistema de inclinação nas rodas dianteiras das máquinas.

Na Europa, a demanda ainda era pequena, o que fez com que o desenvolvimento das niveladoras fosse mais lento que na América. Lá, havia muitas vias reforçadas com lajes de pedra e o aumento de tráfego se dava em um ritmo muito menor. Por essa razão, durante os anos 20, as niveladoras europeias eram baseadas principalmente em projetos norte-americanos e canadenses. Gradativamente, os tratores de esteiras substituíram os cavalos na tração das niveladoras, melhorando significativamente a capacidade de tração e velocidade de operação.

AUTOPROPELIDAS

Já as primeiras tentativas de desenvolvimento de um equipamento autopropelido resultaram em projetos discutíveis. A Holt, por exemplo, desenvolveu em 1909 a “Good Roads Machine”, usando um trator 40-45, uma roda para direção no lado esquerdo e uma esteira no direito, além de uma lâmina ajustável por meio de um mecanismo de catraca. Em 1915, foi inserida uma lâmina na frente dos primeiros caminhões, antes de se pensar em colocá-la na frente dos tratores, como seria feito posteriormente.

Outras tentativas buscaram mesclar tratores agrícolas de pequeno porte com niveladoras rebocadas, de modo a construir niveladoras autopropelidas que requeriam somente um operador. Nessa linha, uma das combinações mais bem-sucedidas foi o uso de um trator Allis Chalmers 6-12 na máquina que pode ser considerada uma das primeiras motoniveladoras da história. A mesma solução foi usada em 1919 pela Galion (na “Light Premier Grader”) e, posteriormente, pela Russell.

Na década de 20, a Austin-Western produziu uma linha diversificada de máquinas rodoviárias, incluindo niveladoras rebocadas cujo peso variava entre 1.600 e 5.700 kg. Com uma lâmina de 3,62 m, o modelo No 20 só poderia ser rebocado pelo maior trator disponível da época, o Best Sixty. A lâmina podia ser substituída por um escarificador, enquanto o eixo traseiro era telescópico. Já o equipamento da Galion possuía inclinação nas rodas dianteiras.

A Russell Grader, por sua vez, desde 1903 produzia equipamentos tracionados para abertura e manutenção de rodovias, destacando-se a Super Mogul, de 5 ton e também tracionada por tratores Best Sixty. A primeira motoniveladora autopropelida da Russell foi a Motor Patrol No 1, lançada em 1920. Em 1924, a empresa lançou o modelo No 4, montado a partir de um trator Holt de duas toneladas e que oferecia opção de esteiras com sapatas de borracha para não danificar a superfície da pista.

Ainda em 1920, a Champion produziu um antecessor da motoniveladora articulada. Tratava-se, na verdade, de uma niveladora rebocada com um trator Fordson no lugar do eixo dianteiro. Os controles eram acionados por um operador posicionado na traseira da máquina. A Austin-Western também incorporou um trator Fordson numa máquina rebocada e, em 1928, a Adams lançou uma linha completa, com lâminas variando entre 2,10 e 3,60 m.

ELEVADORES

São também dessa década os dispositivos elevadores, que recolhiam continuamente o material escavado e carregavam carroças de tração animal. Os primeiros modelos foram produzidos pela Sevison e Moak, que registraram uma patente de uma máquina a vapor extremamente complicada, na qual o elevador era acionado por um sistema de correias.

Nessa época, o principal problema técnico era a potência desviada do motor (por meio da tomada de força) para acionar os implementos e evitar a lenta e cansativa tarefa de operar os implementos por volantes manuais. Diversas soluções foram testadas, como eixos tipo cardan e mesmo sistemas hidráulicos, mas o projeto foi abandonado devido ao péssimo desempenho decorrente das deficiências da tecnologia disponível na época.

Em 1928, a Russell foi comprada pela Caterpillar, que implementou uma série de inovações e, em 1931, produziu sua primeira motoniveladora, batizada de Auto Patrol No 10, já equipada com motor sobre o eixo traseiro, pneus de alta pressão e outras características que foram copiadas rapidamente pela concorrência. Em 1934, foi lançada a No 11, já com rodas em tandem e motor diesel. Em 1938, a empresa lançou a No 12, a primeira motoniveladora produzida no Brasil.

Na Europa, é provável que a primeira motoniveladora tenha sido produzida pela Munktells (uma das antecessoras da Volvo), que usou um de seus tratores sobre um chassi especial. Apesar desses avanços, as niveladoras rebocadas continuaram a ser produzidas até a década de 50.

Leia na próxima edição: A vez dos orientais: Da ferramentaria à construção e mineração

 

 

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