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Revista M&T - Ed.140 - Outubro 2010
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Leilão de Equipamentos

A bolsa de valores de infraestrutura

Leilões online reúnem segurança e comodidade, funcionando como um termômetro do mercado de máquinas e equipamentos ao indicar as oscilações de precificação

Os leilões eletrônicos de equipamentos pesados nasceram no ano 2000, acompanhando a revolução provocada pela Internet. Hoje, passada quase uma década, eles podem ser considerados uma opção ao processo tradicional, que não deixou de existir, mas que ganhou muito com a alternativa eletrônica. Da mesma forma que os leilões presenciais, a contrapartida virtual inclui uma fórmula simples: um vendedor, vários compradores e um mediador entre eles. O tempero do processo é a emoção provocada pela consolidação dos lances e pela voz do leiloeiro. Sim, isso acontece ainda.

“Para quem acha que o leilão online é frio, desafiamos a participar de um para tirar a prova”, brinca Ronaldo Santoro, diretor da Superbid, um dos mais conhecidos sites de leilão eletrônico do Brasil. O executivo lembra que o acompanhamento e o encerramento do processo podem ser acompanhados inteiramente pela Internet por meio do auditório eletrônico, uma tela visível para os participantes online e também para quem participa do pregão físico. Embora o processo tradicional continue existindo, ele destaca que na Superbid 99,5% dos leilões ocorrem via Internet. O processo online exige, é claro, uma conexão de banda larga estável para participar. A modalidade por telefone é uma terceira opção.

A facilidade do processo é apontada como o grande impulsionador do leilão eletrônico. Essa é a opinião de Carlindo Macedo, diretor e fundador da Metramaq, outro portal de referência para a área de equipamentos. Temos clientes do Amapá ao Rio Grande do Sul, sem falar nos compradores sulamericanos como argentinos, chilenos e venezuelanos, informa. No caso de quem vende, não é preciso deslocar os equipamentos para uma área de leilão. E quem compra pode fazer isso, comodamente, de seu escritório, argumenta, citando porque o processo eletrônico veio para ficar.

A praticidade dos leilões eletrônicos, no entanto, envolve uma máquina bem azeitada, cujo principal mecanismo é a confiança. Nossas vendas, de maneira geral, relacionam-se com equipamentos de empresas com prestígio nacional e internacional, adianta Macedo. Só isso dá um peso muito grande à operação de venda, completa. Santoro, por sua vez, adianta que o acesso a todas as áreas da Superbid é públ


Os leilões eletrônicos de equipamentos pesados nasceram no ano 2000, acompanhando a revolução provocada pela Internet. Hoje, passada quase uma década, eles podem ser considerados uma opção ao processo tradicional, que não deixou de existir, mas que ganhou muito com a alternativa eletrônica. Da mesma forma que os leilões presenciais, a contrapartida virtual inclui uma fórmula simples: um vendedor, vários compradores e um mediador entre eles. O tempero do processo é a emoção provocada pela consolidação dos lances e pela voz do leiloeiro. Sim, isso acontece ainda.

“Para quem acha que o leilão online é frio, desafiamos a participar de um para tirar a prova”, brinca Ronaldo Santoro, diretor da Superbid, um dos mais conhecidos sites de leilão eletrônico do Brasil. O executivo lembra que o acompanhamento e o encerramento do processo podem ser acompanhados inteiramente pela Internet por meio do auditório eletrônico, uma tela visível para os participantes online e também para quem participa do pregão físico. Embora o processo tradicional continue existindo, ele destaca que na Superbid 99,5% dos leilões ocorrem via Internet. O processo online exige, é claro, uma conexão de banda larga estável para participar. A modalidade por telefone é uma terceira opção.

A facilidade do processo é apontada como o grande impulsionador do leilão eletrônico. Essa é a opinião de Carlindo Macedo, diretor e fundador da Metramaq, outro portal de referência para a área de equipamentos. Temos clientes do Amapá ao Rio Grande do Sul, sem falar nos compradores sulamericanos como argentinos, chilenos e venezuelanos, informa. No caso de quem vende, não é preciso deslocar os equipamentos para uma área de leilão. E quem compra pode fazer isso, comodamente, de seu escritório, argumenta, citando porque o processo eletrônico veio para ficar.

A praticidade dos leilões eletrônicos, no entanto, envolve uma máquina bem azeitada, cujo principal mecanismo é a confiança. Nossas vendas, de maneira geral, relacionam-se com equipamentos de empresas com prestígio nacional e internacional, adianta Macedo. Só isso dá um peso muito grande à operação de venda, completa. Santoro, por sua vez, adianta que o acesso a todas as áreas da Superbid é público e qualquer usuário pode ter informações sobre lotes, fotos, preços e ao auditório eletrônico, local onde ocorrem os leilões. Sabemos que todos querem isso para que não paire a menor desconfiança sobre a metodologia. Os lances são abertos, com a identificação clara do ofertante”, detalha.

Para chegar a tal sofisticação, os sites de leilão desenvolveram procedimentos padronizados.  “As regras são claras. Para quem quer vender, a primeira etapa é a organização e avaliação do lote. Temos uma equipe de engenheiros e técnicos que pode auxiliar nessa etapa”, explica Macedo, da Metramaq. “As empresas de maior porte geralmente realizam essa etapa sozinhas, mas podemos contribuir, distribuindo os lotes de forma mais racional e interessante para os compradores”, complementa.  Mesmo quando o próprio vendedor já organizou o processo, a Metramaq faz um check list de informações in loco, levantamento que inclui dados como marca, modelo, série, total de reformas ou recondicionamentos e estado do material rodante, entre as principais características da máquina, que são listadas. Um registro fotográfico completa o processo de captação de informações.

O passo seguinte é a oficialização do leilão, que acontece com pelo menos 15 dias de antecedência, tempo necessário para que os compradores avaliem o material via site, pessoalmente, ou ainda delegando a tarefa a outros especialistas. No dia e hora exatos do leilão, o processo se inicia e é acompanhado eletronicamente. Durante os últimos cinco minutos do horário de encerramento programado para o lote , se houver lance cobrindo a última oferta, o prazo se reinicia pelos próximos cinco minutos e, assim sucessivamente, enquanto houver candidatos ativos, enviando propostas.

Precificação exata
Na Superbid, os compradores podem participar no pregão físico ou via Internet, em igualdade de condições. Não existe interferência humana no encerramento do lote, pois quem controla é um cronômetro de contagem regressiva. “Caso um lance seja ofertado com menos de 3 minutos para o encerramento, o cronômetro retroage a 3 minutos e assim sucessivamente”, diz Santoro.

Antes do cronômetro entrar em ação, a Superbid segue à risca uma série de etapas, começando com o recebimento  dos ativos. Os dados dão origem a uma pré-avaliação, que serve de base para a proposta comercial que o site vai formalizar junto ao vendedor. A avaliação dos ativos é, na sua grande maioria, baseada nos históricos dos leilões realizados, o que permite um alto grau de acerto. A liquidação de cerca de 3 mil lotes mensais fornece um banco de dados sobre valores, fortalecendo a sistemática de avaliação da empresa. Para ativos mais raros, a precificação envolve fontes de informações alternativas.

Uma vez definidas as condições, os técnicos da Superbid vão a campo para fazer a identificação, fotografia e detalhamento do ativo. O produto dessa fase é o loteamento e precificação (LP). Se for aprovado, o LP permite a abertura do leilão no site, com ampla divulgação. Santoro destaca que a publicidade envolve desde canais tradicionais como jornais, sites setoriais e de pesquisa, até ferramentas como e-mail marketing.  “Nós temos uma agência de propaganda interna, o que nos dá muita agilidade e capacidade de realização”, explica Santoro.

Macedo, da Metramaq, confirma a assertividade da precificação dos sites de leilão. Nós temos uma área de classificados, com cerca de 2 mil equipamentos à venda, pertencentes a aproximadamente 400 proprietários”, informa. “Essa enorme amostra é um parâmetro excelente como indicador de valor de equipamentos no mercado, facilitando a avaliação dos lotes que nossos clientes pretendem colocar à venda”, destaca o executivo. “As informações são disponibilizadas de tal forma que os profissionais interessados na compra ou venda podem montar até um banco de dados sobre valores de comercialização de máquinas pesadas”.

O leilão online, antecedido pela organização dos lotes, precificação e ampla publicidade, não termina quando os lances são ofertados. Na Metramaq, a etapa seguinte é o envio de uma planilha com dados do evento ao vendedor. Ele tem 48 horas para decidir se aceita ou não as ofertas. Se aceitar, a venda continua, agora com o contato direto com o comprador. O site apenas acompanha a finalização da venda e recebe, do comprador, uma comissão de 5%.

Embora os equipamentos não precisem ser deslocados para um pátio centralizador na etapa do leilão, a venda implica o transporte das máquinas. Nessa etapa, a Metramaq continua apoiando seu cliente comprador, ao indicar parceiros que podem otimizar o processo de manipulação dos veículos ou equipamentos comprados, economizando tempo e dinheiro. “Em locais distantes, inclusive, é possível, desde que seja acordado entre as partes, que sejam utilizados guindastes locais para ajudar no processo de carregamento, sem custos adicionais para o adquirente”, argumenta Macedo.

Santoro, da Superbid, destaca outro fator importante dos leilões eletrônicos: a segurança. “Foi um avanço do setor e nos custou muitos anos de investimento em tecnologia e também alguns canos”, destaca. O executivo lembra que o site possui uma empresa de tecnologia própria e hoje consegue trazer a fé pública do leiloeiro tradicional para o leilão online. Isso é obtido por meio de uma série de verificações que evitam a presença de participantes fantasmas. Os maus pagadores, por sua vez, são imediatamente negativados no Serasa.

O perfil dos clientes
Os participantes de leilões online da área de equipamentos incluem desde grandes grupos da área de construção civil até locadores, passando por médias e pequenas empreiteiras. Mineradoras e pedreiras representam dois outros potenciais vendedores. Já as pequenas empreiteiras, geralmente envolvidas com tercerização e atividades em mineradoras ou em canteiros de obras de infraestrutura são potenciais compradores.

Santoro, da Superbid, lembra que o site tem um perfil diversificado e o rol dos vendedores inclui empresas de grande porte como Votorantim Cimentos,  Construtora OAS , Queiroz Galvão , Andrade Gutierrez, Lafarge, Cimentos Itambé, Egesa, Techint, Servix, Embu, Holcim, Cimpor, Via Engenharia,  entre outros. Há cerca de 2 anos, a empresa criou  um canal  para atender a pequenas e médias empresas que queiram vender seus ativos, através do Leilão Oficial Online. “Através desse canal , qualquer um pode enviar os ativos disponibilizados que respondemos em até 24 horas”, diz.

Juraci Florêncio de Souza, gestor do parque de equipamentos da Construtora OAS, é um dos usuários de leilões eletrônicos e já realizou o processo adotando vários dos sites especializados. Ele coordena o processo anual, organizando os lotes que depois serão ofertados via leilão eletrônico. Quando o grupo de máquinas a ser negociado é pequeno, a opção pode ser a venda direta. Outra opção é a permuta, modalidade pela qual a construtora pode negociar equipamentos por um crédito na compra de outras máquinas novas. “A grande vantagem do leilão é a licitude, eliminando qualquer tipo de suspeita”, argumenta. Como é comum em grandes corporações, a equipe de equipamentos da OAS praticamente realiza todas as etapas que antecedem o leilão, inclusive sugerindo preços mínimos, os quais podem mudar de acordo com a orientação do site escolhido para bater o martelo eletrônico.

Além de elogiar a transparência do processo, Souza destaca a terceirização de todos os procedimentos, o que livra os especialistas em equipamentos de uma série de operações. “Praticamente, somos acionados quando o comprador vem retirar as máquinas, que já foram devidamente pagas”, diz. Ele igualmente vê um aumento da procura das empresas de leilão eletrônico na consulta às empreiteiras. Como a localização dos equipamentos não é mais um limitador, a tendência é de maior adoção dos leilões para aquisição de ativos, acredita.

Controvérsias
Nem todos, no entanto, são adeptos da modalidade. É o caso de Eurimilson Daniel, da Escad. “Tivemos uma democratização do crédito nos últimos anos, o que impulsionou a compra de equipamentos novos e pode ter reduzido a aquisição de máquinas via leilão”, analisa. Ele destaca, no entanto, que equipamentos especiais como guindastes de grande porte e usinas de asfalto podem ser nichos atrativos para o mercado de leilão. “O cenário atual é diferente da década de 1990, quando tínhamos pouca oferta de fabricantes e uma taxa de juro ainda mais elevada, ou seja, faltava atratividade nos preços e a disponibilidade do equipamento não era imediata, ao contrário dos leilões”, explica.

Ele destaca que também não tem usado o leilão como opção de venda de equipamentos em função dos custos de transporte, no caso de precisar mobilizar as máquinas para algum pátio centralizador. “Há também uma exigência dos próprios clientes grandes para que os empreiteiros usem máquinas mais novas, o que acaba repercutindo em um custo menor de combustível e em tecnologias avançadas que reduzam, por exemplo, a emissão de gases”, completa.

Para Macedo, da Metramaq, a argumentação de Daniel é válida para grandes locadoras, como é o caso da Escad. Ele ressalta, no entanto, que o mercado de usados está aquecido, atendendo pequenas e médias empreiteiras, principalmente com o aumento da demanda por obras de infraestrutura. No caso de grandes corporações, a busca por equipamentos especiais ou de grande porte pode ter nos leilões um fiel aliado, principalmente porque a disponibilidade imediata em alguns casos é rara.

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